Eu sei que não vou contar nenhuma novidade, mas vá lá, você pode trocar o título do livro de John Green, mas parece que no fundo está sempre lendo a mesma coisa. Tipos de personagens recorrentes, temas que se repetem, ações de personagens que são similares. Pelo menos foi a sensação que tive ao ler mais um livro dele (agora a conta chega em três, fora Will Grayson, Will Grayson que eu abandonei logo no começo por motivos que agora não lembro). Cidades de Papel (Paper Towns) chegou agora ao Brasil mas foi lançado em 2008, dois anos depois de O Teorema Katherine. E antes que você pense “aiquesaco, lá vai a Anica meter o pau no me autor favorito de novo”, calma aí. Acho indiscutível essa semelhança entre obras, coisa que até ele mesmo reconhece (dia desses em resposta para um anônimo no tumblr disse “They can get thematically obvious and repetitive“), mas isso não faz de um livro como Cidades de Papel algo ruim, daqueles que você sente que perdeu seu tempo lendo: é divertido e de certa maneira comove (calma, não tipo A culpa é das estrelas). É bom entretenimento, livro para te fazer se sentir bem.
A história aqui é sobre Quentin “Q” Jacobsen, que vive em Orlando. Na primeira parte eles nos descreve a amiguinha de infância Margo Roth Spiegelman, e um dia em que encontram em um parque o corpo um homem que se suicidara. Salto no tempo, agora ambos são adolescentes, mas aquela amizade da infância não existe mais: Q é platonicamente apaixonado por Margo, que virou uma das garotas populares da escola, em partes por causa de todas as histórias sobre sumiços e aventuras que ninguém duvida que sejam verdadeiras: Margo é uma lenda. E eis que uma noite esta “lenda” bate na janela de Q e pede ajuda para um plano de vingança. Só a noite em que os dois circulam pela cidade para dar o recado de Margo já valeria por si só o livro, tem aquele tom gostoso de Sessão da Tarde. Mas aí no dia seguinte Q, que tinha certeza que agora a amizade dos dois voltaria ao que era na infância, descobre que a menina desapareceu. Por conta da paixão que tem pela garota decide investigar por conta própria seu paradeiro, e é dessa investigação que temos a maior parte da história, e também a mais importante.
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