Melhores (e piores) leituras de 2013

Então, sem mais enrolações, a listinha do ano. Clicando no link do título do livro você poderá ler minha resenha (trocentos anos escrevendo sobre livros e ainda não gosto de chamar post de blog de resenha, mas vá lá), por isso o comentário aqui no post é mais breve. Só ressaltando que a lista não conta só com livros lançados em 2013, por isso chamo de “melhores leituras” e não “melhores lançamentos”.  E quando eu vi que ia dar uma roubada descarada com mini-listas, resolvi fazer um top 10 mesmo (só para explicar a quebra de ~~tradição~~, já que normalmente faço só top5). Vamos lá, para a lista:

MELHORES LEITURAS DE 2013

1. Haunted (Chuck Palahniuk)

Eu sou da opinião que livro bom é livro que fica com você mesmo depois de muito tempo, e Haunted é exatamente o caso. Li em junho mas ainda não posso ver uma piscina e não lembrar da história do Saint Gut-Free e aí consequentemente de como esse livro mexeu comigo. E é isso: a galeria de personagens criada pelo Palahniuk acaba te assombrando, objetos ordinários fazem com que você lembre dos relatos extraordinários de cada um dos confinados. Mas mais do que os contos que mostram o que fez com que aquelas pessoas fossem ao “retiro de escritores”, o comportamento delas no tal retiro é bastante chocante também, e acaba trazendo bastante questões sobre a natureza humana. Saiu no Brasil como Assombro, pela Rocco.

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Haunted (Chuck Palahniuk)

hauntedchuckMuitas pessoas conhecem a história de como Frankenstein foi escrito: quando tinha ainda dezenove anos, Mary Shelley passou um período em Genebra junto com Percy Shelley, John Polidori e Lord Byron. Reza a lenda que foi proposto um desafio sobre quem escreveria a história mais assustadora, e que Shelley vencera. Se isso é verdade ou não, não há como confirmar, mas é certo que foi de um sonho que teve enquanto dormia na chamada Villa Diodati que surgiu um dos monstros mais famosos da literatura. E é tendo esse encontro de escritores em mente que em Haunted, de Chuck Palahniuk, a personagem Mr. Whittier cria uma espécie de retiro de escritores, convidando outras 18 pessoas para “abandonarem suas vidas por três meses”, de modo a finalmente estarem aptos a escrever uma grande obra.

Esta reunião é a moldura de Haunted. Seguindo o exemplo de outras obras com estrutura similar (como Os contos da Cantuária e Decamerão), o livro de Palahniuk é o que chamam de narrativa de moldura (ou frame story em inglês), onde temos uma (ou mais) histórias inseridas dentro de uma história. Aqui, Whittier reúne em um teatro abandonado o grupo de pessoas, tranca as portas, e pede para que cada um conte sobre suas vidas, afirmando que só deixarão o lugar quando escreverem suas obras primas ou quando passarem os três meses propostos inicialmente (o que vier antes). A história de cada personagem, que em sua maioria poderiam ser lidos como contos independentes do romance, é precedida de um poema de versos livres que de certa forma apresenta a pessoa que prestará o depoimento.

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