Jogos Vorazes

cena favorita <3

No começo do ano li a trilogia Jogos Vorazes de Suzanne Collins já sabendo que um filme estava para chegar ainda em 2012 (para saber o que achei dos livros, tem post aqui, aqui e aqui). E como gostei muito do que eu li (bateu até aquela deprê pós-leitura depois), óbvio que estava curiosa como seria a adaptação, especialmente por alguns aspectos visuais mesmo: como ficariam as roupas criadas por Cinna para Katniss? Como diabos parece aquela Cornucópia? E como fica a camuflagem do Peeta? Enfim, por aí vai. Não achava que Jogos Vorazes era infilmável, só que algumas ideias dele poderiam não funcionar na hora da troca de mídias e acabaria passando por algum tipo de reformulação (como no caso dos uniformes dos super-heróis das HQs, por exemplo).

E foi com um pouco de receio que eles esculhambassem tudo que comecei a assistir ao filme que, para minha surpresa, conseguiu dar conta muito bem dos desafios que a adaptação trazia. Para começar um ponto bem importante que é a narração em primeira pessoa. No livro temos Katniss narrando os eventos, o que é crucial para mostrar, por exemplo, a dúvida dela sobre como reagir com Peeta na arena; ou ainda do senso de responsabilidade que ela tinha para com a irmã e a mãe. Por isso achei que no filme usariam um voice-over, onde Katniss mostraria seus pensamentos tal e qual no livro. Não fizeram isso, partindo para a criação de cenas que nós leitores não teríamos acesso pelo ponto de vista de Katniss, como uma conversa entre o presidente Snow e Sêneca, Haymitch tentando convencer Sêneca a não matar Katniss ou ainda a ótima ideia dos locutores dos jogos – que explicam para quem não está familiarizado com o universo criado por Collins algumas questões da arena, ao mesmo tempo que servem para chamar a atenção para alguns aspectos que poderiam passar batido.

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Namorados Para Sempre

Eu já sabia da bola fora da distribuidora aqui do Brasil que resolveu traduzir Blue Valentine (um trocadilho do blue de tristeza, acredito eu) para, sei lá por qual motivo bizarro, “Namorados Para Sempre”. Resultado é que muita gente pode ter ido aos cinemas pensando que veria algo romântico e fofo (até porque tem o Ryan Gosling no papel principal) e bem, não é o caso deste filme. Há sim, uma infinidade de momentos fofos e românticos, mas o clima geral é de um tapa na cara: a história segue o caminho contrário dos romances que vemos por aí, do felizes para sempre – para mostrar algo que é bem comum: o que acontece quando acaba o amor, quando acaba o respeito que um tem pelo outro.

Mesmo a forma com a qual somos apresentados ao casal é diferente do convencional. A história de Dean e Cindy começa já pela crise, de quando pequenos atos do cotidiano já parecem irritar como se fossem coisas importantíssimas, quando um não parece mais sequer tocar no outro. O amor que resta ali está em Frankie, a filha do casal – é quase como se todo o afeto que Dean e Cindy sentissem um pelo outro fossem canalizados unicamente para ela, não sobrando mais nada. E disso vem a crise do casal, o que consequentemente leva ambos a começarem a refletir sobre o passado, de como foi que eles chegaram até ali. Uma tentativa de tentar responder a pergunta número 1 de qualquer fim de relacionamento: onde foi que erramos?

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A Hora do Espanto (2011)

Eu não gosto de remakes. E eu não faço ideia porque essa praga hollywoodiana ataca principalmente os filmes de terror. Mas quando soube que A Hora do Espanto ganharia uma nova versão, fiquei extremamente dividida entre minha opinião sobre esse tipo de filme e o fato de Jerry Dandrige ser interpretado por Colin Farrell. Então sim, resolvi dar uma chance. E não é que foi legal? É evidente, você tem que deixar o lado purista completamente de lado (o filme tinha uns 10 minutos e eu já tinha repetido umas trocentas vezes “Mas no original não é assim”, até que larguei mão e resolvi só ver). Mas realmente valeu bastante a pena.

O plot básico está lá: o garoto desconfiando que o vizinho é um vampiro. Além de Jerry e do garoto Charles, as personagens principais estão lá: a mãe de Charles, Peter Vincent e o amigo Ed. Mas eles parecem ter algumas diferenças que acabaram ajudando MUITO na construção da tensão da história que sim, é tensa bagarai. De todas as cenas eu tiraria apenas a perseguição de carro, porque né, ficou bocó (ninguém nunca superará Terminator 2 nesse quesito).

