Música em True Blood

Já passaram aí 5 temporadas e acredito que qualquer um que acompanhe a série já deve ter reparado que True Blood tem uma relação bem forte com música. Ou vai dizer que você nunca percebeu que os títulos dos episódios são títulos de músicas? Eu percebi isso rápido, mas dava mais créditos pelas músicas bacanas que conhecia por conta da trilha sonora das propagandas anunciando temporadas novas (como Beyond Here Lies Nothin’, do comercial da segunda temporada, Fresh Blood da terceira e Future Starts Slow que eu juro que não lembro se era da quarta ou da quinta). Sabe aquela sensação de que mesmo que eles enfiem o pé na jaca e estraguem tudo, pelo menos valeu a pena por poder ter conhecido músicas que em outra situação eu provavelmente teria deixado passar batido.

Então, pensando nessa relação entre Música e True Blood, eu resolvi fazer um top5 de músicas de cada temporada, adicionando alguns comentários sobre a temporada em si. Para ouvir a música basta clicar nos links (e torcer para que os deuses da internetz não façam deles links quebrados no futuro). Vamos lá!

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Barba Ensopada de Sangue (Daniel Galera)

Quando anunciaram os 20 nomes selecionados para a Granta dos jovens escritores brasileiros, lembro que boa parte não vi como surpresa – já sabia que estariam lá. O que é até engraçado, se pensar em casos como o de Daniel Galera, autor que até então nunca tinha lido, mas de quem ouço tantos elogios que só poderia imaginar que estaria entre os 20. E sim, lá está ele, com Apneia, trecho de um romance que até então ainda não havia sido publicado. Não li todos os textos da revista ainda, mas até o momento o do Galera é meu favorito, de longe o que mais me empolgou. Digo isso para explicar minha ansiedade para a chegada de Barba Ensopada de Sangue, o tal do romance de onde foi retirado o trecho da Granta. Se o autor continuasse no livro o que fez naquele pedaço da história, eu sabia que iria adorar. Enrolei um pouco para comprar o livro porque não queria comprar em loja virtual e correr o risco de receber a capa azul ou a verde (sim, sou dessas), mas finalmente com o livro em mãos, devorei as mais de 400 páginas rapidamente. O que já responde a pergunta de todo curioso “É bom?”. Sim, é.

Mas vamos por partes, porque não é um livro que merece ser comentado apenas na base do é bom ou não. Eu sabia alguma coisa da história por conta da leitura de Apneia: o pai do protagonista queria se suicidar, e ao conversar com o filho, conta sobre o passado de seu pai, dado como morto em Garopaba (litoral catarinense) muitos anos antes. Tendo isso em mente, acabei estranhando o texto de abertura do romance, em itálico e na primeira pessoa, falando “meu tio”. Meu tio? Mas não seria o avô? Como assim? Ok, resolvi confiar em uma explicação que surgiria mais para frente (e aparece, falarei sobre isso depois) e deixei o narrador (que passa a ser em terceira pessoa) me conduzir.

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Breves comentários sobre o que tenho lido

Rapidinhas.

The Lover’s Dictionary (David Levithan): Não lembro o que me levou a ler, acho que estava nos títulos similares de alguma coisa que gostei lá da Amazon. O livro é bacana, o problema é que a ideia não é nova, pelo menos não para mim: já comentei por aqui sobre meu amor por Pequeno Dicionário Amoroso, filme da década de 90 que chegou até a ganhar uma versão em livro. A mecânica do livro é contar a história de um casal a partir de verbetes de dicionário, que se relacionam com o que está sendo narrado. A diferença do livro do Levithan é que, ao contrário do roteiro do Halm e do Torero, a narrativa não é linear, dá saltos entre o presente e o passado, o que cria dois efeitos bacanas. O primeiro é que você fica curioso para saber o motivo do rompimento do casal, o segundo é se eles reatam ou não. Tem algumas passagens bem interessantes (daquelas que dá vontade de grifar), e eu provavelmente teria me emocionado mais se tivesse lido em tempos de dor de cotovelo (como foi o caso de Pequeno Dicionário Amoroso). Resultado: valeu a pena para passar o tempo. Sugestão: procure o filme nacional, é muito legal.

