Top5 livros em 2008

Antes que eu me esqueça, um feliz ano novo para todos vocês. Esse ano não procurarei por aquelas mensagens bonitas de agendas porque tem um post que quero escrever antes que o ano acabe: os melhores livros de 2008. Mas esse ano as coisas serão um pouco diferentes: ao invés de falar dos lançamentos do ano como fiz em 2007, falarei de cinco livros que li esse ano, sem me preocupar com a data de lançamento. O que fez com que eu decidisse mudar o critério é porque em 2008 li dois livros maravilhosos, daqueles que entraram na minha lista de favoritos de todos os tempos, e eles simplesmente ficariam de fora por causa da data de lançamento aqui no Brasil. Então, sem mais enrolações, vamos para o…

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Dead Until Dark x True Blood

sookieebillAcabei de terminar de ler Dead Until Dark, livro de Charlaine Harris no qual se baseou a nova série da HBO True Blood. Ao contrário de Guilty Pleasures acho que voltamos ao esquema de “livro de vampiros que agradará mais ao público feminino”, mas acho que os fãs das histórias de vampiros devem gostar bastante porque muito do mito foi preservado: a necessidade de sangue e as fraquezas como luz do sol e alho, por exemplo. Mas como a narradora é a Sookie, algumas passagens ficam meio “menininha” demais, como por exemplo quando a protagonista está reparando na derrière do chefe (Sam).

De qualquer modo, o livro é divertido e tem como vantagem sobre a série o fato de mostrar mais dos vampiros e menos das personagens humanas chatas. Inclusive algumas personagens que são chatinhas na TV são bem legais no livro. E foi pensando na questão da adaptação que eu resolvi apontar algumas diferenças básicas entre True Blood e a obra de Charlaine Harris. Óbvio, um montão de spoilers e tudo o mais, só continue lendo o post se isso não for fazer diferença alguma para você.

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Guilty Pleasures (Laurell K. Hamilton)

Então que você leu já leu todos os livros da série Crepúsculo e agora está naquela secura para novas histórias sobre vampiros? Não entre em pânico! Felizmente a literatura nos presenteou com vários títulos sobre esse tema. O que acabei conhecendo recentemente foi a série “Anita Blake: Vampire Hunter“, que inicia com o livro “Guilty Pleasures” (Prazeres Malditos aqui no Brasil). Escrita em 1993, a história é narrada pela protagonista que sim, chama-se Anita Blake e que uou, é uma caçadora de vampiros. Nada de muito novo, especialmente se for considerar que um ano antes já tinha saído no cinema a primeira versão de Buffy (com o Dylan do Barrados no Baile no elenco, há, há!).

Mas o bacana da mitologia criada pela Hamilton é que bem, vampiros não são exatamente monstros. Um vampiro é praticamente visto como um cidadão comum, a não ser que mate aquele de quem ele se alimenta. Anita trabalha em parte como investigadora de crimes sobrenaturais e tem licença do governo para matar vampiros que são uma ameaça à sociedade (o que rende para ela o apelido de “The Executioner”) e bem, ela também é uma “animator”, alguém capaz de ressuscitar pessoas.

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Generation Dead (Daniel Waters)

Desde que os primeiros mortos começaram a se levantar nos cemitérios da cultura pop, a idéia de zumbis como uma metáfora para nossa sociedade vem acompanhando essas histórias. Pegue lá Dawn of the Dead, o filme do Romero, que na leitura de algumas pessoas faz uma crítica ao consumo desenfreado nos tempos (já nem tão) atuais. E aí você pega Generation Dead, livro de estréia de um tal de Daniel Waters (escritor tão obscuro que você não encontra na Wiki, mas que tem um blog no blogspot) e fica pensando “Ok, como é que esse livro poderá me surpreender?”

E o mais engraçado, como quase tudo envolvendo zumbis:  você sempre acaba se surpreendendo. Nesse caso, o que mais chama a atenção é que em teoria, Generation Dead é um livro teen com mortos-vivos. Em teoria não, porque nuss, tem um monte de coisa de futebol americano e baile da escola e blablabla. Mas não é chato, pelo contrário, você simplesmente não consegue largar o livro. E quando o assunto é a metáfora para nossa sociedade… olha, acho que esse foi o que tocou mais fundo o dedo na ferida.

