Redes Sociais Literárias

estanteDesde 2007 estou testando algumas redes sociais literárias (como dizem por aí “tipo um orkut de livros”). Registro os livros que estou lendo e vejo o quanto a ferramenta é realmente bacana (ou não). Hoje comentarei sobre quatro delas, sendo 3 estrangeiras e uma nacional: LibraryThing, Shelfari, Goodreads e Skoob (books ao contrário, ho ho ho).  As notas variarão de 0 a 5, de acordo com os seguintes critérios: adição de livros novos, navegabilidade, ferramentas, visual e sociabilidade (já que são redes sociais, né?).

Espero que as avaliações sejam úteis não só para direcionar para boas ferramentas, mas também para que vocês possam conhecer diferentes opções e testar as mais adequadas aos seus gostos. E acreditem: é muito legal poder compartilhar informações sobre livros e mesmo ter um registro de tudo o que temos lido, por isso se você ainda não tentou cadastro em nenhum desses lugares, não perca tempo e vá logo conferir. Agora vamos às avaliações, certo?

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O Caçador de Pipas (Khaled Hosseini)

Literatura tem dessas coisas: desperta paixões, e conseqüentemente gera grupos de seguidores fanáticos que não suportam ouvir uma crítica à obra amada. Veja meu caso, por exemplo: se você chega e diz que Allan Poe é uma droga, eu passarei hoooooooras da minha vida tentando provar o contrário. Então, fanáticos do Hosseini, deixo desde já o recado: calma, eu entendo vocês.

Mas o grande fato é que O Caçador de Pipas foi uma decepção para mim. Até porque nas últimas vezes que arrisquei ler algo da lista dos mais vendidos, eu acabei me surpreendendo positivamente (vide Budapeste, A Estrada da Noite, A Menina que Roubava Livros e Deus, um Delírio). Mas no caso de o Caçador já na metade do livro tinha concluído que tratava-se de uma obra superestimada.

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Ensaio sobre a cegueira

Acredito que já comentei por aqui que meu maior problema com o Saramago são aqueles parágrafos enoooormes que faziam com que eu acabasse me perdendo e nem sacasse que o sujeito está a descrever um quadro ou qualquer coisa do tipo (aí, o único livro dele que consegui ler até o fim foi O Ano da Morte de Ricardo Reis, aliás, altamente recomendável). Enfim, resolvi ler o tal do Ensaio sobre a cegueira, até porque pessoas confiáveis (hehe) elogiaram muito e eu achava que o tio Saramago merecia uma chance.

Antes de falar do livro, vamos ao resultado: agora eu quero ler tudo o que ele já possa ter escrito, até poesia em bolacha de boteco se for o caso. O Ano da Morte… é legal, muito bom mesmo, mas o que ele faz em Ensaio sobre a cegueira é único, é apaixonante.

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Agora que o ano começou…

…alguns comentários.

Elizabeth: A era de ouro é um filme razoável. Algumas imagens bonitas, figurino bacana e a Cate está mandando bem. Problemas? Primeiro: não consigo mais olhar para o Clive Owen sem imaginá-lo enfiando uma cenoura em alguém. Segundo: o final desanda. Terceiro: Por que quando um filme é de fato uma continuação as pessoas não deixam isso mais óbvio para pessoas meio lesadas como eu? Só fui sacar que era continuação do outro Elizabeth quando me dei conta que a Cate estava encarnando muitas Elizabeths para o meu gosto.

***

Douglas Adams foi provavelmente o cara mais genial que já passou por nosso planetinha (e talvez pelo universo, visto que outras formas de vida podem não ter um senso de humor parecido com o nosso). Estou quase no fim de A Vida, o Universo e Tudo o Mais e não consigo deixar de rir só de lembrar de alguns momentos. Juro, esse ano eu uso a toalha!

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Shelfari

Pense em uma mistura de last.fm com Orkut voltado para o pessoal que tem uma queda especial por livros. E aí você tem o Shelfari, ferramenta que conheci hoje por indicação do Ristow. A idéia é simples: você organiza sua estante (livros lidos, livros que está lendo, livros que você quer, etc.), que será parte do seu “perfil” (esta seria a parte last.fm da coisa, não se empolguem porque não se trata de um site que disponibiliza e-books…).