Poesia é não (Estrela Ruiz Leminski): Uma vez lembro de ter lido algo escrito ou citado pelo Antonio Xerxenesky, falando sobre não se resenhar textos de amigos. Mas vá lá, não é uma resenha, é só uma breve opinião que funciona mais para registro quando alguém me perguntar “Ei, você leu x? O que achou dele?”, etc. Enfim: gosto muito de como ela experimenta não só com as palavras, mas também com imagens, colagens. Tem senso de humor (o que eu adoro, e o que acho que falta na poesia atual) e vale ressaltar que a formação musical acaba influenciando bastante em muito do que ela coloca ali. Ouvi em qualquer lugar que o livro foi adotado pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola do MEC, o que me parece ótimo, já que tira um pouco daquela imagem que muito jovem tem de que “poesia é coisa do século passado (ou melhor, retrasado, já que o passado já tinha internet e talz)” – melhor ainda porque a linguagem da Estrela é jovem, até no sentido de querer romper com o convencional. Resultado: lembrei que gosto de poesia. Sugestão: aproveita que está lendo a Estrela e procure pela obra do Paulo Leminski e da Alice Ruiz e faça uma reunião de família. Continue lendo “Breves comentários sobre o que tenho lido”

Serena (Ian McEwan)

Você provavelmente já passou por essa situação: gostou muito de um livro, queria demais que outras pessoas também lessem para conversar sobre ele com você, mas no momento em que vai tentar explicar pela primeira vez o que faz dessa obra algo tão bacana, se dá conta de que é um daqueles casos de “quanto menos souber, melhor”. E não é no sentido de estragar alguma surpresa do enredo (como aquele sacaninha que vem contar o final de O Sexto Sentido para quem ainda não viu o filme) – até porque livros realmente bons não se sustentam apenas em um plot twist para serem considerados como tais. Mas é que ao falar do que encantou em determinado romance você corre o risco de estragar a experiência de leitura da outra pessoa, chamando atenção para pontos que deveriam ser descobertos a seu tempo, como parte do processo de leitura. E eu digo tudo isso para pedir desculpas e dizer que esse post não é para você que deseja saber algo sobre Serena antesde ler o livro, mas para quem já leu o romance de Ian McEwan.

(Se vale de consolo para você que ainda não leu o livro, eu posso resumir brevemente que Serena é uma história que envolve espiões mas não tem nada daquele estilo “James Bond”, e é muito mais sobre a relação das pessoas com a Literatura do que qualquer outra coisa. E sim, é lindo. E sim, você deveria ler. Obrigada pela compreensão, espero que volte mais tarde.)

Então que Serena é um romance narrado em primeira pessoa pela narradora-protagonista Serena Frome, que para mim chegou como mais uma personagem para a galeria dos odiáveis de Ian McEwan. Não, ainda não é uma Briony (precisa tomar muito Nescau para chegar aí), mas inicialmente não tem como gostar da garota, tão egocêntrica e aparentemente tão apaixonada por si mesma. Vou enfatizar o inicialmente e pedir um tanto de paciência que depois volto para o motivo de ser só no começo. Retornando, Serena conta para o leitor como é que, após um breve romance com um homem mais velho, acabou sendo contratada pelo MI5, serviço de Inteligência Britânico. Quem espera toda a ação eglamour típicos das histórias de espiões pode se decepcionar: o cargo inicial da jovem é bastante sem graça, e pelo menos uma boa parte do começo do livro de McEwan se sustenta quase que só na curiosidade do leitor em saber por que o ex-amante de Serena a indicou para aquele trabalho. Mas aí chega o projeto Tentação e a narrativa realmente engrena. Continue lendo “Serena (Ian McEwan)”

