Meu primeiro contato foi com o filme, talvez valha a pena dizer, já até falei brevemente sobre ele aqui. Tinha lá um bom tempo que via imagens dele no tumblr, pensava “Hum, acho que vou gostar desse filme”, mas sempre me enrolava, até que finalmente assisti. Quando acabou, eu já estava fazendo uma busca por informações sobre o filme (incluindo aí o choque ao descobrir que o diretor era o Moss do IT Crowd), vi que era uma adaptação e naquela mesma noite já estava lendo o livro do Dunthorne. E olha, fora uma mudança aqui e outra acolá, a versão do Ayoade é BEM fiel ao original. Como é que pode ficar tão melhor? Bem, para responder isso acho melhor seguirmos aos poucos.
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Bibliotecas no cinema
Sim, normalmente elas são só parte do cenário, não tem grande relevância para a história em si, mas mesmo assim estão lá: as bibliotecas. Sejam as grandes bibliotecas públicas ou as confortáveis bibliotecas pessoais, o fato é que algumas ganharam um lugarzinho especial na minha memória, seja por serem belíssimas, seja porque a cena em que elas estavam presentes eram marcantes. E foi por causa disso que resolvi fazer aqui um top5 unindo duas coisas que adoro: livros e filmes. Vamos então para o meu…
TOP 5 CENAS EM BIBLIOTECAS!
5. Três formas de amar (Threesome, 1994)
Eu acho que o filme nem é assim tão imperdível (lembro de ter gostado, mas assisti apenas uma vez), mas é engraçado como anos e anos depois ainda lembro da garota dando uma de Sally na biblioteca da faculdade, é uma cena bem marcante, no final das contas. Sobre o filme, vale se você de alguma forma estiver sentido saudades dos anos 90, porque ele é a cara dessa década (a começar pela trilha sonora).
Filminhos (Ou: tentando colocar isto aqui em dia)
Não vou ser nem doida de comentar aqui neste post sobre todos os filmes que vi e não registrei aqui no blog desde fevereiro. A realidade é que naquela época eu tinha planos de continuar com o “Filmes em 2013“, mas foi acumulando demais, então pensei em transformar em giffy reviews e quando notei, pans, já era setembro. Ano que vem eu tento fazer tudo bem bonitinho desde o começo, por enquanto vou comentar alguns aleatoriamente mais porque eu realmente sinto falta do registro por escrito. São dez anos escrevendo no blog, me acostumei com isso: por algum motivo um título é comentado, eu busco no blog para lembrar o que achei dele e prefiro muito mais algumas breves linhas do que um sistema obtuso de avaliação como o de cinco estrelas ou notas de um a dez. E esse parágrafo todo é na realidade um longo note to self, eu sei, então vamos logo aos filmes.
Toda forma de amor (Beginners)
As atuações são fantásticas, com Christopher Plummer levando um Oscar por sua personagem Hal (o pai de Oliver), mas confesso que quem me encantou ali mesmo foi Ewan McGregor. Eu tinha até esquecido de como gostava deste ator. A personagem que ele interpreta requer que muito seja dito apenas com olhar e com poucas palavras, e mesmo assim ele consegue dar conta de tudo isso: a tristeza em uma festa cheia de pessoas, o encanto por conhecer alguém especial, a dor ao ver que o pai definhava aos poucos mas ainda assim lutava para que seus últimos momentos fossem felizes. A história simplesmente não funcionaria não fosse essa dupla de atores.
Fenômenos Paranormais (Grave Encounters)
Pule aí mais de dez anos do já conhecido processo da indústria cinematográfica, de recriar/copiar fórmulas ou ideias que deram certo buscando novos sucessos de bilheteria, e é evidente que quando chega um filme como Fenômenos Paranormais (Grave Encounters) você pensa que ele não pode oferecer mais nada de novo: oras, não basta ser um “found footage“, ainda por cima a premissa básica é de um grupo de investigadores de eventos paranormais gravando um programa para a tv em um hospital psiquiátrico abandonado. Ou seja: todos os elementos das últimas décadas do que foi criado em horror norte-americano. Mããããs… tanto blog de horror que eu acompanho falando desse filme, tive que conferir. E uou, não é que a mistura de clichês dá liga?
Antes de continuar a comentar, duas coisas: primeiro, estou falando só do primeiro filme, não vi o segundo (e ouvi falar muito mal do segundo, então…). Segundo, se for assistir, tenta seguir as condições normais de temperatura e pressão: veja sozinho e à noite. Duvido que você vá dormir tranquilo depois.
