Plim-plim

Propaganda cara-de-pau do Meia Palavra, mas vocês sabem, é um cantinho que me enche de orgulho e tudo o mais. Então, para quem perdeu, vamos lá:

  • Como aquecimento para a chegada do autor no Brasil, começamos a promoção “Conn Iggulden na Bienal”, que vai até dia 03/08. Se ainda não participou, ‘bora lá mandar email.
  • 10 Perguntas e Meia para Tony Belotto – siiiim, o Tony Belotto dos Titãs e dos livros do Bellini. Boa entrevista, vale a pena dar uma conferida. E fiquem espertos porque logo chega outro 10 Perguntas e Meia muito legal.
  • A lista de sugestões d’Os 14 Casais Fofos da Literatura que está rolando lá no Votorama MTV foi criada por membros do Fórum Meia Palavra. A enquete ficará aberta por mais 20 dias, e eu até sugeriria uma trollagem nérdica que tirasse Harry Potter e Crepúsculo das primeiras colocações, mas meeeh, deixa a rapaziada ser feliz.
  • E bem, aproveitando para deixar o convite: se tiver algum artigo que você queira publicar no Blog Meia Palavra, basta mandar um email para [email protected]. E se ainda não visitou o Fórum Meia Palavra, passa lá que no momento está rolando uma discussão bem legal sobre Cândido do Voltaire no Clube de Leitura.

2666: A parte de Amalfitano

Continuando a leitura de 2666 de Roberto Bolaño, terminei ontem à noite a segunda parte (A parte de Amalfitano). Para situar quem acabou de chegar, estou seguindo na direção contrária do que foi adotado pela família do autor (publicação do que seriam cinco livros em um só) e fazendo os comentários aos poucos, sempre antes de iniciar a parte seguinte. Minhas opiniões sobre a primeira parte (A parte dos críticos) você pode encontrar aqui.

Eu sei que em teoria estou lendo o livro tal e qual a qualquer um – até porque mal estou interrompendo a leitura. Por causa disso acho que as sensações que tive sobre A parte de Amalfitano não serão tão diferentes, talvez só os achismos sobre o que as outras três partes podem trazer, o que será até divertido de confirmar depois. A verdade é que se não fosse a já familiar dificuldade para ler o catatau na cama, fiquei em alguns momentos com a impressão que tratava-se de um outro livro.

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2666: A parte dos críticos

A tradução de Eduardo Brandão para 2666 do escritor chileno Roberto Bolaño é, sem dúvida, um dos maiores lançamentos literários aqui no Brasil em 2010. E por maiores não falo apenas da importância do acesso ao texto em português, mas também ao tamanho do catatau publicado pela Companhia das Letras: 856 páginas, adotando a decisão da família de Bolaño em não dividir 2666 em cinco partes como sugerido pelo escritor para facilitar o sustento dos filhos quando morresse. A obra foi publicada mais de um ano após sua morte, mas, como garante Ignacio Echevarría em nota à primeira edição, “o romance se aproxima muito do objetivo que ele traçou”.

E eu sei que para muitos fãs de Bolaño (e de 2666) eu provavelmente estarei cometendo uma heresia, mas decidi seguir o caminho oposto da família, e comentar o livro por partes, publicando os comentários  sempre antes de iniciar a leitura da parte seguinte. E para começar, vamos de A parte dos críticos, primeira parte de 2666. Acredito ser importante destacar aqui que estou tentando ler o mínimo possível sobre o livro para não estragar a experiência, e que muito do que falar agora eu posso contrariar em textos futuros. Mas bem, qual é a graça de se ler uma obra sem participar da brincadeira da adivinhação do que está por vir?

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Louras Zumbis (Brian James)

Já vão aí uns dois anos em que o que mais se tem visto sobre lançamentos para o público jovem são histórias de amor entre uma garota e alguma figura sobrenatural (o segundo normalmente sendo vampiro, certo?). A fórmula básica se repete exaustivamente, com pequenas variações que não chegam a de fato fazer diferença porque no fim é tudo sobre o sujeito diferentão que atrai a menina para sua vida, que apresenta supostos perigos. No final das contas, quem ainda busca esses livros atrás de diversão acaba se desapontando e simplesmente deixando de lado títulos novos, pensando que será mais do mesmo.

