Deckard: será que ele é?

blade_runnerBlade Runner entra em minha lista de filmes favoritos fácil, fácil. Os diálogos de Roy Baty (marcados com uma ironia triste) são simplesmente inesquecíveis. Mas o que os fãs do filme gostam de debater é se Deckard é ou não um andróide, e a partir daqui o post se enche de SPOILERS, então se você nunca viu Blade Runner corre lá e volte só depois para continuar lendo. Quanto ao filme, minha opinião ainda é a de que ele é sim um andróide, considerando o desfecho com o origami e tudo o mais. Mas isso não importa, porque eu quero falar é do livro do Philip K. Dick, “Do Androids Dream of Electric Sheep?“, que deu origem ao filme do Ridley Scott.

Vocês sabem, depois de Ubik virei fã desse autor. O modo como ele manipula a linha narrativa é único, e talvez ele seja um dos escritores que melhor lida com a questão da personalidade, não só do que pensamos que somos, mas também do que somos. E lá vem Sheep com esse elemento, então ler o livro sem lembrar da discussão nérdica “Será que o Deckard é ou não um andróide” foi simplesmente impossível para mim. Mas calma, calma, vamos por partes.

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Non si deve profanare il sonno dei morti

non_si_deve_profanare_il_sonno_dei_mortiEntão, é uma produção franco-espanhola de 1974 dirigida por Jorge Grau que conta com dois diferentes títulos aqui no Brasil, “Zumbi 3” e “A Revanche dos Mortos Vivos II”. Nos Estados Unidos o filme ficou conhecido como “Don’t Open the Window” (lembram do trailer falso em Grindhouse chamado Don’t? Então, é meio que piadinha com o título americano) e também “Let Sleeping Corpses Lie”. Ou seja, é um monte de nome e é bem provável que você já tenha assistido, só não está ligando o título à história.

Para situá-lo, vamos ao enredo: duas pessoas estão viajando no interior da Inglaterra, quando chegam em uma pequena cidadezinha que está servindo como campo de teste de um pesticida radioativo. O tal do pesticida não só deixa todos os bebês da região mais agressivos, como também faz com que os mortos voltem à vida e bem, essas duas pessoas têm o azar de estar no lugar errado na hora errada e são acusados dos crimes cometidos pelos zumbis.

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Cineminha

(Notícias rápidas de cinema para você que está com pressa como eu)

  • Já está disponível na internet o trailer novo de Sherlock Holmes. Um monte de gente vai chiar, isso é certeza. Eu achei bem legal. Para ver, clique aqui.
  • Vazou o pôster de Lua Nova (continuação de Crepúsculo). Eu achei que alguns fãs fizeram posteres melhores do que esse, na boa. Para ver, clique aqui.
  • Estou lendo (e adorando) o livro World War Z, do Max Brooks. Fucei no imdb só por curiosidade e pans, pré-produção, com 2010 como ano previsto para a estreia. MUITO curiosa para saber como farão a adaptação.
  • Semana passada divulgaram o trailer de A Estrada, baseado no romance de Cormac McCarthy (e um dos meus livros favoritos de todos os tempos). Torci o nariz para prováveis mudanças, mas vamos ver no que pode dar, certo? Você pode conferir o trailer lá no Omelete.
  • Oi? Adaptação de A Queda da Casa de Usher? 3D?

E por hoje é só, pessoal.

Dia dos Namorados Macabro

my_bloody_valentine_3dO 3D está com tudo de uns tempos para cá. Vira e mexe sai um filme empregando a tecnologia, bem mais avançada do que aquela dos óculos com uma lente vermelha e outra azul, devo dizer. A única limitação do 3D, até o momento, é o fato de ser impossível legendar o filme. Na época da estreia de Coraline lembro que perguntei para as pessoas a razão disso e ninguém soube me explicar, mas um tempo depois acabei lendo uma matéria no UOL que meio que dá conta de responder a questão (em algumas das tentativas de usar legenda o pessoal focava durante o filme todo e acabava ficando com náuseas, por exemplo).

Porém, como comentei no post sobre Coraline, o fato é que dublagem em filme me incomoda, MUITO. E imagina em filme de terror, que a construção do clima é tão importante, ficar pensando na dublagem ruim simplesmente desviaria minha atenção e eu não poderia dar os pulos de susto como os que dei enquanto assistia à versão “normal” de Dia dos Namorados Macabro.

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How to Survive a Horror Movie

howtosurvive(All the Skills to Dodge the Kills, por Seth Grahame-Smith)

Aviso desde o princípio que não adianta, esse livro é para os fãs dos filmes de terror. Ou pelo menos para quem já assistiu meia dúzia de clássicos do gênero, como as séries A Hora do Pesadelo, Sexta-Feira 13 e Poltergeist, ou outros títulos famosos como O Iluminado e O Sexto Sentido. Caso contrário, passe longe porque o livro soará tipo piada interna, da qual você é a parte que está por fora e não entenderá absolutamente nada.

Recado dado, vamos comentar sobre o livro então. Escrito por Seth Grahame-Smith, trata-se de um guia de sobrevivência para aqueles que de algum modo foram parar no que o autor chama de Terrorverse. O humor do livro é construído a partir de clichês dos filmes de terror, mais ou menos como aqueles que listei aqui no ano passado e lógico, nas ótimas tiradas do Grahame-Smith quando mistura horror com o mundo real.