Foco (Arthur Miller)

O romance Foco, escrito por Arthur Miller, foi publicado em 1945, antes das grandes peças que o consagraram como Morte de um Caixeiro Viajante e As Bruxas de Salém. Mas quem espera um trabalho mais ingênuo, ou até mesmo mais fraco com o livro (lançado recentemente com nova tradução pela Companhia das Letras), pode ter certeza que não é o caso. A semente do que se verá em seus trabalhos mais conhecidos já está plantada ali, criando não só um retrato cru e verdadeiro dos Estados Unidos daquele tempo, mas também no desenvolvimento de personagens inesquecíveis, seja pelo que têm de melhor ou de pior – porque as figuras de Miller são assim, imperfeitas, e por isso mesmo tão cativantes.

Veja o caso de Foco. O protagonista, Lawrence Newman, é apresentado para o leitor como uma pessoa horrorosa: ouvindo os gritos pedindo socorro de uma garota na rua, ele resolve ficar quieto. E não é nem por covardia, é simplesmente porque acha que se chamasse a polícia, quando ela chegasse o assunto já estaria resolvido e ele acabaria tendo que explicar a situação para os policiais. No outro dia a coisa piora ainda mais, quando em conversa com um vizinho no caminho para o trabalho, esse conta que era “só uma latina” e que ajudou o amigo bêbado que cometia a agressão a voltar pra casa – Newman nada diz sobre isso, não repreende o vizinho como esperamos que uma personagem “boazinha” faça. E aos poucos vamos vendo como ele é preconceituoso, decidindo quem ganha ou não emprego na empresa em que trabalha baseado no juízo que ele faz da aparência da pessoa. Se parece com um judeu, por exemplo, o emprego está fora de questão. Continue lendo “Foco (Arthur Miller)”

Cinquenta Tons de Liberdade (E.L. James)

Sim, aqui estou eu de novo. Após comentar Cinquenta Tons de Cinza e Cinquenta Tons Mais Escuros, chegou a vez do último volume da série escrita por E.L. James. Com meu TOC para terminar séries eu acho até irônico do título, Cinquenta Tons de Liberdade. Siiiiim, finalmente livre! Ou não. Mas adianto-me. Vamos por partes, até porque se tem uma lição preciosa que esses livros dão é que a mulherada adora preliminares. Então que eu tinha brincado no meu post anterior que com o Grey pedindo Anastasia em casamento não sobraria muita coisa para contar nesse terceiro livro. Estava enganada. James aparentemente percebeu que juntar um enredo com a putaria dá certo, e resolveu embarcar fundo nisso, oferecendo para a protagonista não só um antagonista, mas dois.

Não que eles sejam novidade dentro da trama, a única coisa que aconteceu é que James deu um pouco mais de espaço para eles. O primeiro é Jack Hyde, o ex-chefe de Anastasia, que por incrível que pareça está mais disposto a atormentar Christian do que a garota. Por causa dele o livro tem até cena de perseguição de carro. E eu, que odeio perseguição de carro até no cinema, obviamente odiei a personagem. O segundo é a boa e velha (sem trocadilho, haha) Mrs. Robinson/Elena, que surge como pivô de uma das ‘n’ brigas de Grey e Ana. E cheesus, como esses dois brigam. Tem até um momento em que Grey, mais inteligente do que um grão de bico, resolve marcar os peitos de Ana com chupões para que ela não fizesse mais topless. Pois é. E se você não gosta de DR, imagina que emocionante que é acompanhar DR alheia, que invariavelmente apresenta um diálogo do tipo:

– Eu estou muito bravo com você, Ana!

– Por favor, não fique bravo comigo.