E é por isso que li com certo alívio Louras Zumbis, de Brian James lançado aqui no Brasil pela Galera Record. Quando fiquei sabendo sobre o título, pensei que lá vinha outra história com uma heroína desajeitada perdidamente apaixonada, só que dessa vez por um zumbi. Bem, as coisas são diferentes com Louras Zumbis, porque não se trata de um livro romântico, mas de ação (ou, sendo mais específica, de horror). Continue lendo “Louras Zumbis (Brian James)”

Burnt Offerings (Laurell K. Hamilton)

Então que tem aí uns dois anos que estou lendo livros de vampiros para cá, livros de vampiro para lá. Eles parecem ter em comum mais do que os dentuços. Eles costumam vir em séries também. E o público-alvo é quase sempre a mulherada. Pode reparar aí: Crepúsculo, Vampire Diaries, Vampire Academy, The Southern Vampire Mysteries (que deram origem ao True Blood)… Enfim, dessa patota toda, o que eu achava que tinha mais chances de agradar também a macharada era a série Anita Blake.

Aquela coisa: não focava tanto na melação das relações da protagonistas com sujeitos perfeitos mas em crimes envolvendo o sobrenatural, já que Anita é uma necromancer que ajuda a polícia em investigações envolvendo vampiros, ghouls, lobisomens, etc. E a coisa funciona porque Anita por si só não tem nada a ver com as “mocinhas em perigo” das demais séries, que acabam sempre tendo que ser protegidas pelos vampirões que amam e blablabla. Anita é forte, independente e gosta de manter-se assim. A narrativa em primeira pessoa ajuda também na construção da personalidade da protagonista, incluindo elementos legais como o senso de humor cáustico e a visão dela sobre o que seriam “os monstros”.

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Bartleby, o Escrivão – Uma história de Wall Street (Herman Melville)

Ao mostrar minha edição de Bartleby, O Escrivão para minha mãe, falei toda orgulhosa que era “um Cosac Naify” e então expliquei que era o equivalente para uma pessoa que gosta muito de moda comprar um produto de grife. Ok, a compração é meio leviana, mas a verdade é que os preços da Cosac são diretamente proporcionais ao capricho das edições, e toda vez que consigo colocar um na minha estante, fico toda serelepe. Mesmo que seja fininho como esse Bartleby1

Mas aí tem toda a história do dizáin do produto, né? Eu não sou exigente, normalmente uma “edição caprichada” para mim tem lá o meu amado papel pólen e capa dura. Mas no caso de Bartleby, você leva para casa o 3º colocado do 7º Prêmio Max Feffer de Design Gráfico. Hum. Confesso que quando chegou aqui em casa pensei que meu livro estava zoado, e depois pensei “Ahá, nova noção de literatura hermética!” (sacou, sacou?). O livro vem com a capa costurada, e as páginas precisam ser “rasgadas” para serem lidas. Explicação da editora:

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  1. eu estava prestes a dar a dica que na Saraiva somando com a promoção do desconto progressivo saiu por menos de 15 reais, mas agora lá já está na casa dos 31 e no site da Cosac por 37. Blé.  

Excalibur (Bernard Cornwell)

Finais de sagas são sempre tristes. Não importa se porque a conclusão por si só seja melancólica ou feliz, a verdade é que depois de ler vários livros acompanhando uma determinada personagem, você se apega e aí às vezes a “tristeza” do fim tem mais a ver com a despedida do que com o término da história. E não poderia deixar de ser assim com Excalibur, que completa a trilogia As Crônicas de Artur, de Bernard Cornwell.

