How to Survive a Horror Movie

howtosurvive(All the Skills to Dodge the Kills, por Seth Grahame-Smith)

Aviso desde o princípio que não adianta, esse livro é para os fãs dos filmes de terror. Ou pelo menos para quem já assistiu meia dúzia de clássicos do gênero, como as séries A Hora do Pesadelo, Sexta-Feira 13 e Poltergeist, ou outros títulos famosos como O Iluminado e O Sexto Sentido. Caso contrário, passe longe porque o livro soará tipo piada interna, da qual você é a parte que está por fora e não entenderá absolutamente nada.

Recado dado, vamos comentar sobre o livro então. Escrito por Seth Grahame-Smith, trata-se de um guia de sobrevivência para aqueles que de algum modo foram parar no que o autor chama de Terrorverse. O humor do livro é construído a partir de clichês dos filmes de terror, mais ou menos como aqueles que listei aqui no ano passado e lógico, nas ótimas tiradas do Grahame-Smith quando mistura horror com o mundo real.

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Star Trek (o filme)

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Geral parece ter com Star Wars e Star Trek a mesma pira que eu tinha com Beatles e Rolling Stones: achar que só se pode ser fã de um ou de outro, mas não dos dois. Não sei se foi porque comecei a assistir ambos já depois de uma certa idade, mas o fato é que eu não tenho nenhum peso na consciência sobre isso, e curto os dois sem qualquer comparação (além do óbvio de ser ficção científica). Não chego ao exagero de sair cumprimentando pessoas por aí com um “vida longa e próspera”, nem uso roupinhas jedi, embora adore fazer uma piadinha ou outra sobre o “lado negro da força” ou ainda dizer “he’s dead, jim” e coisas do tipo.

Acho que o que quero dizer é: eu gosto de ambos, mas não sou fanática. Sobretudo no caso de Star Trek, que verdade seja dita, acompanho desde 2005, e apenas a série clássica (por influência do Fábio). E talvez isso me permita assistir as coisas de uma forma um pouco mais distante, sem aqueles piripaques fanáticos típicos dos fãs. E estou dizendo tudo isso para comunicar que hum, o novo Star Trek agrada os fãs da série e aqueles que nunca assistiram. E agrada as pessoas que só curtem a série, sem grandes paixões, tipo eu hehehe.

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Season Finale: House (S05E24)

house_md_poster5(O post está cheio de spoilers. Então, só leia se você já viu o último episódio da quinta temporada, ou se não liga muito sobre essa coisa de estragar surpresas.)

O quinto ano de House foi meio estranho. Primeiro porque a grande pergunta do final da temporada anterior (“Como House vai se virar sem o Wilson?”) acabou sendo respondida mais rápido do que o esperado. Também porque entre episódios memoráveis que ficarão entre os melhores de todos os tempos, como por exemplo o Here Kitty (S05E18)  e o Locked In (S05E19), alguns outros ficaram nas bordas da mediocridade. Então não dá para dizer que é uma das melhores temporadas, embora eu ainda ache louvável que eles consigam fazer o que estão fazendo mesmo após tanto tempo.

Veja o caso desse último episódio, Both Sides Now (S05E24). Como a maior parte das histórias do quinto ano, as relações de House com as pessoas acabou tendo mais foco do que o “mistério médico”, que era até bem interessante: um sujeito que não controlava a mão esquerda. Mas o foco central foi a noite anterior de House com Cuddy.

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The Graveyard Book (Neil Gaiman)

neilEm agosto do ano passado comentei sobre a coletânea de contos M is for Magic do Neil Gaiman, alegando que ao contrário de Coraline, o livro agradaria tanto crianças quanto adultos (apesar de ser infanto-juvenil). O mesmo acontece com The Graveyard Book, uma das obras mais recentes do autor. Muito embora o próprio Gaiman se refira à história como “livro para criança”, o tom sombrio da história acaba de certa forma equilibrando as coisas, tornando The Graveyard Book agradável também para os mais “crescidinhos”.

Um dos capítulos do Graveyard Book (The Witch’s Headstone) foi publicado no M is for Magic em 2006, quando Gaiman ainda estava escrevendo o livro. Na hora não chamou minha atenção, na verdade um dos meus favoritos foi October in the Chair, que segundo Gaiman foi escrito como um exercício para o Graveyard. Mas agora lendo desde o princípio a história de Nobody Owens, um menino que foi adotado por fantasmas e criado em um cemitério, a história ficou muito mais interessante.

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Mais sobre a segunda temporada de True Blood

true-blood-season-2-posterMês passado ao comentar sobre a confirmação da estreia da segunda temporada de True Blood no dia 14 de junho, também coloquei algumas imagens de divulgação, que no final das contas nem revelam muito sobre o que vem por aí. De qualquer forma, faltando pouco mais de um mês para que finalmente possamos saber qual será o destino de Lafayette (hehehe), é natural que videos e propagandas comecem a pipocar por aí.

E aquela coisa, HBO é HBO e pelo menos na parte da divulgação não dá para negar que eles mandam bem. Um exemplo disso é o pôster para anunciar a segunda temporada, que é simplesmente um dos mais legais que já vi. É o que está ilustrando o post, então clique na imagem para visualizá-la em tamanho maior (e se você só está vendo uma mancha de sangue, continue olhando para a figura, sim?).

