Top5 Livros Escritos Por Brasileiras

1aee215a96803333140a69fae3bcc7f3Eeeeeeeeeeeeeeeeee hoje é dia da mulher, viva!! Para comemorar (?!!) decidi depois de muito tempo voltar ao Top5, fazendo uma lista com cinco livros escritos por brasileiras. Eu quase caí em tentação e elaborei uma lista de personagens femininas marcantes, mas aí pensei que isso seria perder o ponto: valorizar o trabalho das minas. Desculpa, homens, adoro muita coisa que vocês escrevem, mas vocês aparecerão em um outro top5 por motivos óbvios, ok?

Porque é isso, né. Igualdade. E eu não digo só em termos de validação de uma crítica que parece ver em nomes femininos estampados na capa um sinônimo de chick-lit 1. Por exemplo: dia desses li um cara argumentando que não há sexismo no mercado editorial porque olha lá a J K Rowling que ganhou milhões com o Harry Potter. Será que a gente conta para ele a razão do “J K” e não um Joanne Rowling estampado na capa? Podemos também mostrar o artigo da guria que depois de adotar um pseudônimo masculino passou a receber mais respostas das editoras. Enfim, não dá para botar a cara num buraco na terra e ficar repetindo que tá tudo bem, tá tudo certo, porque não está.

Então, justamente por isso, a ideia do top5 é lembrá-los do que acontece quando a irmã do Shakespeare ganha oportunidades. Vamos lá, fora de ordem: TOP5 LIVROS ESCRITOS POR BRASILEIRAS.

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  1. eu vou me dar ao trabalho de fazer uma nota de rodapé lembrando que eu adoro chick lit, mas que não nego que o termo tenha lá uma conotação negativa, como literatura mais rasa que se concentra unicamente na busca da mulher pelo príncipe encantado e blablabla 

Todos Nós Adorávamos Caubóis (Carol Bensimon)

Então que lá em 2012  saiu aquela Granta com os jovens autores brasileiros e no Meia Palavra fizemos uma série de posts onde dois membros da equipe comentavam sobre as impressões que tiveram de um dos contos da coletânea. Por coincidência, dois dos que mais me empolgaram na época não eram exatamente contos, mas trechos de romances ainda não publicados: Apneia, que saiu pela Companhia das Letras como o ótimo Barba Ensopada de Sangue do Daniel Galera e Faíscas, que saiu ano passado também pela Companhia como Todos Adorávamos Caubóis, da Carol Bensimon. Em comum, duas coisas: apesar da brevidade (contos, lembra?) prendiam a atenção do começo ao fim, ao ponto de realmente despertar curiosidade sobre o que viria a seguir (e quando os romances seriam publicados).

Faíscas, se eu não me engano, é exatamente o primeiro capítulo de Todos Nós Adorávamos Caubóis, ou seja, a introdução para a história de Cora e Julia. Na época ficava claro um desentendimento no passado, provavelmente relacionado à viagem de uma delas, bem como o fato de que aquela viagem de carro pelo interior do Rio Grande do Sul surgia para Cora (narradora e protagonista) como uma oportunidade de reatar antigos laços. E no final das contas o romance durante os outros capítulos se desenvolve exatamente assim: a viagem de Cora e Julia, os estranhamentos sobre os tempos em que passaram distantes, as explosões de frases não-ditas presas na garganta, a intimidade compartilhada – tudo isso com um tempero de bons road movies norte-americanos.

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