Oliver (interpretado por Ewan McGregor) chega aos trinta e tantos com uma série de revelações para lidar. A primeira é saber, um pouco após a morte da mãe, que seu pai era gay. A segunda, é que tão logo o pai conta este segredo para o filho, e decide finalmente viver, acaba recebendo um diagnóstico de câncer em estágio terminal. É ainda lidando com a perda do pai que Oliver conhece Anna, uma garota que também lá tem sua bagagem (e quem não tem?), e com quem ele aprenderá o quanto tem deixado o passado de outras pessoas tomar conta do seu presente. Isso é basicamente o que pode ser dito sobre Toda forma de amor (Beginners), filme de 2010 que chegou recentemente ao Netflix brasileiro. O problema do “basicamente” é que ele acaba deixando de lado uma série de detalhes que fazem com que o filme seja tocante sem ser piegas.
As atuações são fantásticas, com Christopher Plummer levando um Oscar por sua personagem Hal (o pai de Oliver), mas confesso que quem me encantou ali mesmo foi Ewan McGregor. Eu tinha até esquecido de como gostava deste ator. A personagem que ele interpreta requer que muito seja dito apenas com olhar e com poucas palavras, e mesmo assim ele consegue dar conta de tudo isso: a tristeza em uma festa cheia de pessoas, o encanto por conhecer alguém especial, a dor ao ver que o pai definhava aos poucos mas ainda assim lutava para que seus últimos momentos fossem felizes. A história simplesmente não funcionaria não fosse essa dupla de atores.
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