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Um Dia

Eu não sei se voltei. Deu vontade, to escrevendo.

Eu realmente tenho uns motivos meio bizarros de ir atrás de filmes (e livros). No caso de Um Dia (o livro), eu estava bastante curiosa porque estava sendo bastaaaaante divulgado e comentado, mas como tinha lido opiniões tanto favoráveis quanto desfavoráveis ao livro, nunca me animava de comprá-lo. Aí acabei colocando na lista de pedidos de amigo secreto e ganhei (com uma dedicatória bem fofa do Gabriel lá do Meia Palavra), e tão logo o livro chegou, já comecei a ler. E meio que devorei, porque não era óóóó que obra de arte, mas era muito gostoso. Sobre ele eu falei no blog do Meia Palavra, e não vou me prolongar muito aqui. A questão é que também fiquei curiosa sobre o filme, e com aquela mesma sensação de vou ou não vou, mas aí o fato de ter momentos que se passam em Edimburgo falou mais alto e lá fui eu conferir.

Então, sobre o filme Um Dia. Achei que a proposta de mostrar um dia na vida das personagens ao longo de 20 anos. Porque no livro a cada capítulo há alguns parágrafos que meio que tentam colocar o leitor em dia sobre o que se passou durante o ano na vida de Emma e Dexter, e isso é meio que querer dar um migué na proposta do romance, entende? Desse jeito, não mostra um dia na vida deles, mas vááários dias. No filme não é assim: somos trasportados de um ano para outro realmente sentindo a diferença que esse período pode fazer em nossas vidas. Do nada tá o cara com um bebê no colo, ou a menina toda elegante em Paris. Quem está assistindo acaba subentendendo o que aconteceu no espaço de tempo que não aparece na tela.

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Dylan Dog e as criaturas da noite

Verdade seja dita, já tem um bom tempo que não leio quadrinhos. Mas posso falar com toda certeza que uma das últimas vezes que me empolguei com um título foi quando descobri Dylan Dog, os primeiros que li saíram pela Conrad, e depois acompanhei a série pela Mythos. Tinha algo nas histórias do “detetive do pesadelo” que realmente me agradavam, aquela boa e velha mistura de horror com humor, não tinha como eu não gostar. Mas aí pararam de publicar e eu larguei mão, acho que meu último contato foi com o filme Dellamorte Dellamore, que é “baseado” no Dylan Dog mas não exatamente uma adaptação.

E aí chegou a notícia de Dylan Dog: Dead of Night, adaptação meeeeesmo do meu personagem do coração. Eu desde o começo estava um pouco cética, até porque nas primeiras informações já se sabia que personagens como o Groucho não estariam no filme (e desculpem, eu adoro o Groucho e acho que faz falta sim). Mas tudo bem, de qualquer forma eu tinha que conferir, até porque ao ver o trailer eu tinha ficado bem curiosa e até com alguma esperança de que não fosse de todo ruim.

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X-Men: First Class

Tem três meses que não assisto filme algum (o último foi o ótim Meia Noite em Paris). E bem, eu poderia dizer que é porque agora sou mãe e tenho filho para cuidar, mas a verdade é que o Tuco é um anjo que me dá tempo para minhas coisas (tanto que assisto minhas séries e leio meus livros na boa). Mas aí vem o cinema e eu vejo as opções das novidades e bleargh, não dá vontade alguma de assistir. E vou dizer na maior cara de pau que a vida não está fácil para quem costumava piratear, não. Você tem que esperar um bom tempo até que chegue uma versão de qualidade para ver. E aí no final das contas tudo vai ficando para depois e eu não assisto nadica.

Mas então chegou uma versão boa de X-Men: First Class e eu fui lá matar minha curiosidade mórbida. Porque né, pelo menos considerando imagens da produção, sinopse e afins, não dava para pensar de forma muito positiva sobre o que viria ali. Entretanto, me conte: você tem horror a sangue, vai gastar minutos preciosos da sua vida com filme de horror só para falar mal depois? Não né. Aí vale o mesmo par aos fãs xiitas de x-men. Não adianta dizer qual era a primeira formação do grupo, que algumas situações ali seriam improváveis nas HQs, etc. etc. etc. O que você pode fazer é pensar que trata-se de um “E se…” versão cinematográfica e se divertir. Foi o que eu fiz.

