The Human Centipede (First Sequence)

O que esperar de um filme cujo título traduzido seria A centopéia humana? Tosquice, certo? Estávamos para assistir já tem quase dois meses, mas sempre acabávamos desistindo por conta de algum programa da tv a cabo ou outro filme que não prometesse tanta tosqueira. Juro, eu achava que veria um terror levezinho, tendendo mais pelo terrir para ser sincera – algo como aquele O Ataque dos Tomates Assassinos, mas bem, a verdade é que não tem nada de comédia em The Human Centipede (First Sequence).

Dirigido pelo holandês Tom Six e ganhador de alguns prêmios em festivais de terror, a história tem um começo meio inconstante: primeiro vemos um homem contemplando uma imagem de três cachorros e então atacando um caminhoneiro que parou na beira da estrada. Ok, isso promete. Mas logo após essa sequência, passamos para a apresentação do que seriam as protagonistas da história, duas amigas viajando pela Europa (e aí somando ao plot de O Albergue logo chegamos a conclusão que viagens pela Europa são perigosas, ahn?). Elas estão no meio do nada a caminho de uma festa quando o pneu do carro fura e eis que elas acabam parando para pedir socorro na casa do sujeito que atacou o caminhoneiro.

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Trailer de Dylan Dog: Dead of Night

Saiu o trailer de Dylan Dog: Dead of Night, com estréia prevista ainda para esse ano lá nos Estados Unidos (sabe-se lá quando aqui no Brasil). Meus comentários não são muito diferentes de quando começaram a publicar fotos e notícias da produção por aí, mas de qualquer forma o trailer pelo menos me deixou com vontade de ver o filme.

A começar pelos pontos positivos: Brandon Routh foi uma boa escolha (aos fãs: Rupert Everett está velho e não convenceria mais como o Dylan), a caracterização da personagem está ok e dá para ver lá vários elementos que aparecem na HQ, beleza. Gostei de Personal Jesus na trilha também, embora minha versão favorita seja a do Johhny Cash. Pontos negativos: o plot parece chupado de Hellboy, e bem, pelo menos nos quadrinhos eles são beeem diferentes. E convenhamos, precisa colocar vampiro, lobisomem e zumbi tudo junto? Tem tanta história boa do Dylan que renderia um longa, não precisava apelar para a febre do momento. E continuo insistindo: CADÊ O GROUCHO?!!!

Mas tá aí o trailer para quem quiser dar uma conferida. Não achei com legenda nem em qualidade boa, mas se encontrar eu edito o post aqui, prometo. Para assistir, é só clicar aqui e ser feliz. Eu até ia colocar o video direto aqui, mas o wordpress 3 tá de sacanagem comigo e pedindo para deixar de ser a ferramenta utilizada por esse blog. Seriously.

Insanidade

Já tem alguns dias que estou para comentar sobre um filme em especial, mas acabou que fui deixando para depois e outros chegaram, então resolvi fazer um post só para todos eles, tchans. Até porque até um certo grau você pode relacioná-los pelo tema da loucura, e vocês vão entender do que estou falando enquanto os comento, prometo. Então vamos do começo.

Sílení (2005): Manja aquele filme que desde o começo você fica exclamando uns “WTF?!!”? Pois então. Produção tcheca, supostamente baseada em Poe e Marquês de Sade, imagine o que vem aí. A história toda é montada de forma meio confusa, mas há uma linha narrativa bem interessante: rapaz chega em um hospício e uma das enfermeiras pede ajuda, dizendo que na realidade ele foi tomado pelos loucos, que aprisionaram os médicos e agora fingem ser estes.  Mas acredite, demora um tico até chegar aí e tem muita, muita insanidade ao longo da história. É no mínimo curioso, embora o filme provavelmente custará a sua vontade de comer carne por uma semana.

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Diferentes leituras sobre um mesmo filme

Eu sei que muitas pessoas adoram listar as ‘n’ situações nas quais os livros são melhores do que os filmes, valendo-se sobretudo do argumento de que nada supera a imaginação. Mas a verdade é que tem algumas coisas que funcionam tanto para o cinema quanto para a literatura, e uma delas (e acredito que a mais legal) é a possibilidade de “ler”/”compreender” uma história de forma diferente. Enquanto todo mundo vê algo como “x”, aparece alguém e mostra um outro jeito de ver aquilo, o que às vezes pode até melhorar sua experiência.

O primeiro exemplo disso que tive com a telona foi com o filme Sinais, do Shyamalan. Ao contrário de muitas pessoas eu saí do cinema super animada com o que tinha assistido, adorei mesmo a tal da história dos ets (e juro que até hoje em dia nem dou bola para aquela coisa dos bichos vindo para um planeta que tinha quantidade absurda justamente do que poderia matá-los, hehe). Mas aí uns dias depois estava lá eu nerdiando na Fórum Valinor quando o Folco postou uma “teoria” sobre Sinais (que segue dentro de spoiler):

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Tesis (1996)

A primeira vez que ouvi falar de Alejandro Amenábar foi ali para o final de 2001, com a chegada de Os Outros no cinema. Lembro que nas ‘n’ reportagens que li elogiando o trabalho dele como diretor e roteirista, mencionavam também o Abre Los Ojos, que depois de um acordo com Tom Cruise ganhou a versão hollywoodiana Vanilla Sky. Mas aquela coisa, salvo raríssimos casos (como o Tarantino), não sou exatamente macaca de auditório de diretor e não costumo sair correndo atrás de qualquer coisa que tenha seu nome, por isso foi uma baita surpresa quando após terminar o thriller Tesis (1996), descobri que era um filme de com roteiro e direção de Amenábar.

