Colin

Já tem algum tempo que quero assistir Colin, filme inglês de zumbis, mas ficava adiando porque queria… cofcof… hum… gasp… ééé… porque eu queria ver com legenda. O que é meio idiota, se você for pensar que é um filme contado sob o ponto de vista do zumbi que dá título à história. Se o zumbi é o protagonista, é meio certeza que não veremos muuuuuuitos diálogos, ou pelo menos nenhum tão denso que um aluno de inglês basicão já não conseguisse captar. Mas ok, a preguiça é meu pecado preferido, então tá, vamos ao Colin.

É importante saber de início que a produção é famosa por ter custado algo em torno de 40 libras. Por 40 libras, você não vai esperar um Avatar, certo? E como toda produção-famosa-por-gastar-pouco-dinheiro, Colin conta com aquela irritante câmera no estilo documentário que irrita inicialmente, mas depois de algumas cenas se mostra razoável para o desenvolvimento da tensão (como por exemplo o zumbi na cozinha do protagonista, que você acaba vendo por um reflexo na torneira).

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Pontypool

Um dos pontos fortes em filmes de zumbis – pelo menos os mais conhecidos – é o desenvolvimento da sensação de claustrofobia que as personagens em dado momento passam a ter. Seja porque estão há muito tempo escondidos em um lugar, seja porque têm noção que não podem sair e sequer têm ideia de quando poderão, dependendo do diretor até uma situação dos sonhos pode virar um pesadelo (pense no shopping de Dawn of the Dead, por exemplo).

E é justamente esse o aspecto mais positivo de Pontypool, filme de horror canadense que saiu lá fora no ano passado e ainda não tem previsão de estreia aqui no Brasil. Todos os elementos estão lá: é um inverno deprimente, em uma cidadezinha no meio do nada no Canadá (o que por si só já poderia criar a atmosfera claustrofóbica). Somos apresentados ao trio que cuida da transmissão matutina de uma rádio local: Grant Mazzy (o locutor), Sidney Briar (diretora do programa) e Laurel-Ann (auxiliar). É uma manhã comum, com Mazzy batendo boca com Briar por não poder falar o que quer, até que…

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Atualizando para você não esquecer

A.D.

Uou. Teaser de uma animação, ainda em busca de um estúdio para produzi-la, mas wtf, quem não toparia depois de ver isso?

Escrito por Haylar Garcia, dirigido por Ben Hibon (Codehunters) e produzido por Bernie Goldmann (300), Tarik Heitmann and Renee Tab. Tem uma entrevista com esse pessoal todo aqui, mas hum, está em inglês.

Pride and Prejudice and Zombies (Seth Grahame-Smith)

“É uma verdade universalmente reconhecida que um zumbi, possuidor de um cérebro, deve estar em busca de mais cérebros.” É dessa forma que Seth Grahame-Smith abre seu Pride and Prejudice and Zombies (ainda não publicado no Brasil). O pastiche de Jane Austen fez tamanho sucesso lá fora que já aparece na lista de mais vendidos do New York Times e traz rumores de adaptação Hollywoodiana com nomes como Natalie Portman no elenco, além de possível publicação em português para o ano que vem. A questão é: ele agradará a legião cada vez maior de fãs dos comedores de cérebro?

Pelo menos da parte dessa que escreve, não. Infelizmente Pride and Prejudice and Zombies é uma decepção. É fato que as expectativas eram altíssimas, não só considerando o fato de ser bem sucedido no exterior, mas também por ter gostado muito de outro título do mesmo autor (How to Survive a Horror Movie). O problema é que o livro não agrada muito quem o procura pelo humor.

Pouco há para se dizer sobre ele. É todo o Orgulho e Preconceito de Jane Austen recontado com a inclusão do elemento zumbi (o que fica bem óbvio só pelo título, certo?). A questão é que as (poucas) piadas não funcionam, e a repetição de certos elementos chegam a ser cansativos – como a competição entre a Elizabeth e o Darcy para saber quem é o mais fodão nas artes do extermínio de zumbis.

Sobre os fãs do romance da Austen, as reações podem ser bem contraditórias. Os mais puristas odiarão, com certeza. Mas Pride and Prejudice and Zombies pode agradar aqueles que conhecem o romance de cor, e reconhecerão passagens favoritas e o que Grahame-Smith fez delas incluindo os mortos-vivos. De minha parte acho que foi apenas chato, e talvez justamente por não ser tão apaixonada pela obra original.

Na verdade dessas “realidades alternativas” que andam pipocando por aí envolvendo Mr. Darcy e companhia, acredito que Mr. Darcy, Vampyre agrada muito mais, por não transcrever a história simplesmente, mas ir além – contando o que aconteceria depois do casamento entre Darcy e Elizabeth se o “herói” fosse na realidade um vampiro.

