Quando era adolescente lembro que tinha um gosto especial por livros que seguiam o formato de diário. Passava horas acompanhando os dias de personagens como Susie e seu irmão hipocondríaco. Como toda adolescente leitora de Capricho da época, embarquei nos dias de Zlata (assar pão em uma panela :~~ ) e por aí vai. Foi meio o que me motivou a escrever diariamente sobre minha vida, por mais que pouco tivesse para contar de verdade (nunca precisei assar pão em panela, por exemplo). E a realidade é que tinha até esquecido como o formato me agradava até começar a ler My Fat, Mad Teenage Diary, de Rae Earl, livro que originou a série mais bacana que assisti este ano.
O legal de livros baseados em diários é que eles acabam mostrando bem a vida como ela é. Aquele sujeito para quem você não dava a menor bola de repente vira seu melhor amigo em pouco tempo. Algo que ocupava sua mente de forma obsessiva vai sendo deixado de lado. Um ano às vezes pode ser pouco tempo, mas para a vida de um adolescente é tempo suficiente para refletir dezenas de transformações, mesmo que às vezes o leitor fique sem um desfecho propriamente dito (o dia 31 de dezembro pode não trazer todas as respostas, mas convenhamos, poucos dias 31 de dezembro trazem para todos nós).
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