Suspense bem bacana, o que aliás me levou a pensar o que aconteceu com filmes como esse. Lembro que na década de 90 pipocaram vários filmes do gênero, e alguns acima da média como Cova Rasa e Seven. E agora você consegue contar nos dedos os suspenses que não tenham necessariamente qualquer relação com o sobrenatural ou que bom, que sejam realmente aqueles que valem a pena assistir, como foi o caso de Tesis.

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A Maldição do Demônio (1960)

Ok, vamos começar pelo título do filme, até para evitar confusões. Aqui no Brasil deve existir uma penca de “maldições do demônio”, mas eu estou adotando a tradução tal como consta no IMDb. Se foi livre, se é oficial, eu não posso dizer. A única coisa que posso ajudar para que você não procure pelo filme errado é dar o título original, La maschera del demonio (até porque mesmo em inglês ele tem vários títulos, hehe). Esta produção italiana é de 1960, dirigida por Mario Bava e levemente baseada em um conto de Gogol chamado Viy.

Eu gosto de filmes antigos de terror, mas às vezes por serem “inocentes” demais acho que acaba faltando justamente o elemento “horror” na história. Não que isso seja uma regra, alguns dos melhores que vi são os mais antigões (como Os Inocentes, citado recentemente nos comentários aqui do Hellfire, ou ainda A Casa Mal Assombrada). Mas sabe como é, às vezes você acaba se decepcionando com a falta de cenas realmente assustadoras.

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Mudando o tom

Tantos dias com horror em filme, série e literatura que já estava na hora de mudar um pouco o tom e ver outras coisinhas, senão começo a mirar a cabeça de todo mundo na rua, sabe como é. Segui aquele caminho no qual o Fábio não me acompanha, os filmes levemente açucarados e sem sangue jorrando da tela. Sabe como é, agora que começou minha licença maternidade, posso me dar ao luxo de dar minhas escapulidas, há.

Enfim, aos filmes: Lembranças e Apenas o fim. Aquela coisa, nada que eu vá dizer “Uou, corra lá e assista”, são filmes bacanas e bons para passar a tarde (acredite) e procrastinar na arrumação do quarto do bebê. Eu vou comentar sobre os dois, mas deixo desde já a dica de que Lembranças é o tipo de filme que tem mais graça quando você assiste do mesmo jeito que eu vi: sem saber nada sobre ele, a não ser que o protagonista é o Robert Pattinson, o que já baixa as expectativas. Então, se quiser continuar lendo, você decide.

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Eclipse (o dos vampiros, não do Antonioni)

Eu não ia comentar sobre o terceiro filme da saga Crepúsculo, já tinha colocado isso na cabeça antes mesmo de ir ao cinema. Aquela coisa: Crepúsculo foi bem maizomeno (agrada mais pelo fator “ver na telona uma história que você leu e gostou”), Lua Nova tem aqueles momentos meio vergonha alheia e aí eu meio que não esperava nada de Eclipse, apesar de se basear no meu livro favorito dos quatro, até porque é o que melhor equilibra a melação com a ação.

Enfim, eis que quase um dia após ter assistido, fico cá pensando que ele merece um registrozinho sim. Até porque na pior das hipóteses eu ganho visitação das fãs da série, roooou! Ok, estou só brincando. A verdade é que Eclipse, apesar de manter-se medíocre (no sentido de “mediano”) como os outros dois filmes, ainda assim apresentou mais acertos do que erros, e no final das contas se destaca positivamente entre os três.

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Retrato de um Assassino

Eu tenho certeza que já comentei aqui sobre minha angústia como leitora: aquela coisa de não importar o quanto eu leia, eu nunca lerei todos os livros do mundo e por consequência nunca saberei o que estou perdendo. Para filmes a sensação é mais leve, mas volta e meia eu me dou conta de que se fosse depender de assistir só o que sai nos cinemas, eu provavelmente perderia MUITA coisa e às vezes não necessariamente boas, mas no mínimo interessantes.

Veja o caso de Retrato de um Assassino (Henry: Portrait of a Serial Killer) que vi ontem à noite. Nunca tinha ouvido falar. Minhas referências de filmes com assassinos seriais ficavam ali entre Assassinos Por Natureza e Aconteceu perto de sua casa e provavelmente continuariam assim se eu não tivesse cruzado com esse. Enfim, não é exatamente uma experiência que vá mudar minha vida, mas é o tipo de situação que me faz lembrar que tem muito mais por aí, argh.

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Horror espanhol

Então que segui a sugestão do Jedan e assisti Quem pode matar uma criança? (no original, ¿Quién puede matar a un niño?). Eu não vou escrever um post dizendo que estou surpresa, porque a verdade é que há muito que tenho percebido o quanto eles mandam bem quando o assunto é horror. Vocês sabem, um dos meus filmes favoritos é uma produção hispano-mexicana, A Espinha do Diabo. E tem pouco tempo chegou [REC], que até ganhou uma versão americana, por exemplo.

Enfim, não foi surpresa. Mas ao mesmo tempo, Quem pode matar uma criança? surpreende pelo modo como lida com a ideia de horror. O filme é de 1976 e começa com uma sequência de trechos de documentários e reportagens mostrando guerras e as consequências dessas para as crianças. Muda então para um casal em férias que decide visitar uma pequena ilha na região, e quando chegam lá descobrem que não há adultos no lugar.

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