Cabelo Doido (Neil Gaiman & Dave McKean)

Desde o começo a parceria Neil Gaiman e Dave McKean sempre rendeu ótimos frutos, como por exemplo a excelente HQ Violent Cases, ou ainda no ótimo livro infantil Os Lobos na Parede. A química entre os dois é incontestável, e parece funcionar porque ambos tem um pé no que é sombrio e insano. E se você pensa que esse tipo de universo não funciona bem com histórias infantis, deve dar uma olhada no mais recente lançamento da dupla aqui no Brasil, Cabelo Doido, que chegou pela Rocco em dezembro do ano passado.

Sendo um picture book (lembra do seu bom e velha O Pote de Melado? Eles são assim: com frases curtas narrando uma história em ilustrações) é evidente que a arte de McKean acaba tendo um destaque maior. E não pense que por ser voltado para crianças que ele muda seu já famoso estilo, envolvendo colagens de uma forma distorcida e exagerada, lembrando um pouco sonhos (ou pesadelos). Mas mesmo assim o efeito combinado com o texto acaba sendo de um conto que pode ser lido sem maiores problemas pelos mais novos.

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O óbvio em três partes

E eis que acabam as olimpíadas de 2008. Provavelmente a que menos acompanhei. Até porque convenhamos, essa coisa de ficar acordado de madrugada para ver gente praticando esporte cansa só de pensar. De qualquer modo, com o final da competição chegamos ao primeiro óbvio do dia: a participação maizomeno do Brasil. Mas sobre os esportes no Brasil eu não vou falar muito mais, não. Já falei qualquer coisa no Pan do ano passado. Deixo vocês então com uma galeria de imagens bastante interessante. Eu ainda estou tentando entender a foto do cara no barco com a bunda para fora, juro.

Outro óbvio: ontem assisti o tal do Procurado. O plot é algo mais ou menos como “nerdinho de mal com a vida descobre que o pai é um super assassino fodão e que herdou ‘poderes’ dele”. Com algo assim, é óbvio que o filme é um exagero de perseguições, explosões e balas que fazem curva. E olha, seria muito, muito legal, se tivesse senso de humor (como no caso do Mandando Bala).

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Coraline

Eu até poderia escrever um post dizendo que estava decepcionada com o Gaiman ou algo que o valha, mas o fato é que livros para criança são livros para criança e assim devem ser lidos (e criticados). Muito embora a orelha da obra indique que é leitura para todas as idades, simplesmente não é (e aí quem está ‘enganando’ o leitor é a editora, não o autor, que sempre se refere à Coraline como um livro infantil). Então, desde já vamos aos fatos: é um ótimo livro infantil. Mas para quem já leu Anansi Boys e Lugar Nenhum, dá para saber que é a raspinha do que o Gaiman é capaz de escrever (e talvez por isso em um primeiro momento eu tenha me sentido decepcionada).

Um ponto bem interessante são as imagens criadas pelo Gaiman. Aqui é coisa de gente grande mesmo, até porque é Coraline é uma história de terror (na realidade, uma espécie de Alice no País das Maravilhas de terror). A descrição da “outra casa” e as personagens que a habitam são descritos com uma riqueza de detalhes que é admirável porque não faz da narrativa algo chato, mas colabora justamente para o tom de horror (vide o “outro pai” quando chega mais no final do livro).

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Filme de Asilo Arkham

Infelizmente, só mais um fan-film, mesmo assim é daqueles bons (tipo o Dead End que circulou bastante na internet há uns tempos). Eu não sei sobre vocês, mas na minha opinião a HQ Asilo Arkham (texto do Grant Morrison e arte do Dave McKean) é uma das melhores histórias do Batman de todos os tempos. Acredito que nenhuma dupla conseguiu com tamanha perfeição passar o tom de pesadelo que impera naquele hospício. E o fato é que esse filme, feito por Miguel Mesas é uma adaptação perfeita. Parece até que a arte do McKean saltou do papel para a tela, está muito legal mesmo. Vale a pena conferir (a parte ruim é que aí dá vontade de ver um filme todo baseado em Asilo Arkham).

Vertigo Tarot

Como eu já devo ter deixado bem claro por aqui, sou fanzoca da arte do Dave McKean. Não só por causa dos trabalhos dele com o Gaiman (como o Violent Cases, do qual falei no Hellfire recentemente), mas outros também, como por exemplo O Asilo Arkham (uma das minhas histórias favoritas do Batman, sobre a qual um dia comentarei aqui). O curioso é que o que mais gosto do Dave McKean não dá para ser encontrado em HQs, embora tenha uma relação com essa mídia. Trata-se do Vertigo Tarot, lançado há uns anos atrás e que agora foi relançado (30 doletas no site da DC).

A idéia é utilizar personagens da Vertigo para ilustrar os arcanos maiores (O Louco, O Mundo, A Estrela, etc.), o que aliás é um dos charmes do deck, pelo menos para os fãs dos títulos da Vertigo: descobrir qual é a personagem e por que ela está lá. Alguns são óbvios, é claro. A Morte só poderia ser ela mesma, bem como O Mago só poderia ser Tim Hunter (de Os Livros da Magia). Mas outros são bastante curiosos e até irônicos (por exemplo, adivinha quem é A Temperança…).

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Violent Cases (Neil Gaiman & David McKean)

Química. Está aí algo fundamental em qualquer trabalho que envolva mais do que uma pessoa. Tome os Beatles, por exemplo. Seria a mesma coisa se ao invés de Ringo Starr tivéssemos Staurt Sutcliffe? E como seria a copa de 94 sem Bebeto e Romário? E seguem exemplos infinitos, uma lista enorme mesmo. Dessa, certamente faz parte também a dupla Gaiman e McKean.

Pelo menos para nós, fãs de quadrinhos, dá para dizer sem nem piscar os olhos que se esses dois não tivessem começado a trabalhar juntos há mais de 20 anos atrás, a idéia de quadrinhos para adultos seria bem diferente. É por isso que Violent Cases (lançado em 1987, mas chegando aqui no Brasil no começo deste ano) é tão especial: trata-se da primeira graphic novel publicada pela dupla. Depois dessa, muitos outros trabalhos de sucesso viriam, entre eles, é claro, Sandman.

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Dave Mckean

Eu já comentei algumas vezes sobre o Dave Mckean e achei que seria legal colocar alguns trabalhos dele aqui.

Bom, antes de mais nada, tem a do Tarot que eu já cheguei a colocar a carta 5 de copas por aqui, não? Pois fiquei sabendo que tem uma outra versão desse tarot (no caso, não tem relação com os personagens da Vertigo). Segue a carta da Lua:

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