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Star Trek (o filme)

startrek

Geral parece ter com Star Wars e Star Trek a mesma pira que eu tinha com Beatles e Rolling Stones: achar que só se pode ser fã de um ou de outro, mas não dos dois. Não sei se foi porque comecei a assistir ambos já depois de uma certa idade, mas o fato é que eu não tenho nenhum peso na consciência sobre isso, e curto os dois sem qualquer comparação (além do óbvio de ser ficção científica). Não chego ao exagero de sair cumprimentando pessoas por aí com um “vida longa e próspera”, nem uso roupinhas jedi, embora adore fazer uma piadinha ou outra sobre o “lado negro da força” ou ainda dizer “he’s dead, jim” e coisas do tipo.

Acho que o que quero dizer é: eu gosto de ambos, mas não sou fanática. Sobretudo no caso de Star Trek, que verdade seja dita, acompanho desde 2005, e apenas a série clássica (por influência do Fábio). E talvez isso me permita assistir as coisas de uma forma um pouco mais distante, sem aqueles piripaques fanáticos típicos dos fãs. E estou dizendo tudo isso para comunicar que hum, o novo Star Trek agrada os fãs da série e aqueles que nunca assistiram. E agrada as pessoas que só curtem a série, sem grandes paixões, tipo eu hehehe.

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De porque não estou empolgada sobre o filme do Dylan Dog

dylandog_03Isso não deveria acontecer, mas fã de HQ sofre. Pelo menos aqui no Brasil, lugar onde um contrato com a DC parece uma batata quente que ninguém quer ter em mãos, ou que ao chegar qualquer coleção nas bancas, a preocupação maior do leitor é “Será que será publicada até o fim?”. Às vezes fico cá pensando se esses caras não são até meio sádicos, sabe? Do tipo “Ei, conheça essa hq super bacana!” e aí quando você está adorando ler as histórias, empolgado esperando a próxima publicação… pans! Título cancelado.

Isso aconteceu comigo em 2006, quando cancelaram Dylan Dog. E o mais chato desse negócio é que você fica meio descrente sobre tudo. Por exemplo, quando falaram de adaptação para o cinema, eu pensei “Puxa, que bacana”, mas nem levei à sério. Pensei que seria um daqueles ‘n’ casos de projetos que depois são engavetados por motivos óbvios (leia-se “por não dar lucro”). Aí ontem o Ramalokion postou lá no Meia Palavra um link para a matéria do Omelete com fotos da tal da adaptação. Talvez tivesse sido melhor a ideia não ter passado de projeto.

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Laid to Rest

laid_to_rest_poster(ou: O que há com você, Dona Indústriadosfilmesdeterror?)

Ok, não é novidade que a indústria cinematográfica como um todo adora seguir ‘ondas’, ‘modinhas’ e afins. Ninguém é doido de nadar contra a maré com tanto dinheiro em jogo, certo? Pois então, talvez seja justamente esse o problema. Eu ainda acho que não é à toa que filmes ditos “independentes” como Juno e Pequena Miss Sunshine estão ganhando cada vez mais público. É um sintoma de que o nós estamos simplesmente de saco cheio de continuações, remakes e filmes que obviamente seguem uma receita de bolo.

O que assusta sobre isso é que mesmo os filmes de terror, que teoricamente são em sua grande maioria independentes e extremamente experimentais, estão entrando nessa onda covarde. Eu já comentei sobre isso anteriormente: começou com os diversos remakes. Agora vamos para a receitinha de bolo, com filmes como Laid to Rest.

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A Noite do Terror Cego

tombs_of_the_blind_deadSim, seria Anicamente impossível passar o feriado sem ter visto pelo menos um filmezinho. E então quando chegamos nas cntp (frio e comecinho de noite) fomos conferir um filme de terror espanhol de 1971, chamado La noche del terror ciego. Aliás, só para registrar, o título em português é de Portugal. Não consegui achar qualquer informação sobre o lançamento do filme no Brasil, que dirá qual seria o título “oficial” aqui. Mas deixemos isso de lado e vamos à história, sim?

Dirigido e escrito por Amando de Ossorio, o longa começa com uma viagem de um casal mais uma amiga para o interior. Por uma razão até meio estapafúrdia, uma das mulheres resolve saltar fora do trem quando está próxima de ruínas medievais, que depois sabemos ser habitadas por cavaleiros templários mortos vivos1 .

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  1. O diretor faz questão de apontar que seus cavaleiros templários não são zumbis, uma vez que eles são inteligentes e yadda yadda yadda. Para mim são zumbis, blé.  

Dead Snow (Død Snø)

dodsnoEu não lembro bem quem foi que indicou há uns tempos o filme Dead Snow (chuto que foi o Skywalker), só lembro que fiquei naquela de “Quero ver”, mas acabei não conferindo. Aí ontem à noite estávamos aqui em casa escolhendo o que veríamos, sondando as sinopses e tudo o mais, quando vejo lá o Død Snø, que no IMDb tem lá Grupo sai de férias yadda yadda yadda NAZI ZOMBIES. Uouuuuuuuu! Fiquei com vontade de assistir na hora. E lá fui eu.

O filme começa com uma cena MUITO boa, com uma garota correndo na neve. Toca como trilha No Hall do Rei da Montanha (um dos trechos mais conhecidos de Peer Gynt), o que conquistou meu coraçãozinho na hora. Pensa só, um filme com NAZI ZOMBIES e que abre dessa forma TEM que ser um dos melhores filmes de zumbi de todos os tempos. Poisé. Mas não é.

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