Hum. É. Aqui estou. Não estava muito animada para fazer a lista de melhores leituras do ano porque olhando para os livros que separei para o top10, uma parte achei bem boa, mas nem todos são livros que me acompanharão no futuro. Sabe, não daqueles que só de ver a capa em algum lugar ou ler algum comentário já dá aquela sensação de reencontrar um bom amigo? Algo assim.
É meio que um desânimo, não necessariamente sobre o ato de ler, mas dessa conversa que vem depois. Até com o registro que eu sempre fui super metódica acabei deixando passar alguns momentos de obsessão (o outubro dos romances góticos, por exemplo, ou o setembro das comédias românticas).
Mas eu percebi que foi a mesma coisa com os filmes, então acho que talvez seja mais algo sobre onde está minha cabeça no momento e não sobre os livros em si. Talvez por isso mesmo valha o registro, nem que seja para revistá-los em outro momento. Então, mais um ano, mais uma lista. Continue lendo “Melhores Leituras de 2021”
Quase chegando no final do ano, não tenho lá grandes esperanças de sequer terminar The Spoonbenders ainda em 2018, então acho que já dá para fechar a lista com segurança. Tanta coisa bacana este ano que confesso que tive que dar umas chunchadas na minha lista, incluindo duas regras novas (“não vale releitura”, “hq fica separado”), o que significa deixar de fora Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas do Machado de Assis e As Bruxas de Salém do Arthur Miller. E as hqs estão no post anterior.
Sobre os do Machado: segundo semestre fiz uma optativa maravilhosa com o professor Luís Bueno. A ideia de ler em um intervalo curto de tempo os principais romances do Machadão foi ótima, até porque te dá uma visão diferente do todo. Enfim, acabei me reapaixonando por Machado – deve ter uns 10 anos aí da última vez que li os romances, e bater os olhos no Brás Cubas logo em 2018 é um daqueles momentos mágicos do livro certo na hora certa.
(Aliás, dessa experiência tenho que dizer: é esquisito dizer que um livro é seu livro favorito depois de tantos anos e preciso urgentemente reler alguns.)
Então é isso, lista dos favoritos logo após o pulinho – não está exatamente em ordem porque afinal, separar dez já foi complicado.
Não sei bem como começar. Quero falar de tantas coisas, talvez o ideal seria comentar comentar brevemente cada um dos contos, porque todos são ótimos – algo raro em coletânea de contos, convenhamos. Se tem alguma escala de mais para menos no livro é “assustador”, e mesmo assim isso não tem relação alguma com a qualidade deles.
De forma geral o que ficou da leitura de As coisas que perdemos no fogo de Mariana Enríquez foi: como nossa história é parecida com a da Argentina e como eu nunca tinha me tocado disso. Como frases do tipo “All electronics were cheap – TVs and stereos, photo and video cameras. It couldn’t last long, said my parents, it couldn’t be true that an Argentine peso had the same worth as a dollar” me transportaram para minha adolescência em 1994, no início do Plano Real.