Chá de ayahuasca

Desde o início do mês, quando o Ministro Gilberto Gil encaminhou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) processo para transformar o uso do chá de ayahuasca em patrimônio da cultura brasileira, não sai da minha cabeça um trecho de Deus, um Delírio (do Richard Dawkins) que citei aqui no Hellfire em novembro do ano passado. Acredito que vale a pena ler de novo:

“No dia 21 de fevereiro de 2006, a Suprema Corte dos Estados Unidos determinou, de acordo com a Constituição, que uma igreja do Novo México deveria ser isentada de cumprir uma lei, a que todo mundo tem que obedecer, que proíbe o uso de drogas alucinógenas. Os integrantes do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal acreditam que só conseguem compreender Deus tomando chá de ayahuasca, que contém a droga alucinógena ilegal dimetiltriptamina. Perceba que basta que eles acreditem que a droga aumenta sua compreensão. Eles não têm de fornecer provas. Por outro lado, há muitas provas de que a maconha alivia a náusea e o desconforto dos doentes de câncer submetidos a quimioterapia. Mesmo assim, novamente de acordo com a Constituição, a Suprema Corte determinou em 2005, que todos os pacientes que usarem maconha com fins medicinais estarão sujeitos a indiciamento federal (até na minoria dos estados em que esse uso especializado foi legalizado).”

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Liberdade na TV

Antes de mais nada, alguns esclarecimentos: primeiro, eu não assino tv a cabo (só vejo na casa dos sogros ou da minha mãe, hehe). Segundo, não costumo acreditar em abaixo-assinados (até hoje todos dos quais participei não deram em nada). Terceiro, sou uma defensora fanática da liberdade, por isso comentarei sobre um assunto que, levando em consideração os dois primeiros pontos, eu nem deveria estar falando.

A questão é que um projeto será votado em breve, impondo que a tv por assinatura seja composta por 50% de canais brasileiros e 10% dos canais estrangeiros apresentem programas nacionais1. Já imaginou o belo cocô que será a tv paga, certo? Uhum, igualzinha à tv aberta. Só que você pagará por isso, o que torna a coisa toda um pouco mais difícil de engolir.

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  1. Na realidade, na semana passada a proposta mudou de 50% para 25% 

Não deixe que pensem por você

Quando estava lá no meu primeiro ano da escola de jornaleira (o único que cursei :mrpurple: ), lembro de um professor dizendo que a partir do momento que fizemos a matrícula, ler MUITOS (se possível TODOS) jornais e revistas seria fundamental. E eu tenho cá como hábito estar sempre atrás de notícias, em fontes variadas. Atualmente, é claro, acompanho a maioria dos periódicos pela web, mas também assino revistas como a Veja.

O negócio é: de uns tempos para cá ela está tão, mas TÃO exageradamente panfletária que parece ter esquecido algumas coisas que eu, com meu único ano de jornalismo, jamais esqueci. Não é questão de ser imparcial, porque todos sabem que a Veja não é imparcial – e nenhuma revista tem a obrigação de o ser, vide Carta Capital, por exemplo. Mas o que a Veja tem feito é um exemplo bizarro de mau jornalismo, conforme apontado por Luís Nassif: manipulação de informação, acusações com provas forjadas e por aí segue.

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Para rir

Eu não sei sobre vocês, mas no meu caso “rir da própria desgraça” quando o “própria” se refere à nação, e não ao indivíduo, fico aqui achando que somos meio bocós. Não estou dizendo que deveríamos nos enforcar no pé de tomate mais próximo, mas esse negócio de ficar fazendo piada do que estamos vivendo no Brasil atualmente talvez alivie um pouco as coisas. Tínhamos mais é que resmungar, reclamar e fazer muito barulho, para que não tivéssemos que ouvir a Suplicy falando de epidemia de fofoca, por exemplo.

Ei, não fuja, não é um post ranzinza! Na realidade, eu queria falar da diferença entre ter senso de humor e ser bocó (ou seja, ficar rindo de qualquer coisa), isso para dizer que aqueles com senso de humor se divertiriam bastante com as duas dicas de comédias que eu tenho para dar.  :eba:

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