Poema da Estrela para mim

Estava mexendo na minha caixa de recordações e achei uma poesia que a Estrela fez para mim quando eu tinha 16 anos…

Viver em qualquer lugar que não seja aqui
Que não seja já
Pelo menos não da vida real
Jornalista na Itália, porões de Londres, torcida do Vasco,
mulher do Damon Hill, uma noite fria de 1857…
Não se esforce, a vida não é feita de não
Você já é personagem de um filme de ficção

por falar em ficção…

Vinicius de Moraes

O que eu mais gosto sobre conhecer pessoas é que elas sempre nos ensinam alguma coisa. Qualquer coisa. Seja simples experiência de vida, seja um novo poeta, ninguém passa sem ensinar algo. E tem uma pessoa de quem vou lembrar para sempre por ter me apresentado um dos maiores poetas brasileiros: Vinícius de Moraes.

A obra de Vinícius tem cheiro de boemia. Vai ver é por isso que eu gosto tanto, não sei. Ouvir as músicas dele (especialmente as que ele faz parceria com o Toquinho) são simplesmente uma delícia, não há uma palavra que defina melhor a sensação. É aquela coisa de se estirar na cama e sentir o ventinho entrando pela janela, curtindo o som como quem está ouvindo uma cantiga de ninar. Continue lendo “Vinicius de Moraes”

Soneto LXV do Camões

(Na realidade isso aqui estava pronto para ser postado no dia em que comecei a ter os problemas para acessar o blog. Acabei deixando o rascunho numa pasta e to colocando aqui na série de comemorações de retorno hohohoho)

Então, como eu consegui me matricular em Camões para esse período (já era para eu estar indo para a aula mas estou dando uma esticada básica nas férias 😳 ), vai um soneto do poeta para comemorar ^^

LXV

Quem diz que Amor é falso ou enganoso
Ligeiro, ingrato, vão, desconhecido
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel, ou rigoroso.

Amor é brando, é doce e é piedoso:
Quem o contrário diz não seja crido,
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens, e inda aos deuses, odioso.

Se males faz o Amor, em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas as suas iras são de amor;
Todos estes males são um bem
Que eu por outro bem não trocaria

Obs. A disciplina trabalhará Os Lusíadas. Todo sábado, quatro horas seguidas. Algo me diz que minhas aparições na madrugada ficarão mais raras

Anica por Gregório de Matos

Estou me divertindo com umas poesias do Gregório de Matos que eu encontrei. Olha só:

Não te posso ver, Anica,
por mais que Amor me desperte,
que tu és muito tirana,
e serás ingrata sempre.
Se foras compadecida,
não cessara de querer-te,
pois a beleza humanada
Continue lendo “Anica por Gregório de Matos”

Os Argonautas

Como eu tinha prometido, vou explicar a relação entre Os Argonautas do Caetano Veloso e o Mensagem, do Fernando Pessoa. Para começar, aí vai a letra da música do Caetano:

Os Argonautas

o barco, meu coração não aguenta
tanta tormenta
alegria, meu coração não contenta
o dia, o marco, meu coração
o porto, não
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, noite no teu tão bonito
sorriso solto perdido
horizonte, madrugada
o riso, o arco, da madrugada
o porto, nada
navegar é preciso
viver não é preciso
o barco, o automóvel brilhante
o trilho solto, o barulho
do meu dente em tua veia
o sangue, o charco, barulho lento
o porto silêncio

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Bluebird

there’s a bluebird in my heart that
wants to get out
but I’m too tough for him,
I say, stay in there, I’m not going
to let anybody see
you.
there’s a bluebird in my heart that
wants to get out
but I pur whiskey on him and inhale
cigarette smoke
and the whores and the bartenders
and the grocery clerks
never know that
he’s
in there.

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