A Voz do Dono e o Dono da Voz

Eu estou bastante por fora das olimpíadas, até porque acordar cedo não é comigo, ainda mais para ver gente correndo, pulando e suando. Aí, por causa do horário do trabalho, acabei perdendo também a cerimônia de abertura, não que eu tenha qualquer tradição em acompanhar cerimônias, mas o fato é que fiquei meio “por fora” de diversas conversas por causa disso.

Aí hoje eu cheguei em casa e vi a notícia sobre a chinesinha que cantou “Ode à Pátria” durante a abertura dos jogos – e que teria emocionado diveeeeersas pessoas, na verdade estava dublando uma outra chinesa. Então você decide ir mais a fundo da história e saber por que, oh Deus por queeee fariam isso. E diz o responsável “Era uma questão de interesse nacional. A criança que apareceria diante da câmeras tinha que ser expressiva“.

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O Melhor Filme de Cada Ano Em Que Estive Viva (III)

E láááá vamos nós para a parte final da minha lista, que vai de 1999 até 2007. Sim, eu estou vivona aqui em 2008, mas estou deixando a data de fora até porque não vi muitas estréias esse ano (lista da vergonha nérdica: Indyana Jones, Homem de Ferro, Batman e devo estar esquecendo de outros).  Fica valendo o que eu colocar naquele meu top10 básico de fim de ano.

Por falar no top10 básico de fim de ano, eu o publico desde 2004, o que significa que terminar essa lista não seria muuuuuito difícil. O problema é que às vezes revendo filmes, ou simplesmente com o tempo mesmo, o que era o melhor filme que eu tinha assistido naquele ano passa a ser um filme muito bom, mas hum, segundão digamos assim. Então por favor, não usem o pesquisar para dizer que sou incoerente com meu gosto, já dou a resposta aqui: sim, eu sou. =P

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A pedra no meio do caminho da Pedreira

Eu sei que nem todos os meus leitores são curitibanos e que isso soará como um famoso caso de POP1, mas a verdade é que mais uma daquelas histórias de coisas feitas na surdina e decisões relevantes para toda a comunidade tomadas sem uma consulta popular – ou pelo menos sem “avisar”. É o equivalente ao seu síndico decidir que você não pode mais usar calcinha ou cueca brancas e você só ser avisado depois que a nova regra já está valendo, digamos assim.

Então senta que lá vem história. A Pedreira Paulo Leminski (talvez o caso em que o nome do poeta mais vezes foi escrito de forma errada, hehe), há anos é o espaço de Curitiba para grandes shows. Vocês sabem, Curitiba é uma titica, especialmente no que diz respeito aos grandes shows. E era por causa da Pedreira que pessoas puderam conferir grandes bandas aqui (eu tenho certeza que tem muita gente com o show do Pixies na lembrança ainda!).

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  1. Problema de Outra Pessoa, vale a pena ler Douglas Adams para entender a explicação do termo 

The Rip (Portishead)

Acabei de ver esse clip aqui do Portishead, e tinha que compartilhar. O álbum novo eu ainda não conferi (pelo menos não todas as faixas), mas essa música é linda e o video muito, muito legal. Fiquei com vontade de conferir o que mais o Third tem para mostrar.

Dica lá do Who Killed Bambi?

O Melhor Filme de Cada Ano Em Que Estive Viva (II)

Continuando com a lista dos melhores filmes de casa ano em que estive viva, agora com o período entre 1990 e 1998. Como disse antes, é, sou velha e tive que repartir em três. Ainda bem que não são três de dez, senão entrava em crise. No caso dos anos 90 a dificuldade nem foi tanto lembrar dos filmes, ou ainda, escapar da nostalgia. Aí, o problema já foi selecionar qual filme, entre tantos excelentes que apareceram nessa época, ficaria de fora da lista.

Lembrando mais uma vez que as datas de lançamento são as do IMDb, e que essa não é uma lista nostálgica (o que significa deixar de lado nossa querida e já comentada Sessão da Tarde). Então, sem mais firulas, vamos logo à segunda parte da lista dos melhores filmes.

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Das coisas que moldam nosso caráter

Acabei de ler um artigo sobre a versão mangá da Turma da Mônica e fiquei cá, lembrando de todas as ‘n’ revistinhas do Mauricio de Souza que li.  Sabe como é: cheguei até a acompanhar a chegada da revista da Magali e do formato “Gibizinho”1. Aí, sabeseláporque, lembrei de uma constante nas histórias envolvendo o Cascão, que aparentemente era mais “humilde” do que os demais amiguinhos: a moral “de que adianta dar valor aos brinquedos caros se você não sabe se divertir?” (ok, não era assiiiiiim que eu absorvia na época, só sabia que era importante saber que video game não é tudo na vida).