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De porque não estou empolgada sobre o filme do Dylan Dog

dylandog_03Isso não deveria acontecer, mas fã de HQ sofre. Pelo menos aqui no Brasil, lugar onde um contrato com a DC parece uma batata quente que ninguém quer ter em mãos, ou que ao chegar qualquer coleção nas bancas, a preocupação maior do leitor é “Será que será publicada até o fim?”. Às vezes fico cá pensando se esses caras não são até meio sádicos, sabe? Do tipo “Ei, conheça essa hq super bacana!” e aí quando você está adorando ler as histórias, empolgado esperando a próxima publicação… pans! Título cancelado.

Isso aconteceu comigo em 2006, quando cancelaram Dylan Dog. E o mais chato desse negócio é que você fica meio descrente sobre tudo. Por exemplo, quando falaram de adaptação para o cinema, eu pensei “Puxa, que bacana”, mas nem levei à sério. Pensei que seria um daqueles ‘n’ casos de projetos que depois são engavetados por motivos óbvios (leia-se “por não dar lucro”). Aí ontem o Ramalokion postou lá no Meia Palavra um link para a matéria do Omelete com fotos da tal da adaptação. Talvez tivesse sido melhor a ideia não ter passado de projeto.

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Laid to Rest

laid_to_rest_poster(ou: O que há com você, Dona Indústriadosfilmesdeterror?)

Ok, não é novidade que a indústria cinematográfica como um todo adora seguir ‘ondas’, ‘modinhas’ e afins. Ninguém é doido de nadar contra a maré com tanto dinheiro em jogo, certo? Pois então, talvez seja justamente esse o problema. Eu ainda acho que não é à toa que filmes ditos “independentes” como Juno e Pequena Miss Sunshine estão ganhando cada vez mais público. É um sintoma de que o nós estamos simplesmente de saco cheio de continuações, remakes e filmes que obviamente seguem uma receita de bolo.

O que assusta sobre isso é que mesmo os filmes de terror, que teoricamente são em sua grande maioria independentes e extremamente experimentais, estão entrando nessa onda covarde. Eu já comentei sobre isso anteriormente: começou com os diversos remakes. Agora vamos para a receitinha de bolo, com filmes como Laid to Rest.

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Frenesi Polissilábico (Nick Hornby)

Então que no mês passado chegou nas livrarias o Frenesi Polissilábico do Nick Hornby. Eu fiquei bem curiosa, primeiro porque é o Nick Hornby (sei que só li quatro livros dele, mas adorei os quatro). Segundo porque o Moacyr Scliar escreveu uma resenha bem legal lá na Veja. Terceiro, porque li um dos capítulos e vi que lá estava o Hornby do jeito que eu gosto: como que conversando com você, falando das obras que leu e o que pensa delas.

De primeira você pensa que será uma coletâneas de resenhas, o que em teoria é. “Frenesi Polissilábico” é a reunião das colaborações de Hornby para um jornal meio alternativo, chamado The Believer. A questão é que você mal começa a ler e já se dá conta que a idéia vai além, porque ao falar sobre livros, Hornby acaba fazendo um belo livro sobre o que é ser leitor. E é aí que ele nos fisga, porque em vários momentos você acaba se reconhecendo no que ele está falando (seja no “sofrimento” ao se obrigar a ler determinados livros até o fim, ou seja o prazer da descoberta de uma obra, por exemplo).

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15 anos sem Senna

314327_senna1Eu sempre digo que nasci na época errada, mas no final das contas uma das poucas coisas boas de ter nascido em 1981 foi ter o prazer de ter a personagem “Ayrton Senna” na minha vida. Daquele jeito meio torto que ídolos fazem parte das nossas vidas, mas ainda assim eu posso dizer que ouvi Galvão Bueno gritando AYRTON SENNA DO BRASIL e toda aquela coisa. Minhas lembranças não são só as gravações que passarão hoje em todas as homenagens na TV. São memórias daqueles tempos, de ser criança e acordar cedo e ver corrida na casa da vó ou de receber visita em casa.

E eu tenho certeza que várias pessoas têm diversos momentos marcantes relacionados a Senna, memórias sobre não só o dia em que ele morreu mas também os dias que ele venceu. Eu tenho cá as minhas. Porém, eu confesso que uma das cenas mais tocantes que vi com relação ao Senna nos últimos anos foi Schumacher chorando depois que o repórter conta para ele que com a vitória daquele dia, ele igualava o número de GPs vencidos ao de Ayrton Senna. Todo mundo sabe da fama de frio que o alemão tem, e talvez por isso essa cena tenha ficado registrada na minha cabeça. Para quem perdeu ou esqueceu, tem o video aqui (prestem atenção ali pelo 0:35).

Enfim, deixo o espaço aberto para quem quiser compartilhar alguma lembrança sobre o Senna – até como uma forma de homenagem ao piloto. Não esqueçam que dá para colocar videos do Youtube nos comentários, basta copiar o código e colar. 😉

Catatau (Paulo Leminski)

leminskicatatau Ganhei o livro há quatro anos e confesso que sempre começava mas depois largava no meio. Minha teoria era de que Catatau deveria ser lido em um fôlego só. Quando percebi que jamais conseguiria ler dessa maneira, larguei mão e resolvi ler aos poucos, como pessoas normais fazem com os livros, sabe? De qualquer forma continuo achando que a experiência teria sido milhares de vezes mais legal se eu pudesse ler assim, e mais: ler em voz alta.

Catatau é isso, uma experiência. Um “romance ideia”. É uma leitura diferente, com uma intenção diferente partindo do autor. Nas palavras do próprio Leminski: “O Catatau é o fracasso da lógica cartesiana branca no calor, o fracasso do leitor em entendê-lo, emblema do fracasso do projeto batavo, branco, no trópico.”1

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  1. LEMINSKI, Paulo. Catatau Curitiba: Travessa dos Editores, 2004. p.271