– Mas eu estou. E eu vou te dar…. PORRADA. Continue lendo “Cinquenta Tons de Liberdade (E.L. James)”

Cinquenta Tons de Cinza (E.L. James)

A história da criação de Cinquenta Tons de Cinza (de E. L. James, cuja tradução foi lançada esta semana no Brasil) é no mínimo curiosa. Nos tempos de sucesso da saga Crepúsculocomeçaram a aparecer sites que reuniam fanfics baseadas nos livros de Stephenie Meyer. Algumas tentavam contar de outro jeito o romance entre Bella e Edward, outras iam além e usavam as personagens em histórias completamente diferentes, algumas com muito “lemon“, um termo utilizado pelo pessoal que escreve fanfic para as cenas de sexo. E entre essas ‘n’ fanfics que surgiram na época, havia uma chamada Masters of the Universe, que depois foi modificada (com Edward virando Christian e Bella virando Anastasia), publicada de modo independente, mas que então fez tanto, tanto sucesso que começou a ter o direito disputado a tapa entre editoras grandes.

E é nítido que o “passado” do livro acaba ficando bastante evidente já nas primeiras páginas, pelo menos no caso de quem já leu Crepúsculo. As semelhanças vão desde bobagens (como o fato de Christian achar que azul fica bem em Ana, assim como Edward achava sobre Bella) até questões mais importantes para o enredo (ou vão dizer que nunca ninguém achou a dependência de Bella pelo vampiro meio estranha?). Algumas vezes só pelas características já dá para saber quem são as personagens que inspiraram James (o irmão de Christian, Eliott, seria o Emmet de Crepúsculo; a amiga de Ana, Kate, seria Rosalie, etc.). O maior problema é que como a autora quando escreveu afanfic contava provavelmente com o conhecimento prévio do leitor sobre características das personagens, acabou criando um Christian e uma Anastasia bastante vazios. Ela é uma garota insegura de cabelo rebelde que está prestes a se formar e gosta de livros clássicos. Ele é um empresário milionário aos 27 anos, frio e dominador. E é basicamente isso que sabemos sobre os dois, o que chega a ser irônico se considerarmos o tanto que a autora usa do livro para descrever espaço e as roupas de suas personagens. Continue lendo “Cinquenta Tons de Cinza (E.L. James)”

Antologia Poética (Carlos Drummond de Andrade)

Então você pensa que não conhece muitas poesias de determinado escritor e resolve ler uma “antologia poética” para ter uma noção mais ampla da criação literária do poeta. Lê um poema, vai para outro e todos os versos começam a passar um tom de estranha familiaridade. Tão estranha, que em alguns poemas você começa a prever o verso seguinte (e consequentemente se dá conta de que conhecia o texto de cor). É quase como uma sensação de voltar para casa, ou até mesmo de reencontro com um amigo – foi o que senti ao lerAntologia Poética de Carlos Drummond de Andrade.

É evidente que muito da obra de Drummond foi devidamente apresentada para mim em sala de aula (acredito que o mesmo deve ter acontecido com outras pessoas, especialmente com os que já foram vestibulandos). Mas a sensação de familiaridade não vem só do fato de muitos dos poemas do escritor serem bastante conhecidos e estudados, mas também pelos temas abordados pelo poeta e o modo como ele faz, o que fica bastante evidente nesta coletânea.

A antologia foi organizada pelo próprio autor em 1962, e é dividida em nove partes que, segundo Drummond, representam “o indivíduo, a terra natal, a família, amigos, o choque social, o conhecimento amoroso, a própria poesia, exercícios lúdicos, uma visão ou tentativa de, da existência” (pg.15). Mas a abordagem do poeta é tão sensível, que ele poderia tratar de temas completamente alienígenas e ainda assim conseguir fazer com que o leitor se identificasse com seus versos. Portanto não é à toa que muitos recitem por aí trechos de poemas dele (mesmo que às vezes sem nem saber a quem pertencem). É um daqueles casos em que o poeta parece assumir o papel de porta-voz da humanidade, colocando em palavras (e versos!) o que muitos sentem. Continue lendo “Antologia Poética (Carlos Drummond de Andrade)”

