Homem Peixe

A Jô me emprestou Os Versos Satânicos, do Salman Rushdie (a quem apelidamos carinhosamente de ‘homem peixe’). Eu aproveitei que essa semana só estou aplicando provas e estou lendo o livro, que é loco de bom e assim que terminar escrevo comentários aqui. Mas vou deixar um trecho que achei muito legal, e que tem muito a ver…

“(…)Ele se casou antes que ela mudasse de idéia , mas nunca aprendeu a ler seus pensamentos. Quando ela estava infeliz, trancava-se no quarto até se sentir melhor. “Não é da sua conta”, dizia. “Não quero que ninguém me veja quando estou assim.” Ele costumava dizer que ela era como uma concha. “Abra”, martelava em todas as portas trancadas da vida em comum, primeiro no porão onde moraram, depois na casa, depois na mansão. “Eu te amo, me deixe entrar.” Ele precisava tanto dela para garantir a própria existência, que jamais compreendeu o desespero daquele sorriso brilhante e permanente, o terror daquele brilho com que ela enfrentava o mundo, ou as razões por que se escondia quando não conseguia sorrir. (…) não tinha nenhuma segurança, e cada momento que passava no mundo, era cheia de pânico, e por isso sorria e sorria, e talvez uma vez por semana, trancava a porta e tremia e se sentia como uma casca, como um amendoim vazio, um macaco sem coco.”

Budapeste (Chico Buarque)

Bom, eu devo confessar que “Lista dos Mais Vendidos da Veja” normalmente tira qualquer vontade minha de ler um livro, já que é como se ele perdesse mais da metade do charme. É aquela história: isso é livro para qualquer um ler.Mas eu não consigo resistir ao nome “Chico Buarque” escrito embaixo do título. Comecei a ler pelo Chico, pensando “Nossa, para quem já escreveu tanta coisa linda, vai ver é um dos poucos casos que o sujeito figura na lista dos mais vendidos por sua qualidade, e não só pela propaganda”.

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Maiakovski

Minha cabeça ainda dói. Melhor eu levar a sério as resoluções de ano novo, senão perco o fígado e o namorado.

Poema do Maiakovski:

E Então Que Quereis?…

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades
.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

Paulo Leminski

“ Faço uma proposta, frase feito por via de uma dúvida: alguém pensou aqui e não fui eu. O mundo não quer que eu me distraia. Distraído, estou salvo. Essa necessidade não é só física, é a necessidade da verdade, a carência de informações, a pobreza de dados. Não é agradável ser olhado por nós, saí da geografia por meio da história.”

Paulo Leminski

Bairrismo? Provalvemente não. Mesmo que Paulo Leminski não fosse curitibano tenho certeza que admiraria seu trabalho com a mesma paixão.É inovador até mesmo para os dias de hoje, e em alguns casos tão bem… “confeccionado”, que não tem como não reconhecer o mínimo de valor literário. Continue lendo “Paulo Leminski”

Pirandinho

(Nota:acrescentar na lista do “não vou” o item ‘Me importar com o que os outros pensam de mim’)

Eu só queria saber porque cargas d’água isso acaba fazendo tanta diferença para mim ao ponto de me deixar puta da vida.

Só sei que estou um pouco cansada de ‘se’. Preciso colocar os pés do chão e deixar o Sonhar por uns tempos. Qualquer lugar que seja sim e não. Qualquer lugar em que não tenha esse monte de dúvida por nada. Continue lendo “Pirandinho”

Eu sei que vou te amar

Só Deus sabe o que estou fazendo acordada a essa hora, se eu já fechei msn, fórum e tudo mais há mais de uma hora… Fiquei mexendo em uns textos aqui e lembrei do filme do Jabor, o Eu Sei que Vou te Amar. Tem trechos tão fodas, mas tão fodas que… poxa. Deu vontade de ver de novo.

Eu sei que você sabe que eu sei de tudo que você era e que teu único tesouro é o que eu não sei mais…

Disso eu sei hoje… mas aconteceu alguma coisa na nossa vida que as almas se misturaram… a gente não pode ficar junto porque morre… morre a vida morre tudo… só fica a gente… eu me separei de você porque te amava demais… Continue lendo “Eu sei que vou te amar”

Eu sei que vou te amar

Só Deus sabe o que estou fazendo acordada a essa hora, se eu já fechei msn, fórum e tudo mais há mais de uma hora… Fiquei mexendo em uns textos aqui e lembrei do filme do Jabor, o Eu Sei que Vou te Amar. Tem trechos tão fodas, mas tão fodas que… poxa. Deu vontade de ver de novo.

Eu sei que você sabe que eu sei de tudo que você era e que teu único tesouro é o que eu não sei mais…

Disso eu sei hoje… mas aconteceu alguma coisa na nossa vida que as almas se misturaram… a gente não pode ficar junto porque morre… morre a vida morre tudo… só fica a gente… eu me separei de você porque te amava demais… Continue lendo “Eu sei que vou te amar”

Primeiro Fausto e etc.

Pois então… estava na rua no momento em que desabou um dos maiores torós esse ano aqui em Curitiba (detalhe: vestida de branco ¬¬’), adoro minhas turmas de terça (ainda mais quando chegam quatro alunos novos dizendo que “Não gostaram da aula da Ana Carolina e queriam ficar na minha turma”) e eu cheguei a conclusão que me desaponto muito com as pessoas porque espero delas coisas que elas não são (ou coisa do gênero). Continue lendo “Primeiro Fausto e etc.”