O engraçado é que no final das contas isso acabou moldando meu caráter, de certa forma. De um jeito meio hipócrita, talvez, mas eu era a menina que andava de bicicleta até um lugar bem longe de casa para sentar com a amiga num campinho e ficar falando na natureza (ahahahahaha, acabei de lembrar da vez que convidamos a Daniele para fazer isso e no final do dia uma olhou para a outra e disse “É, ela não entendeu como funciona”). Assim, eu não cresci com video game, mas de quando em quando achava que ter vários amigos para brincar de gato mia era muuuuuuito mais divertido do que ter a casa da Barbie, por exemplo. O que obviamente não era (pelo menos se você adorava brincar de Barbie, como eu).

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  1. sou só eu ou mais alguém aqui torcia por um ‘namoro’ entre o Cebolinha e a Mônica? O_o 

M is for Magic (Neil Gaiman)

Então que obviamente eu aproveitei a oportunidade de estar “lá fora” para comprar uns livrinhos. Um deles foi o M is for Magic do Neil Gaiman. Trata-se de uma coletânea de contos já anteriormente publicados (menos um, que na verdade é meio que um trecho do romance que ele lançará ainda esse ano, The Graveyard Book). É um livro voltado ao público infanto-juvenil, até porque a proposta é parecida com a das coletâneas do Bradbury como “S is for Space“, levar a Literatura para o público mais jovem, mas ao contrário de Coraline, o livro serve para leitores de todas as idades, sim.

O tom predominante é, como o nome diz, a magia. Mas aqui as coisas não aparecem como um conto de fadas serelepe e bonitinho: há muita acidez, nostalgia e melancolia. Há suicídio e sexo – embora de forma velada ou mesmo metafórica. E se seguindo a escola do Mestre Poe o Gaiman peca por escrever contos até meio longos, ainda assim ele parece ter aprendido bem a lição do efeito final: algumas conclusões são daquelas que deixam você perplexo e absorvendo o que foi lido.

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O Melhor Filme de Cada Ano Em Que Estive Viva (I)

Seguindo a sugestão do Luis e do V lá d’O Discreto Blog da Burguesia (um dos melhores títulos de blog de todos os tempos), resolvi fazer minha própria lista de melhores filmes de 1981 até recentemente. A tarefa não é das mais fáceis, até porque por mais que meu teste de demência tenha dado negativo, ainda assim minha memória não é das melhores. Além disso, eu não sou cinéfila como eles, então tem um monte de filme para ver. E ainda tive que definir o papel do fator nostalgia na lista (e aviso desde já que foi zero. Outro dia faço uma lista cheia de Curtindo A Vida Adoidado e Os Fantasmas se Divertem, prometo).

De qualquer forma, está aí a primeira parte. De 1981 até 1989. Já deixo como registro que preciso urgentemente assistir mais filmes dos anos 80. Não os da Sessão da Tarde, até porque tive uma infância bem desocupada e feliz, obrigada. Outra coisa: datas de lançamento de acordo com o IMDb. Ok, vamos à lista.

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Voltei

Sim, o Hellfire está às moscas desde o dia 5. Como a maior parte de vocês já deve saber, estive na Europa nos últimos dias, e é claro que seria extremamente idiota da minha parte torrar cinco dinheiros por uma hora de internet (a média dos cyber cafés lá). De qualquer modo, fica aqui um registro do retorno e a promessa de que volto a atualizar assim que me recuperar da dor da perda desse grande ícone, Dercy Gonçalves, que se foi sem deixar para mim oportunidade de dizer adeus. Snif.

E também resolvi abrir uma enquete sobre o template novo. Durante um mês o pessoal poderá votar aqui se o lance é o anterior (escuro) ou esse (claro) – de acordo com o resultado e do meu humor, eu mudo. Então vota aí, miudim.

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Lei Seca

Eu resolvi esperar um pouco antes de comentar sobre a tal da “Lei Seca”, embora eu esteja matutando o assunto já há algum tempo. Queria ver qual é a opinião geral das pessoas, queria ver como seria quando ela passasse a valer e por aí vai. Preciso dizer, antes de mais nada, que concordo com um ponto que o Skywalker (que é contrário à Lei) levantou no Estranho Vizinho. Disse ele:

Muita gente se irrita com Leis mal formuladas que são publicadas por aí. Mas o que se pode esperar de um país onde a Casa Legislativa é composta por cidadãos que nós elegemos do quilate de Clodovil, Maria do Rosário, Sérgio Zambiasi, dentre tantos outros que tem notória ignorância jurídica? Por mais redundante e pleonasmático que possa parecer, nunca é demais lembrar que os cidadãos que nós elegemos foram eleitos por nós.

Em ano de eleição, nunca é demais lembrar – especialmente para aqueles que votam “de zueira” e que agora estão aí reclamando da lei. Se seu principal argumento é que essa lei é “culpa do governo”, lembre que o governo é culpa sua.

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