Quando comecei a ler Neuromancer lembro que estava mais supresa com o quanto os irmãos Wachowski tinham “bebido da fonte Gibsoniana” (fiquemos com o eufemismo, sim?) do que com qualquer outra coisa. Aí Fábio vai lá e chama minha atenção para o detalhe de que quando o livro foi escrito (em 1984) muitos conceitos ali está apresentados e passa batido por nossos olhos “modernos” sequer existia naquele tempo. A partir disso você até esquece de Neo e cia. (ok, às vezes não dá para evitar a comparação) e se rende completamente à história.
Com um tom que lembra bastante aquele sci-fi meio noir escrito pelo Philip K. Dick em Blade Runner e Ubik – no qual nada nem ninguém parece ser o que é – Neuromancer apresenta Case, um “cowboy” (hacker) que era um dos melhores ladrões de informação da matrix, que então tem a ideia infeliz de roubar de um cliente. A consequência é que tem seu sistema nervoso lesado de tal forma que não pode mais trabalhar, o que faz dele um completo perdedor quando Molly entra em cena para oferecer uma chance única.
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