Negócio é que nessa avalanche de reportagens anunciando o lançamento da Companhia das Letras, acabei lendo uma assinada por Paulo Nogueira que saiu na revista Época. Fala daquilo que temos lido aqui e acolá mas veio com um extra: um comentário sobre um livro recentemente escrito pela viúva de Wallace, chamado Bough Down. A passagem citada por Nogueira automaticamente despertou meu interesse pela obra. Tanto que já coloquei na wishlist de aniversário – e bem, acabei de ler.
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We Have Always Lived in the Castle (Shirley Jackson)
Motivos para gostar de We Have Always… são vários. A capa pode enganar (parece de livro infantojuvenil), a autora também (Jackson é conhecida pelo terror The Haunting of Hill House, além de ser influência de autores como Stephen King e Richard Matheson – o que levaria o leitor a pensar que teria em mãos um livro de terror, pelo menos no sentido mais genérico da palavra). Mas se posso dar um conselho é: abandone as tentativas de adivinhações e se deixe levar pela história das duas irmãs Blackwood.
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How To Build a Girl (Caitlin Moran)
E aí eu comecei a ler, fechei meu top5 de leituras e agora queimei a língua e vou ter que colocar uma bônus track para a Dona Moran porque olha, garrei morzinho no livro. Antes de começar a falar dele, preciso avisar que: a) não acho que seja um livro para todo tipo de público. Já li resenha de gente que ficou ofendida com o senso de humor da autora, por exemplo. b) ele é um livro simples, que te ganha pelas ideias. c) além das ideias, é provável que role uma identificação se você foi um adolescente meio bizarro.
As melhores leituras de 2014
Ieiiiii.
Curioso que provavelmente uma mulher seja a última da lista. Comecei 2014 com uma trinca masculina (Fischer, Tolkien e Vizzini) e tudo levava a crer que seria mais um ano típico (muito homem, quase nada de mulher), aí veio a Carol Bensimon trazendo amor e abrindo o espaço para o mulherio que, como você poderá notar, dominou não só a lista de leituras em si, mas também o top5.
O Irmão Alemão (Chico Buarque)
Eu sabia que tinha algo para chegar este ano (devo ter lido algum comentário lá no blog da Companhia, não sei), mas conforme a data de lançamento ia se aproximando, eu ficava cada vez mais curiosa: sobre o que diabos é esse livro? “O novo livro de Chico Buarque é um romance em busca da verdade e dos afetos“. Maaaaais, quero saber maaaaais. E aí começam a aparecer as primeiras resenhas e finalmente descubro: O Irmão Alemão é um romance que usa como base uma história pessoal do Chico (desculpa, aqui será Chico), buscando informações sobre um irmão nascido na década de 30 na Alemanha, de quem ele só foi tomar conhecimento quando já adolescente.
Só para manter o registro
O bom e velho post com um breve comentário sobre livros que li mas dos quais não falei aqui.
A proposta é bem maluca e o desenvolvimento mais ainda: um cara saudável (Steve) é diagnosticado com uma doença que lhe dá poucos dias de vida. Detalhe é que mal avançamos na leitura e ficamos sabendo que o que o que Steve tem é meio que o que todos nós temos: a certeza de que morreremos eventualmente já que estamos vivos.
Boa parte das melhores piadas saem disso, mas a metralhadora do Lipsyte dispara para todo lado da nossa vida “moderna” e todas as maluquices inclusas no pacote. Em um outro post já tinha comentado um tico dele aqui, dizendo que “é um livro com bons momentos mas que não mexeu comigo o suficiente para sentar aqui e escrever sobre ele. Basta dizer que tem uma pitada de Tibor Fischer (alou, Sol!), que tem uma ideia bem sacada só que em determinado momento ele começa a se repetir tanto, tanto, que cansa. Seria uma novela excelente, e é um romance mediano“.
“Was I living?” I said.
“Wow”, said Desmond. “Don’t talk. Don’t say another thing. Those should be your last words. Mythic, man. I knew you had style.”
The House of Impossible Loves (Cristina Lopez Barrio)
Tem uma frase do Tibor Fischer que ficou martelando na minha cabeça: “Nunca existira um livro que não contivesse fibras de outro livro”. The House of Impossible Loves da espanhola Cristina Lopez Barrio parece ser a prova disso. Ecos de outros autores estão ali, de forma bastante clara – não à toa quase todas as resenhas desse livro acabam invariavelmente falando de García Márquez e Isabel Allende. Talvez o que diferencie a influência da mera cópia seja o fato de que no primeiro caso esses ecos surgem como ingredientes de um grande ensopado, e não como o prato principal. Barrio consegue fazer o tal do ensopado ao contar a história da estranha família Laguna e suas mulheres, amaldiçoadas há séculos a ter apenas filhas e sempre serem infelizes no amor.
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A História do Amor (Nicole Krauss)
A História do Amor. Ahhhhh, A História do Amor. Pega um título desses e já toca O Amor e o Poder na minha cabeça e penso que lá vem um daqueles livros fofos de romances improváveis que vá lá, eu curto mas no fim é sempre mais do mesmo. Vou confessar aqui que o livro só apareceu no meu radar por causa de um post no tumblr. Pois é. Aparentemente todo mundo já tinha ouvido falar, já leu ou morre de vontade de ler, e eu não fazia a menor ideia de que existia esse livro por aí. O tal do post reforçava um pouco minha ideia sobre qual seria o enredo da obra, no final das contas. Era esta imagem:
The Vacationers (Emma Straub)
Bom, esse ano lá fora aqui e acolá pipocou o nome The Vacationers, de Emma Straub. Até faz sentido, já que a história gira em torno da viagem de uma família disfuncional para Maiorca, na Espanha. Piscina, praia, sol, areia… meio que parece perfeito para a estação. Detalhe é que o livro simplesmente não é lá essas coisas. Sabe aquele carinha esforçado que estuda pacas mas só consegue tirar nota cinco? Algo assim.
This One Is Mine (Maria Semple)
This One Is Mine foi o primeiro livro da Maria Semple, publicado em 2008. Pelo que eu entendi, marcou um pouco a transição da carreira dela de roteirista de séries de TV para escritora. É um primeiro livro, deve ser avaliado como tal e blablabla, mas meudeus, que decepção.