Os melhores livros do Século XXI segundo o NYT (e a Anica também)

Chegando com um mês de atraso para o rolê porque acabei falando disso mais lá na Valinor, mas achei que valia o registro aqui também. Então que o New York Times em uma decisão bastante preocupante resolveu elaborar uma lista dos 100 melhores livros lançados no Século XXI. Digo preocupante porque não chegamos nem a completar um quarto de século, né, qual a pressa? Eles sabem de algo que não sabemos? Dias depois estava a ESPN lançando lista de melhores atletas do século e a ansiosa que vive em mim já ficou com a pulga atrás da orelha. Mas divago.

Como era de se esperar, depois que saiu a lista começaram as reclamações. É natural, principalmente quando não encontramos nossos favoritos e ao mesmo tempo vemos livros do século passado entre os melhores do século atual (NYT carece de uma aula básica sobre como funciona a divisão de séculos, livros do ano 2000 são do século XX).

Das reclamações o que eu achei interessante foram os brasileiros falando que a lista tinha muito livro anglófono: é um periódico estadunidense, a lista elaborada com voto de leitores estadunidenses considerando livros lançados só nos Estados Unidos1, as pessoas realmente esperavam diversidade? 

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  1. uma autora do Lithub foi convidada para votar e em um artigo explicou quais eram os critérios, o que dá para entender ainda mais a questão. Por exemplo, só eram válidos livros publicados em inglês. Vocês têm noção da fatia que o mercado editorial gringo reserva para traduções? É ridícula e claramente se reflete na lista 

Você vai ouvir falar em 2017 (e eu recomendo!)

Imagina o Seu Creysson fazendo joinha e dizendo “Esse eu agarantium”. Não tem nada de mágico aqui: é uma mescla de lista de adaptações que chegam no cinema em 2017 com aquele listão maravilhoso de lançamentos que o Daniel Dago postou no Facebook (queria demais fazer link direto para a lista, mas só consegui uma cópia lá da Gazeta), salpicados com informação sobre como foi a recepção de alguns desses lançamentos no exterior e todo o meu amorzinho pelos livros que li.

Desnecessário explicar, mas já explicando: como elaborei a lista a partir de livros que já li, isso explica a falta de autores nacionais. Ao contrário dos livros gringos (que eu posso ler antes de chegar aqui), os nacionais eu só consigo quando chegam nas livrarias. Mas se quer saber, estou de olho naquele novo da Luci Collin pela Arte & Letra (A peça intocada) e o do Milton Hatoum pela Companhia das Letras (O lugar mais sombrio).

Lembrando que no caso dos lançamentos (infelizmente), alguns podem acabar não saindo. Tem livro que eu já esperava para o ano passado e que está na lista desse ano, por exemplo. Ah, sim. E sem maiores comentários sobre as obras porque cada título da lista tem um link para um post que escrevi na época em que li.

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The Sense of an Ending (Julian Barnes)

(Post originalmente publicado no Meia Palavra em 7/12/11)

Confesso que não conhecia Julian Barnes, embora ele já tenha publicado onze romances. Foi o fato de o último livro dele, The Sense of an Ending ter levado o Man Booker desse ano que chamou minha atenção para o título. A sensação que ficou ao ter acabado o romance em questão foi um misto de alívio por saber que tenho mais do autor para conhecer e arrependimento por nunca ter lido algo dele antes. Não dá para economizar elogios, é realmente um livro fantástico.

E como todo livro bom, falar do enredo pode ser perigoso, passar uma falsa ideia de que é simples. Cabe então frisar que embora The Sense of an Ending gire em torno das memórias de Tony Webster, especialmente em seu relacionamento com seu primeiro amor Veronica e sobre sua amizade com Adrian, ele é muito mais do que isso. Há camadas e camadas nesse romance, muito para se absorver. Tanto, que após lido há uma sensação de urgência em encontrar mais alguém que também o conheça para poder conversar sobre ele. Continue lendo “The Sense of an Ending (Julian Barnes)”