É evidente que muito da obra de Drummond foi devidamente apresentada para mim em sala de aula (acredito que o mesmo deve ter acontecido com outras pessoas, especialmente com os que já foram vestibulandos). Mas a sensação de familiaridade não vem só do fato de muitos dos poemas do escritor serem bastante conhecidos e estudados, mas também pelos temas abordados pelo poeta e o modo como ele faz, o que fica bastante evidente nesta coletânea.
A antologia foi organizada pelo próprio autor em 1962, e é dividida em nove partes que, segundo Drummond, representam “o indivíduo, a terra natal, a família, amigos, o choque social, o conhecimento amoroso, a própria poesia, exercícios lúdicos, uma visão ou tentativa de, da existência” (pg.15). Mas a abordagem do poeta é tão sensível, que ele poderia tratar de temas completamente alienígenas e ainda assim conseguir fazer com que o leitor se identificasse com seus versos. Portanto não é à toa que muitos recitem por aí trechos de poemas dele (mesmo que às vezes sem nem saber a quem pertencem). É um daqueles casos em que o poeta parece assumir o papel de porta-voz da humanidade, colocando em palavras (e versos!) o que muitos sentem. Continue lendo “Antologia Poética (Carlos Drummond de Andrade)”