A Morte do Demônio
Nesta versão, o motivo que faz os cinco jovens se isolarem em uma cabana em uma floresta é que Mia está tentando se livrar das drogas. Para tal, ela chama o irmão (que vem com a namorada) e mais um casal de amigos, que tentarão ajudá-la. Falem o que quiser dessa trama, mas achei que aqui houve um acerto em comparação ao original: quando Mia começa a aloprar por causa do cold turkey, a amiga avisa o irmão da garota que ela já tinha feito uma tentativa anterior e que não deu certo, e que agora era o tudo ou nada e ela não poderia voltar para casa mesmo que pedisse. Pronto, está aí a explicação de porque mesmo com a garota bem loca ainda assim eles não pegavam as tralhas e voltavam para casa.
O Segredo da Cabana
Eis que nos primeiros minutos…. AHNNNN?? Sério que estão apresentando os cinco esteriótipos típicos de qualquer filme com adolescentes/jovens no cinema? Piadinhas com maconha, meninas pagando calcinha nos primeiros minutos? E isso era para ser uma reinvenção? Olha lá, olha lá! Tem até o tiozão sinistro do posto de gasolina no meio do nada falando qualquer coisa que é para deixar o pessoal com medo do lugar para onde eles estão indo! Clichezãoooo! Já estava achando que tinha sido enganada pelos sites de cinema que costumo ler quando a história paralela, em uma espécie de laboratório-quartel-seja-lá-o-que-for, começa uma reviravolta que fez de O Segredo da Cabana um ótimo filme (e tive que concordar com o que eu tinha lido sobre ele). Atenção, spoilers a partir daqui (e é um filme que vale a pena ver sem saber muito sobre ele, vai por mim).
Liberal Arts
Ted Mosby Josh Radnor) está ali na casa dos trinta e poucos, aquele momento em que os sonhos da adolescência deveriam estar se concretizando, mas a realidade mostra que não é algo assim tão fácil. Seu diploma em língua inglesa não lhe rendeu o futuro cheio de conversas com pessoas que amassem os livros como ele, não há nem sinal de um relacionamento estável em sua vida (pelo contrário, acabou de tomar um fora) e seu emprego não parece lá muito interessante. É quando ele recebe uma ligação de um antigo professor da faculdade, o convidando para um jantar onde seria homenageado já que está se aposentando. Jesse prontamente aceita o convite e seu retorno à pequena faculdade de artes no Ohio acaba trazendo aquela óbvia nostalgia de um tempo em que tudo parecia possível.
Com este plot parece que o público do filme Liberal Arts (dirigido por Josh Radnor) se restringiria a pessoas na mesma faixa etária do protagonista, mas o fato é que chegando em sua alma mater Jesse conhece (e se encanta por) Zibby, uma adolescente de dezenove anos que está justamente vivendo o período do qual ele sente tanta saudades. Zibby surge um pouco como a representação de tudo que ficou em Ohio assim que ele se graduou, aquela avidez por novas experiências e ao mesmo tempo uma certa inocência sobre o que está por vir. Sim, ela também é uma manic pixie dream girl (aparentemente todo cara na casa dos trinta e poucos sonha com uma guria assim), mas vá lá, deixando de lado a birra pelo que já é um clichê do cinema atual, a personagem é até bem interessante, rendendo bons diálogos ao longo da história.
You cannot conquer Time
Começando então com Antes do Amanhecer, que eu tinha odiado. Terminei o filme sem entender porque naquela época não gostei: não tem nada ali para não gostar. Os diálogos entre Jesse e Celine são dinâmicos e interessantes, daqueles que dá vontade de se meter no meio para conversar também. E Ethan Hawke e Julie Delpy estão tão bem nos papéis que dá para sentir a química entre eles como algo palpável, real e constante. A cena na roda gigante, que marca o primeiro beijo do casal é doce e encantadora justamente por causa dessa química entre os dois.
Meu namorado é um zumbi (Warm Bodies)
Então que quando vi a tradução do título, pensei que só podia ser zoação. Quando vi os trailers, ficou confirmado que sim, seria zoação mesmo. Mas como comentei em um post tem um tempo, foi justamente o fato de a adaptação ter partido para outro lado que salvou o filme. Desde o título ele já diz “Ei, não me leve à sério!” ou ainda “Olha só a tiração de sarro que estamos fazendo com filmes como Crepúsculo!” o que acaba mudando totalmente a forma de encarar a história. Continua sendo só para se divertir, e tem momentos de extrema vergonha alheia, mas o humor acaba salvando porque dá tintas de Sessão da Tarde para o que não tinha lugar nem em Cine Trash.