De qualquer forma, o negócio é torcer para que se realmente exista uma adaptação de Pride and Prejudice and Zombies como estão comentando, ela seja boa o suficiente para permitir versões cinematográficas de outros ótimos livros de zumbis, como por exemplo World War Z (que ainda está só na base dos rumores) e mesmo a série da Anita Blake.

(Post originalmente publicado no Blog do Meia Palavra dia 12/12/09. Sim, ando preguiçosa e relapsa com minhas atualizações aqui.)

Areia nos Dentes (Antônio Xerxenesky)

Desde agosto do ano passado, quando li uma resenha da Ágata lá no blog do Meia Palavra comentando esse livro morro de vontade de ler. O fato do autor ter sido tão bacana e topado uma entrevista (10 perguntas e Meia de abril desse ano) aumentaram ainda mais a curiosidade. Faroeste. Com zumbis. Eu sei, eu sei. Eu me vendo fácil para esse negócio de histórias de zumbis, mas no caso de Areia nos Dentes eu fico mais do que feliz por isso. Porque é um daqueles livros que eu colocaria fácil, fácil entre um dos melhores que li esse ano. E ó, nem tem tanto zumbi assim.

A narrativa mostra um sujeito tentando recuperar a história da família ao escrever um livro sobre os tempos em que viviam em um povoado no sul dos Estados Unidos. Aos poucos o narrador vai interrompendo a narrativa, seja por um problema com o computador, seja por embriaguez. E quando você já está afoito pensando: cadê os zumbis, cadê, cadêêê?, Já era.  Xerxenesky já prendeu sua atenção e você quer saber dos dois Juans. Você já consegue sentir o calor e a poeira da Mavrak, cidade dos antepassados do narrador.

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Le notti del terrore

Ok, continuo lá na minha peregrinação na trilha dos filmes de zumbi. A bola da vez é Le notti del terrore. Peço desculpas pelo estrangeirismo, mas se tem uma coisa que descobri depois de assistir ‘n’ títulos de mortos-vivos é que… bem, cada filme pode ter ‘n’ títulos. Ironicamente esse não tem um em português, mas tem por exemplo três nomes diferentes em inglês. Poisé. Por isso que daqui para frente vou me referir aos filmes apenas usando o nome original, blé.

Mas vamos à história. Hum… ok, não tem história. Manja aquela coisa de “pornô com historinha”? Então, acho que Le notti del terrori inova e chega com o “terror com historinha”. Um professor descobre sabe-se lá o que e faz com que os mortos voltem como zumbis. E aí os hóspedes desse professor (aloprado, cof cof) serão aterrorizados pelos zumbis. Ponto. É isso.

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World War Z (Max Brooks)

Está aí um livro que tem uma série de preconceitos a serem vencidos. Comecemos pelo autor, que por ser filho do comediante Mel Brooks passa a falsa ideia de que só escreve sobre humor. Depois tem o fato de tratar-se de uma história de zumbis. Porque sim, eu sei que há uma penca de gente que se interessa pelo assunto e lerá um livro assim com gosto simplesmente por ser uma história com zumbis (na verdade eu me animei com o livro por causa disso :mrpurple: ). Por outro lado, tem um monte de gente que relaciona o assunto com filme trash, tosqueira, lixo da cultura pop. O que não deixa de ser uma pena.

Porque World War Z é daqueles livros que te conquistam já nas primeiras páginas, e aí você quer conversar sobre ele, é claro. Só que aí você sugere a história para alguém não muito iniciado ao “mondo zombie” e então a pessoa faz a maior cara de que você não pode estar falando sério. E bem, eu estou. É um dos melhores livros que li, de todos os tempos. Daqueles que você desejaria ter escrito, entende? Daqueles que fazem a diferença no seu dia, não são só uma história legal (embora ei, eu não tenho nada contra histórias legais, muito pelo contrário).

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Non si deve profanare il sonno dei morti

Então, é uma produção franco-espanhola de 1974 dirigida por Jorge Grau que conta com dois diferentes títulos aqui no Brasil, “Zumbi 3” e “A Revanche dos Mortos Vivos II”. Nos Estados Unidos o filme ficou conhecido como “Don’t Open the Window” (lembram do trailer falso em Grindhouse chamado Don’t? Então, é meio que piadinha com o título americano) e também “Let Sleeping Corpses Lie”. Ou seja, é um monte de nome e é bem provável que você já tenha assistido, só não está ligando o título à história.

Para situá-lo, vamos ao enredo: duas pessoas estão viajando no interior da Inglaterra, quando chegam em uma pequena cidadezinha que está servindo como campo de teste de um pesticida radioativo. O tal do pesticida não só deixa todos os bebês da região mais agressivos, como também faz com que os mortos voltem à vida e bem, essas duas pessoas têm o azar de estar no lugar errado na hora errada e são acusados dos crimes cometidos pelos zumbis.

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