A partir dessa ideia das “férias” da morte, Saramago mais uma vez usa de sua língua ferina para criticar diversos setores de nossa sociedade e, por que não dizer, nós mesmos. Mas a crítica é feita com um senso de humor formidável, fazendo da obra talvez uma das mais leves que já tive a oportunidade de ler de Saramago, o que não deixa de ser irônico visto que lida com um dos nossos maiores tabus.
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Caim (José Saramago)
Em O Evangelho… o que temos é, obviamente, um foco no Novo Testamento. Saramago desconstrói a imagem que temos de Jesus, humanizando ao mostrar defeitos e fraquezas. Mas talvez até por conta disso, a ironia de Saramago em O Evangelho… é sutil, e não é nem de longe o tom predominante de uma narrativa que é extremamente densa. E agora temos Caim, no qual Saramago ao focar o Antigo Testamento desconstrói ninguém mais ninguém menos do que Deus, mas com um tom completamente diferente: narrativa leve, rápida e com o humor quase como constante.
O Evangelho Segundo Jesus Cristo (José Saramago)
Do começo: publicado em 1991 quando eu ainda brincava de Barbie e achava que Stephen King era a coisa mais cool no mundinho dos livros (cofcof), O Evangelho Segundo Jesus Cristo relata a história de Jesus (ah, sério?), desde a gravidez de Maria até o momento da crucificação (o legal de falar sobre esse livro é que é meio difícil lançar algum spoiler há,há).
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The Road (Cormac McCarthy)
Nesse cenário que McCarthy (autor de No Country for Old Men) desenvolve o romance “The Road”, que conta a história de um pai e seu filho atravessando a estrada que dá título à obra, fugindo dos horrores causados por um desastre sem nome. A narrativa começa já anos após o que fez o mundo como conhecemos virar esse pesadelo, e o pouco que se sabe (e pouco mesmo) do que era antes vêm de flashbacks.
Ensaio sobre a cegueira
Antes de falar do livro, vamos ao resultado: agora eu quero ler tudo o que ele já possa ter escrito, até poesia em bolacha de boteco se for o caso. O Ano da Morte… é legal, muito bom mesmo, mas o que ele faz em Ensaio sobre a cegueira é único, é apaixonante.