Por que ler os clássicos? (Italo Calvino)

Já deve ter acontecido em algum momento com você. Por conta de algum livro começou a tomar gosto pela leitura, e queria sempre mais e mais. No início qualquer coisa serve, mas o gosto começa a ficar refinado e aí as escolhas começam a se afunilar. Em uma metáfora tosca, é mais ou menos o mesmo processo que fez com que durante a adolescência você tomasse vinho Sangue de Boi achando ótimo, e hoje em dia não abre garrafa que tenha custado menos de 30 reais. O equivalente dessas “garrafas de mais de 30 reais” no mundo literário são os clássicos. A questão é que nem sempre é fácil definir o que é um clássico, que dirá quais livros são clássicos e quais não são.

E é para auxiliar tanto nessa definição, como também na apresentação de algum desses que Italo Calvino traz para os leitores Por que ler os clássicos?. O livro é na realidade uma coleção de artigos do autor, todos voltados aos grandes títulos literários. O charme dessa obra é que ela não é algo que só possa ser “digerida” por estudantes de literatura, mas tem tudo para encantar e auxiliar os leigos que estão justamente nesse ponto em que querem ampliar os horizontes literários mas ainda estão um pouco perdidos em uma selva com tantos livros já publicados ao longo dos séculos.

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Ode to Baby Jane

Adoro vilões e anti-heróis. Tenho uma paixão tamanha por esse tipo de personagem que normalmente presto mais atenção no malvadão do que no mocinho (vide o caso de Star Wars, filme no qual o vilão Darth Vader chuta a bunda de todo mundo, digamos assim). E até por causa desse meu gosto pelo pessoal do “lado negro da força” que vivo acompanhando listas de maiores vilões de todos os tempos.

O engraçado é que sempre via a tal da Baby Jane Hudson na lista e nunca entendia por que diabos ela estava ali. Ué, o filme é “O que terá acontecido a Baby Jane“, certo? Então eu achei que era mais um daqueles casos de mal-entendidos como o A Malvada1, que todos pensam que “a Malvada” é a personagem da Bette Davis, quando na verdade é a Anne Baxter (Eve, All about Eve, sacou, sacou?). Mas não. Baby Jane é má. Má, má, má. Tão má que você sente raiva. Tão má que faz todo o filme valer a pena.

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  1. altamente recomendado!!! 

Plano 9 do Espaço Sideral

Algumas coisas ganham fama por causa da história por trás dos fatos. Eu sei que corro o risco de soar herege, mas Oscar Wilde era um sujeito que provavelmente ficaria ali na maré dos escritores querendo ser famosos se ele não fosse o indivíduo que era: aquele que a cada momento que abria a boca, lançava uma pérola pronta para ser repetida por anos e anos1. Não é que ele não seja bom, longe disso. É um dos meus favoritos, como muitos bem o sabem. Mas tem muita gente boa que não ganha destaque porque é conta histórias de forma excelente, mas não tem uma história de vida digna de nota, digamos assim.

É seguindo essa trilha que chegamos ao Plano 9 do Espaço Sideral. A fama do filme? Simplesmente a de ser a pior produção de todos os tempos. A história acabou se espalhando com maior facilidade após o lançamento de Ed Wood, cinebiografia sobre o diretor de Plano 9, lançada em 1994 (e apresentando um Johnny Depp ainda começando a brilhar no papel principal).

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  1. por exemplo, na alfândega: “não tenho nada a declarar, a não ser o meu gênio” 

Some like it hot

AHHHHHHH FINALMENTE!! Consegui riscar mais um filme da minha “Lista dos Filmes os quais, vergonhosamente, nunca vi”. Hoje à noite, aproveitando os benefícios da tv a cabo (hohoho) assisti Quanto Mais Quente Melhor

Caramba, muito legal mesmo. Eu não queria entrar nos esquemas “não se faz mais comédia como antigamente”, mas é inevitável. Sabe filme daqueles que você ri gostoso com piadas completamente inocentes? Pois então.

Alguns momentos do filme eu simplesmente não conseguia parar de rir, na maioria das vezes cenas com o Jack Lemmon, que está simplesmente impagável como Jerry. Tony Curtis dá um bom galã e não dá para negar que faz uma ótima dupla com Lemmon, sendo que no começo chama até mais a atenção. Mas a partir do momento que eles passam a ser Josephine e Geraldine (Daphne) para fugir de gângsters de Chicago, ele acaba se apagando um pouco.

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