Mas não é só por essa publicação pela Byliner que vejo Hornby circulando com muita segurança no mundo pós-internet. Enquanto alguns autores ainda têm receio de incluir temas e mesmo situações que envolvam o mundo virtual, Hornby parece usá-los como se fizesse isso desde sempre. Repare como mesmo nos livros infantojuvenis, que em teoria deveriam estar melhor conectados com essa nova realidade, a maioria dos adolescentes retratados têm um estranho desinteresse pormessengers, Tumblrs e afins (nunca esqueço da Bella de Crepúsculo pesquisando sobre vampiros… EM UM LIVRO!). Quanto aos romances “para adultos”, parece que aos poucos trocas de e-mail são incluídas, mas é um movimento bastante tímido. As personagens modernas em sua maioria parecem todas presas em 1990, ironicamente. Continue lendo “Everyone’s Reading Bastard (Nick Hornby)”
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O horror em Red Hook (H.P. Lovecraft)
O livro de bolso traz uma seleção de três contos que chamam a atenção justamente por não fazerem parte das histórias relacionadas a Cthulhu. Há controvérsias sobre o primeiro conto, “O horror em Red Hook”, mas em uma leitura mais superficial dá para considerá-lo um título fora do mito. Neste primeiro conto somos apresentados ao policial Malone, que depois de um caso que envolveu prédios caindo em Red Hook precisou fazer um retiro para não enlouquecer. O que aconteceu em Red Hook é revelado aos poucos, mostrando uma história envolvendo rituais satânicos.
The Paris Wife (Paula McLain)
E digo isso porque o livro por si só não explica o fato de ele estar entre os mais vendidos. É uma ótima ideia, porém muito, muito mal executada. O começo ainda passa alguma impressão de que será uma leitura que valerá a pena – Hadley, a narradora, avisa de antemão que não trata-se de um livro de mistério, construído de modo a descobrir quem será a segunda esposa de Hemingway (Pauline, uma amiga de Hadley que conhece o escritor em Paris). A franqueza da narradora conquista o leitor, o problema é que a atenção logo é perdida com devaneios completamente desnecessários para a narrativa. Continue lendo “The Paris Wife (Paula McLain)”
Os gatos (Patricia Highsmith)
É essa relação que fica evidente no livro Os gatos, de Patricia Highsmith. Como o título já anuncia, é um livro de uma gateira para gateiros. Somente alguém que aprecia tanto os bichanos poderia publicar uma obra que consiste em três contos, três poemas e um ensaio cujo tema principal (ou, no caso dos contos, personagem principal) são os gatos. O carinho da autora por esses bichos é claro, até porque o que se vê nas páginas do livro são reflexos de quem observa e convive com eles. E é por isso que certamente agradará muito aqueles que também gostam de gatos.
As Esganadas (Jô Soares)
Tem mais de 15 anos da última vez que li algo do Jô, no caso foi O Xangô de Baker Street, que trazia Sherlock Holmes para o Brasil em uma história muito divertida. No caso de As Esganadas, não foi preciso ler muitas páginas para ter aquela (boa) sensação de reencontro, o Jô Soares que eu tinha conhecido tanto tempo antes estava ali novamente, em uma fórmula até bem semelhante ao do primeiro romance dele, com um crime e bastante humor, usando como recorte algum período histórico e algumas personagens emprestadas da ficção e da própria História.
O Cemitério de Praga (Umberto Eco)
O que Umberto Eco faz com seu O Cemitério de Praga (lançado no Brasil pela Editora Record) é criar um romance usando como premissa justamente esse caráter misterioso e tom de teoria de conspiração que envolve Os Protocolos dos Sábios de Sião. É por si só um prato cheio para uma excelente trama, que não deve nada para aqueles que gostam de histórias que envolvam complôs, espionagens e outros elementos de narrativas similares.
O vendedor de armas (Hugh Laurie)
O maior problema talvez seja abuso do uso do recurso de reviravolta. São tantas aos longos das páginas que chega uma hora que você até se perde – não consegue confiar em nada nem ninguém e meio que continua lendo só para saber no que vai dar. Até porque o excesso de reviravolta acaba já preparando o leitor, que lá pela metade do livro já sabe que “lá vem mais uma” – mas ao contrário dos bons livros que dão vontade de continuar lendo, até pela curiosidade, as ditas “reviravoltas” são tão simplórias que não atraem.
Mozipedia: The encyclopedia of Morrissey and The Smiths (Simon Goddard)
Mas como é bastante comum na história de muitas bandas de rock, um desentendimento entre Morrissey e o guitarrista Johnny Marr acabou levando ao fim da banda cinco anos após sua formação original. A partir daí Morrissey seguiu uma (muito bem) sucedida carreira solo, com músicas ainda bastante similares ao estilo dos Smiths e outros grandes hits, como Everyday is Like Sunday e Suedehead – carreira essa que continua até os dias de hoje, sendo que o último álbum do músico (Years of Refusal) saiu em 2009.
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Morango Sardento e o valentão da escola (Julianne Moore)
Agora chega por aqui o segundo livro da série, também pela Cosac Naify: Morango Sardento e o valentão da escola, agora com tradução de Denise Fraga e texto da quarta capa por Mario Bortolotto. Continuando a parceria com a artista vietnamita LeUyen Pham, o livro traz uma história sensível e alegre sobre um tema que costuma ser bastante difícil, o bullying.
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A Gangue do Pensamento (Tibor Fischer)
“Há um momento na vida em que se precisa sair de um carro que contém um criminoso imperdível, e, trajando um uniforme zunindo de ridículo, entrar à força num empório de azeitonas, numa tentativa de resgatar um assaltante à mão armada maneta, e tombar morto a tiros.”
A citação acima é do livro A Gangue do Pensamento, do escritor britânico Tibor Fischer, e representa muito bem o que o leitor terá em mãos ao começar a ler o romance. Não é um livro comum em diversos sentidos. Mas a insanidade da trama é certamente para poucos até porque Fischer não é sutil: quem pensa que o trecho citado é um momento máximo da loucura da história, é bom já saber que desde o começo é assim.