O Substituto (Brenna Yovanoff)

Não há dúvidas, os livros voltados para adolescentes com temática sobrenatural vieram para ficar. E o que inicialmente parecia um terreno exclusivo de vampiros foi criando espaço para todo tipo de criatura – anjos e zumbis, por exemplo. O problema é que a fórmula começou a ficar desgastada, por conta de alguns elementos constantes: o narrador em primeira pessoa, que quase sempre é um jovem com algum tipo de problema para se relacionar com outras pessoas (antissocial? acabou de trocar de cidade? tem um horrível segredo? etc.), o encontro entre a criatura sobrenatural com um(a) humano(a) e o amor que surge dali. A sensação que acaba ficando após a leitura de alguns livros desse tipo é que alguns escritores (e editoras) não querem arriscar, mexer no “time que está ganhando”, e consequentemente entregam para o público histórias que, fora a espécie de “monstro” e os nomes das personagens, parecem ter pouca diferença entre si. E é por manter a fórmula mas fugir da “forma de bolo” que livros como O Substituto de Brenna Yovanoff merecem atenção.

Sim, temos criaturas sobrenaturais, temos o carinha com um horrível segredo e até um amorzinho (!!) entre o ser em questão e uma humana, e sim, o sempre constante narrador em primeira pessoa. Mas mesmo com todos esses lugares-comuns Yovanoff consegue inovar, trazer algo de diferente para quem gosta de livros deste tipo. Já começa que temos um raro protagonista do sexo masculino (atenção para o termo “raro”, não estou dizendo que seja a primeira vez), o que por si só já traz uma dezena de inovações. Mackie é um substituto, criatura subterrânea colocada no lugar do filho do casal Doyle. Engana-se quem pensa que o enredo girará em torno do garoto descobrindo-se um substituto ou algo que o valha. Ele sabe o que é. Seus pais sabem o que ele é. Não há mistérios sobre isso. Continue lendo “O Substituto (Brenna Yovanoff)”

A trama do casamento (Jeffrey Eugenides)

Não vou mentir e dizer que amei A trama do casamento (de Jeffrey Eugenides) logo de início. Nas primeiras páginas fiquei com certo receio de que tinha em mãos um livro que focaria em uma protagonista tão vazia que precisava se completar com uma figura masculina, daí sua incansável busca pelo par. Madeleine Hanna surge como uma personagem cujo eixo central dos eventos da sua vida são os homens com que se relacionou, se relaciona ou possivelmente se relacionará. E é evidente que esse tipo de figura cria uma certa antipatia inicial (especialmente se o leitor, como eu, buscava algo mais como As Virgens Suicidas, e não mais um romance juvenil no estilo de “quem vai ficar com quem”).  Mas a realidade é que acredito ser um daqueles casos em que valeu a pena continuar a leitura, mesmo tendo começado com o pé esquerdo: aos poucos Eugenides vai te seduzindo, mostrando que Madeleine não é só aquilo, assim como A trama de casamento não é só sobre a escolha da garota entre Leonard e Mitchell, seus dois “pretendentes”.

Não é que realmente a base do enredo não seja a relação de Madeleine com os dois rapazes. De fato, temos desde o início a narrativa centrada nas dificuldades de seu romance com Leonard (que aparecera em sua vida como o cara perfeito que ela nem conseguia acreditar que começara a namorar) e da possibilidade de algo acontecer com Mitchell (o rapaz que a conhecia desde o primeiro ano na faculdade e que obviamente fora colocado na friend zone e não parecia ter muitas perspectivas de sair dali). A questão é que o escritor usa as relações entre as três personagens para ir além, falando não só sobre o amor, mas sobre solidão, sobre crescer, tornar-se adulto, sobre até mesmo a própria literatura. A leitura do romance de Eugenides é como se encontrássemos um objeto coberto de pó e aos poucos, enquanto fôssemos limpando, descobríssemos toda sua real beleza.

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