A Better World vende livros novos e usados, e por ter parcerias e contatos com livrarias de universidades acaba conseguindo o preço baixo. O bacana é que parte do valor da venda dos livros é revertido para um “fundo de leitura”, que leva livros para comunidades carentes. A preocupação da loja é mais do que social, eles chegam até a tomar cuidado sobre a liberação de carbono no serviço de entrega (imagine!).
Tag: Literatura
O fio das missangas (Mia Couto)
A prosa de Couto é quase poesia. Nem tanto pelo ritmo, mais pelas imagens que evoca – o fantástico no cotidiano apresentado de maneira leve, suave. Muito cabe à interpretação do leitor, somada a verdadeiros quadros-ideias. Trata-se de algo que normalmente escritores só conseguem em um poema, como dá para ver na abertura do conto Inundação: Continue lendo “O fio das missangas (Mia Couto)”
Never let me go (Kazuo Ishiguro)
Então que era tanta gente lendo aqui e acolá, comentando sobre o filme e tudo o mais que resolvi conhecer a obra de Ishiguro. Como sempre faço antes de comprar qualquer livro, dei uma olhada em sinopses para saber do que se tratava. Todas que li falavam a mesma coisa: três amigos que cresceram em um internato quando adultos precisam lidar com a realidade que terão que encarar. A narrativa é dividida em três momentos, sendo o primeiro o que descreve a infância desses três amigos: Kathy (a narradora), Tommy e Ruth.
Sussurro (Becca Fitzpatrick)
Mas é óbvio que ao avaliar um livro voltado ao público juvenil você não vai querer encontrar nele Shakespeare ou Virginia Woolf. Você sabe que o que tem em mãos são algumas horas de diversão, e que se o livro cumpre esse propósito, valeu a pena a leitura. É o caso de Sussurro, de Becca Fitzpatrick. Seguindo a nova onda do momento, o elemento sobrenatural da história são anjos. A premissa é basicamente igual a todos os livros juvenis que têm saído atualmente: a menina se encanta pelo rapaz sabendo que não pode se deixar seduzir, e eles enfrentarão algum perigo por conta dessa aproximação.
125 Contos de Guy de Maupassant
Os 125 contos presentes na coletânea mostram o que há de melhor na prosa de Guy. Os grandes contos, mais conhecidos do público, como Bola de Sebo e O Horla estão lá, assim como obras geniais do horror, o caso do conto A Morta e Sobre a água. Retratos ácidos da sociedade em que vivia também ganham destaque, sempre com uma conclusão irônica a respeito do que foi contado.
A Casa do Canal (Georges Simenon)
No caso de A Casa do Canal, lançado em janeiro pela L&PM, temos um romance policial que foge bastante das regras. A começar pelo crime – que parece não chegar nunca. Na realidade, Simenon chega a enganar o leitor, e quando você pensa que finalmente chegou ao “mistério” da história, logo mais vê que não era bem assim. Continue lendo “A Casa do Canal (Georges Simenon)”
Adoro Morrer (Tibor Fischer)
Digo isso porque tão logo comecei a ler o primeiro conto da coletânea (Comemos o chef) pensei na hora nos personagens meio perdedores do Nick Hornby. Aquele mesmo cinismo em se reconhecer “do lado errado” está lá, naquele mesmo tom coloquial bem próximo de uma conversa. Mas Fischer é mais ácido, muito mais ácido. E uma boa parte de seus contos tem alguns elementos que lembram filmes de Guy Ritchie (os bons, por favor!).
O Dom do Crime (Marco Lucchesi)
É o caso de Marco Lucchesi, com seu romance de estreia, O Dom do Crime. Tomando como ponto de partida um crime passional que ocorrera no Rio de Janeiro nos tempos de Machado de Assis (mais precisamente em 1866), Lucchesi acaba por nos mostrar através do romance que Capitu é apenas uma vítima em uma sociedade machista que ainda absolvia criminosos por crimes de “limpeza de honra”, tomando como referência a ideia de que Machado inspirou-se no crime para criar sua famosa personagem. Continue lendo “O Dom do Crime (Marco Lucchesi)”
Memórias do Subsolo (Fiódor Dostoiévski)
Bobagem sem tamanho, tanto o medo da leitura (classificando um autor como difícil sem conhecê-lo) assim como usar leituras como troféu. De que adianta dizer que leu Dostoiévski se nada foi absorvido? E claro, isso vale para qualquer autor. Então, antes de descermos ao subsolo, vamos combinar isso: o importante é ler o que você gosta. Leia Dostoiévski sim, mas porque você deseja, e não porque vai parecer mais inteligente para outras pessoas. Continue lendo “Memórias do Subsolo (Fiódor Dostoiévski)”
Coisas Frágeis Vol.1 (Neil Gaiman)
E Gaiman é cuidadoso, e a verdade é que há um ritmo que é criado a partir da ordem dos textos. Os temas também não se repetem, e assim a leitura fica menos cansativa. Resumindo: ainda acho que Coisas Frágeis deveria vir em um volume só, mas isso não significa que não seja bom. Alguns dos melhores trabalhos de Gaiman estão ali. Continue lendo “Coisas Frágeis Vol.1 (Neil Gaiman)”