Eu não vou dizer que me apeguei tanto assim à Derfel e cia. São apaixonantes (especialmente Artur, que na maioria das lendas é só um bundão enganado por todos e aqui é um líder cativante) e algumas delas odiosas (lembrando aqui de Lancelote, sempre um dos favoritos em histórias de Artur, e descrito por Cornwell como o mais asqueroso dos covardes). Mas talvez o fato de não ter lido um livro seguido do outro pode ter pesado um pouco na questão do “apego”.

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O chamado de Cthulhu e outros contos (H.P.Lovecraft)

Eu já tive contato com Lovecraft anteriormente. Naquele momento, para falar bem a verdade, era TANTA gente dizendo que era a coisa mais bacana do mundo em se tratando de horror que bem, como fã do gênero é óbvio que li os livros com altíssimas expectativas. E nós sabemos que esse tipo de coisa causa decepção na grande maioria das vezes, e com o sr. Lovecraft não foi diferente. Fiquei pensando em como ele fazia caca ao prolongar demais a história após o clímax (eu sou meio fã daquela coisa de unidade de efeito, sabe como é) ou ainda ao tentar explicar o que foi visto.

Pois bem. Eis que após a leitura de Smoke and Mirrors do Neil Gaiman eu me animei a ler novamente Lovecraft (até porque uma das minhas histórias favoritas na coletânea prestava homenagem ao autor). E lá vou eu, conferir uma edição de bolso publicada pela editora Hedra, que me surpreendeu, diga-se de passagem. Fui consultar os livros disponíveis no catálogo da editora e o legal é que eles fogem do óbvio – tem muita coisa que foge dos títulos que vemos nas publicações de mesmo formato aqui no Brasil, a começar pela seleção de contos do Lovecraft. Troféu joinha para eles.

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Smoke and Mirrors (Neil Gaiman)

Enquanto estava lá envolvida com minha monografia (que sim, envolve um trabalho do Neil Gaiman mas que não, não vou comentá-la antes de ela ter sido aprovada) me dei conta que M is for Magic não é uma boa antologia de contos do escritor. Não no sentido de ter contos ruins, quéisso, gente. Mas mais por não mostrar o verdadeiro Gaiman contista, já que ali o que temos são os trabalhos mais leves, voltados especialmente para o público infanto-juvenil. Foi por isso que decidi comprar Smoke and Mirrors para relaxar um pouco das leituras monográficas (há!).

Publicado pela primeira vez em 1998 (por coincidência, o ano que li Sandman pela primeira vez), conta lá com 30 textos de Gaiman, isso sem contar a Introdução que tem um conto no meio também. Aqui não tem a história de contos escolhidos para crianças, são os contos dele e é isso aí. E por causa do número grande de textos que eu indicaria para alguém que quer conhecê-lo além das HQs e dos romances (mas vale lembrar que alguns dos meus favoritos estão lá no M is for Magic também, incluindo Chivalry, The Price e October in the Chair).

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Noite passada um disco salvou minha vida (Alexandre Petillo)

O @teacher_beto emprestou para mim há alguns dias Noite passada um disco salvou minha vida. O título é longo, mas não deixa dúvidas sobre o que você encontrará: são 70 depoimentos de várias pessoas envolvidas de alguma forma com música, relatando como um determinado disco foi marcante em suas vidas ou, ainda, qual levariam para uma ilha deserta.  Organizados por Alexandre Petillo, é possível encontrar de tudo ali: tem um pessoal dos melhores tempos da Bizz, tem gente do cenário musical brasileiro como Lulu Santos e Gabriel Thomaz, e até pessoas cuja “especialidade” não é exatamente música, mas que curtem o tema com paixão.

E é esse o ponto alto do livro, quando os apaixonados falam. Porque a memória de alguns deles sobre discos importantes em suas vidas podem até ter um título diferente do seu disco favorito, mas a história soa tão familiar que você se identifica na hora. Especialmente se fez parte daquela geração pré-internet que não tinha à mão qualquer discografia de qualquer banda de qualquer ano de qualquer lugar do mundo como é possível encontrar hoje em dia.

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