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The Day the Saucers Came

É o nome de um poema do Neil Gaiman, que só para variar, é muito fofo e bacaninha. Eu não sei se já tem traduzido aqui no Brasil, mas para os que sacam inglês, segue aí o texto para que vocês conheçam (se não saca inglês, vá direto para o final do post):

The Day the Saucers Came

That day, the saucers landed. Hundreds of them, golden,
Silent, coming down from the sky like great snowflakes,
And the people of Earth stood and stared as they descended,
Waiting, dry-mouthed to find what waited inside for us
And none of us knowing if we would be here tomorrow
But you didn’t notice it because Continue lendo “The Day the Saucers Came”

Retrospectiva 2008 (versão Hellfire Club)

Sim, eu sou toda apressadinha e o ano nem acabou e já estou aqui fazendo uma lista de destaques. Mas é melhor fazer agora que tenho tempo do que deixar para depois e aí perder o timing, hehe. Antes de tudo, reparei que esse ano não registrei todas as coisas que li, ouvi e vi – muito passou batido. Fica aí mais uma resolução de ano novo, em 2009 tratar o Hellfire com mais carinho, há há. Como sempre, vamos por partes:

No Cinema, acho que um dos grandes destaques foi Juno, om pinta de filme alternativo e ótima trilha sonora, foi uma grata surpresa. Mas alternativo, alternativo mesmo continua sendo The Man From Earth, que desenvolve uma história genial com extrema simplicidade. Mas se me perguntam qual foi o melhor lançamento desse ano, ó, fico extramemente dividida entre dois: Onde os fracos não têm vez e Os Indomáveis.

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10 perguntas e meia

O Pips sugeriu lá no Meia que começássemos um negócio novo no blog, o 10 perguntas e meia, que consiste basicamente em entrevistar pessoas batutas relacionadas com a literatura fazendo… ahn… 10 perguntas e meia. Hoje a tarde foi ao ar a primeiríssima entrevista, e eu preciso registrar aqui no Hellfire porque estou toda orgulhosa. Os méritos são todos do Pips, devo dizer. Mas enche os olhos ver algo tão legal dando tão certo. Por isso deixo aqui o convite para vocês darem uma passada lá no Meia para ler as 10 perguntas e meia que fizemos para o vencedor do prêmio Jabuti desse ano, Cristovão Tezza: 10 perguntas e meia para Cristovão Tezza.

Crepúsculo (filme)

Sim, acabei de ver Crepúsculo e agora vou comentar uma coisa ou outra sobre o filme. Dividirei o post entre pontos negativos e positivos senão eu embaralho tudo e não deixo claro o que achei. Vamos começar com as más notícias então, certo? E antes que eu me esqueça: ALOU, ESTOU FALANDO DE UM FILME QUE VOCÊ PROVAVELMENTE NÃO VIU. SPOILERS DE MONTÃO E TALZ.

PONTOS NEGATIVOS:

1. A Edição: até o momento é o mais negativo dos pontos negativos. A Hardwicke (diretora) deve ter perguntado para os caras da Summit “Ei, certeza que não posso fazer um filme de 2:30h, 3h meio tipo O Senhor dos Anéis?” e então com a recusa começou a picotar a história, enxugando tanto, mas TANTO que parece que Bella e Edward se apaixonaram porque não tinham nada para fazer. Aliás, verdade seja dita, parece que ela conquistou a amizade dele, não o amor. Para quem leu o livro, dá aquela sensação básica de “ei, faltou algo!”. Para quem não leu, deve dar até crise de riso.

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Música, Ídolos e Poder – do Vinil ao Download (André Midani)

Deixando de lado os casos de pessoas que vivem de música ou são obcecadas pelo assunto o fato é que o público em geral tem contato basicamente com o produto final e o artista, esquecendo que existe  todo um processo bem longo e complicado entre a composição e a venda de uma canção. E é justamente aí que entra o ponto alto de Música, Ídolos e Poder – do Vinil ao Download do André Midani: pelo autor ter sido parte tão importante em muito do que ouvimos hoje como nossa MPB, vemos muito mais desse processo.

A Bossa Nova, a Tropicália, as carreiras solo de Erasmo Carlos e Rita Lee, Tim Maia, Kid Abelha, Barão Vermelho, Titãs… Você pensa em qualquer coisa criada no Brasil até os anos 90 e pode ter certeza que tem o dedo desse Midani no meio. E mesmo nas figuras que ele não “descobriu”, nos grandes momentos desses artistas ele esteve presente (caso de Chico Buarque, por exemplo).

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The Road (Cormac McCarthy)

Pense em um lugar morto. Sem árvores, sem o canto dos pássaros, dominado por cinzas. Na verdade, as cinzas cobrem inclusive a luz do sol, tirando as cores do céu, da terra e de tudo o que ela toca. À noite, não há mais iluminação artificial, não há mais a luz da lua ou das estrelas, há apenas uma escuridão total, que não permite que você enxergue um palmo diante de sua face. Silêncio quase enlouquecedor. A falta de vida significa falta de comida, e homens tornam-se canibais. É o fim da humanidade.

Nesse cenário que McCarthy (autor de No Country for Old Men) desenvolve o romance “The Road”, que conta a história de um pai e seu filho atravessando a estrada que dá título à obra, fugindo dos horrores causados por um desastre sem nome. A narrativa começa já anos após o que fez o mundo como conhecemos virar esse pesadelo, e o pouco que se sabe (e pouco mesmo) do que era antes vêm de flashbacks.

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