Além disso, você pode adicionar amigos, fazer parte de grupos, escrever resenhas sobre os livros que leu e por aí vai. Eu diria que é um LibraryThing melhorado (ou seja, com mais opções), não fosse um problema: não tem como adicionar livros manualmente. Mas segundo o site, AINDA não.

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Eu sou a lenda

Ano passado li uma novela (não, não é roteiro de O Rei do Gado, é um conto um pouco maior) sobre vampiros pela qual me apaixonei completamente, chegando a colocar no meu top3 de histórias de vampiros (e olha que eu adoro histórias de vampiros). Chama-se “Eu sou a Lenda“, e só pude conferir essa história em inglês, porque era dificílimo arrumar uma edição traduzida por aqui.

Mas como é o tempo e o nosso mercadinho editorial, ahn? Por coincidência, a Warner tinha lá seus olhinhos em uma adaptação envolvendo Will Smith e eis que uma nova edição chega às livrarias um mês antes do lançamento do livro. Com o Will na capa, é claro. O que é estranho, visto que o filme não tem nada a ver com o livro.

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Uma Longa Queda

E eis que finalmente posso conferir o (já não tão) novo Hornby, Uma Longa Queda. Aliás, o período do ano não poderia ser mais apropriado: a história começa com o encontro de quatro estranhos no topo de um edifício de Londres, famoso por ser o local preferido dos suicidas, na véspera do Ano Novo. Martin, Maureen, JJ e Jess, que não têm nada em comum a não ser o fato de que, naquele dia tinham resolvido cometer o suicídio, mal percebem quando pouco a pouco cada um vai tomando um espaço em suas vidas.

O divertido da história é que ela é contada sob o ponto de vista dos quatro, em primeira pessoa. Assim, as características de cada um ficam claras no discurso, como por exemplo a Jess, que fala sem parar e utiliza um palavrão a cada quatro palavras, ou Maureen, que é toda recatada (na verdade um oposto perfeito da Jess). E como a história é contada por cada um deles, de certa forma você vai conhecendo as personagens junto com os demais.

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Perca um livro

Éééé, isso mesmo, perca um livro. Aliás, perca um BOM livro. A idéia não é exatamente novidade (começou lá por 2001 com o BookCrossing) mas resolvi embarcar nessa depois que vi um post divulgando o site lá no Meia Palavra1. Funcionando como um tipo de incentivo à leitura, para participar do Perca um Livro basta seguir estes passos:

1. Leia um bom livro;
2. Cadastre o livro e escreva seus comentários para pegar seu código único e a etiqueta correspondente ao livro;
3.”Perca” o livro em um lugar público.

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Arnaldo Jabor partiu meu coração

Em uma manhã de segunda-feira, durante uma aula de Técnicas de Reportagem e Entrevista. Lembro como se fosse ontem: passei na biblioteca da PUC e por acaso peguei “Eu sei que vou te amar”, aquela edição com a Fernanda Torres e o Thales Pan Chacon na capa. Eu estava em uma fase preciso-ler-muito-para-esquecer (e aí você pergunta “Esquecer o quê?” e eu digo “Dos amores não resolvidos, ué”).

E aí ele partiu meu coração, porque ao invés de esquecer, eu lembrei. E foi de alguma forma tão marcante, que não só eu lembro até hoje do exato momento em que ele partiu meu coração, como ainda lembro do que senti na hora (e de quantas vezes fiquei relendo trechos dos livros para quem quer que eu encontrasse na frente).

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Everything is not going to be ok

Começou o ano e eu e o Fábio estamos de férias e nerdiando felizes a bailar. Aí parte do roteiro de nerdiação foi assistir A Scanner Darkly, que por estas bandas receberá o ma-ra-vi-lho-so título O Homem Duplo. O filme é baseado em uma obra do Philip K. Dick – não é o primeiro filme baseado em alguma obra dele, Blade Runner também é.

Aliás, tal como no caso do filme do caçador de andróides, este se passa no futuro. A principal diferença no caso de Scanner Darkly é, para começar, o uso da técnica conhecida como rotoscopia – os atores são filmados e depois a animação é feita sobre eles. Além disso, aqui o tema central não é a “humanidade”, mas as drogas.

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