Eu não lembro bem como foi que encontrei Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children pela primeira vez. Só sei que a capa chamou minha atenção (uma foto antiga, em preto e branco, de uma menininha cujos pés não tocam o chão) e que achei o título interessante. Julgando a sinopse (falando de orfanato abandonado e afins) e a imagem da garotinha da capa, pensei “Opa, é horror, vamos conferir”. Aí comecei a leitura e para mim pareceu algo meio The Princess Bride meets A Vida é Bela, com o avô do protagonista Jacob contando histórias sobre a ilha em que ele passou uma parte da vida com outras crianças como ele – que tinham habilidades extraordinárias. A sensação que fica é de que o livro será uma doce e divertida história sobre como o avô maquiou os horrores da Segunda Guerra Mundial com relatos sobre pessoas extraordinárias (judeus?) que precisavam se esconder em um orfanato para fugir dos monstros (nazistas?).
Bem, a questão é que Ransom Riggs tem uma carta na manga: ele te leva a pensar que o livro vai tomar um rumo e aí surpreende. E isso não é apenas uma vez só (e é óbvio que eu não vou ficar revelando aqui as surpresas). A leitura de Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children fica parecendo um pouco com um passeio em um trem fantasma, onde você nunca sabe ao certo o que virá a seguir. Eu disse que achava que seria uma história de horror, certo? É horror. Mas também fantasia. E aventura. Daquelas obras que enquanto você passa por alguns parágrafos fica só pensando: “Caramba, digam que vão filmar isso aqui!”1
Continue lendo “Miss Peregrine’s Home for Peculiar Children (Ransom Riggs)”