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Meia Noite em Paris

Novo Woody Allen na praça, e lá vamos nós ao cinema conferir Meia Noite em Paris. A história tinha todos os elementos para me ganhar logo de cara: Paris, Nostalgia, referências mil à arte da década de 20. E realmente me conquistou, foi como se por pouco mais de uma hora e meia eu tivessa a mesma sorte da personagem Gil (interpretada por Owen Wilson) e pudesse viajar no tempo e viver um pouco naquela época maravilhosa, um prato cheio para qualquer amante da arte. Pense em nomes como Ernest Hemingway, T.S.Eliot, Gertrude Stein, Pablo Picasso, Salvador Dalí, Man Ray, Scott Fitzgerald, Cole Porter… enfim, todos reunidos.

É por isso que dá para entender esse desejo de Gil de viver aqueles tempos. Porque deve ter sido simplesmente um daqueles momentos únicos para a arte, com tantas mentes brilhantes cruzando caminhos e trocando informações. O sujeito que sonha em produzir algo que faça diferença certamente deseja estar nesse meio, recebendo conselhos de pessoas que vê como mestres, exemplos. Somando a isso tem também o fato de que o presente de Gil era simplesmente chato: uma esposa que simplesmente não compreende suas vontades e com quem tem em comum o fato de gostarem de comida indiana. Preso entre viver na roda viva, escrevendo roteiros para Hollywood (o que dava dinheiro) ou desenvolvendo seu romance (o que daria satisfação pessoal).

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Desafio 30 Dias de Filmes

Vi lá no Facebook e achei divertido, resolvi fazer. Agora que já respondi todas, vou colocar minhas respostas aqui porque fica mais organizado, sabe como é. E bem, fica aí o desafio para quem quiser responder também, mas já aviso que não é tão fácil quanto parece: mal você responde uma pergunta já fica pensando em mil outros filmes que deveriam estar naquele lugar. Ou dias depois você lembra de um que esqueceu. Ou percebe que filmes que você adora acabaram não entrando ali. Enfim, listas, sempre tão divertidas mas ao mesmo tempo tão complicadas!

Mas assim, se quiser responder essa e tomar gosto pela coisa, tem também o desafio 30 dias de livros que começamos no Meia Palavra, além de um 30 dias de música que tem no próprio Facebook. E se você gosta do tumblr, tem desafios mais específicos, tipo 30 dias de senhor dos anéis (pois é). É coisa para nenhum fanático por lista colocar defeito.

Óbvio, a ideia era ir postando um dia após o outro, mas se quiserem só responder a lista, fiquem à vontade. Minhas respostas então: Continue lendo “Desafio 30 Dias de Filmes”

Rushmore

Aparentemente eu estou em uma fase “filmes que ganharam títulos ridiculamente bizarros”, não sei. Primeiro foi Heathers (Atração Mortal). Agora vou lá no IMDb ver qual é o nome aqui no Brasil para Rushmore e pans, TRÊS É DEMAIS. Aposto que a tradução foi feita a partir da sinopse e que essa tinha aquele tom de narração de Sessão da Tarde ou qualquer coisa do tipo, porque não consigo pensar em título mais equivocado para o filme do que esse. Aliás, que fosse “Rushmore – Inclua aqui um subtítulo tosco”, já faria mais sentido.

Eu reclamo dessas traduções ruins porque elas podem fazer com que um filme que até tenha potencial fracasse miseravelmente aqui no Brasil, sendo completamente ignorado por conta de um título estúpido. Veja lá o caso de The Fall, lindíssimo, que virou Dublê de Anjo. Nem eu perderia minutos preciosos da minha vidinha para assistir a um filme com esse nome. E acho que o mesmo acaba valendo para Rushmore.

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Hora de Voltar

E eu continuo com meus critérios altamente bizarros para escolher um filme. Desta vez assisti Hora de Voltar (Garden State) porque tinha “o carinha do Scrubs” no papel principal e porque há anos (literalmente!) via essa imagem aqui:

E queria entender o contexto. Ótimos critérios para pular a fila enorme de filmes para se assistir, ahn? Porém desta vez eu dei sorte (ao contrário do que aconteceu com Heathers) e gostei muito de Hora de Voltar. Não é daquelas histórias que mudarão sua vida, mas ao mesmo tempo são tão encantadoras que você vai até o fim e pensa, puxa, que legal que tive a chance de assistir.

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