There Once Lived a Woman who Tried to Kill Her Neighbor’s Baby

There Once Lived a Woman who Tried to Kill Her Neighbor’s Baby chegou nos Estados Unidos em 2009, através de uma tradução de Keith Gessen e Anna Summers publicada pela Penguin. O livro traz uma coletânea 19 de contos da escritora russa Lyudmila Petrushevskaya, selecionados pelos tradutores e divididos em quatro categorias:  Song of the Eastern Slavs, Allegories, Requiems e Fairy Tales; todos englobados pelo subtítulo “contos de fadas assustadores”.

Por contos de fadas é importante ressaltar que esse não é um livro indicado para o público infantil. O tom predominante das histórias é o horror, mostrando como a história de um país acaba se refletindo na obra de um escritor, aqui Petrushevskaya (nascida em 1938) traz consigo a herança do pós-guerra (extremamente forte na cultura russa), com todo o pessimismo e melancolia desses tempos.  Pense nos contos de “There once lived a woman…” como se Crime e Castigo virasse contos de fadas, e então você terá uma boa ideia de como se apresentarão enredo e personagens ao longo das histórias.

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Daquela história que já contei mil vezes

Ontem chegou aqui em casa o quarto volume do Ficção de Polpa (o tema da vez é “Crimes”). Eu já sabia que tinha citação do Meia Palavra porque a Izze e o Pips tinham comentado, e aí fui correndo procurar. E lá no finalzinho estava:

E deu uma sensação tão boa ler isso! É como se ficasse o registro de que as coisas estão realmente acontecendo, que o blog do Meia Palavra está de fato crescendo. É a mesma coisa quando vemos os links lá no Blog da Companhia, ou quando fechamos uma parceria nova com alguma editora, por exemplo. É um retorno, uma pista de que estamos seguindo pelo caminho certo.

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Oscar Wilde (Daniel Salvatore Schiffer)

Vigésimo título da coleção Biografias da editora L&PM, Oscar Wilde de Daniel Salvatore Schiffer apresenta uma pesquisa completíssima sobre a vida do autor britânico. Trechos de cartas de Wilde e seus amigos, biografias de pessoas que conheceram o escritor, depoimentos de seus filhos, etc. tudo foi utilizado para montar um retrato fiel do que foi esse grande homem, que de certa forma dá até para dizer que foi maior do que sua própria obra.

Antes da “era paparazzi” isso acontecia com poucos artistas: ter a vida pessoal tão esmiuçada pelo público, ser de fato artista e celebridade. Wilde criou uma personagem que serviria como uma máscara protetora para quando passou a frequentar a sociedade inglesa, que tão ferinamente criticava em suas peças e em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray. É justamente por ter a difícil tarefa de separar o homem da personagem que Schiffer merece destaque entre os biógrafos de Wilde.

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Mortalha para uma enfermeira (P.D. James)

P.D. James escreveu o livro do qual foi adaptado o excelente filme Filhos da Esperança. É membro da câmara dos Lordes britânica, tem um título de baronato, já recebeu a Ordem do Império Britânico e é membro da Royal Society of Literature. E agora o mais divertido: P.D. James é uma simpática senhora na casa dos 90 anos de idade, bastante conhecida por seus livros que apresentam histórias com o policial Adam Dalgliesh.

Para quem ainda não conhece a obra de P.D. James, uma boa porta de entrada é Mortalha para uma enfermeira (publicado originalmente em 1971 e ganhando tradução agora pela Companhia das Letras). Nesta história Adam Dalgliesh vai até um casarão vitoriano que funciona como escola de enfermagem e hospital para investigar a morte de duas enfermeiras, descobrindo aos poucos os segredos sobre as vidas das pessoas que trabalham e vivem na dita mansão Nightingale.

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O Iluminado (Stephen King)

Todo hotel tem fantasma, diz uma personagem de O Iluminado (do escritor norte-americano Stephen King) em determinado momento. O problema é que diz sem saber quais são os fantasmas que andam pelos corredores do Overlook, localizado em uma região que fica completamente isolada em tempos de nevasca. Jack Torrance e sua família (a esposa Wendy e o filho Danny) vão passar o inverno no hotel, de modo a cuidar dessse para que quando chegasse época de receber hóspedes novamente, ele estivesse impecável.

A questão é que King vai montando aos poucos uma bomba relógio. O que acontecerá no Overlook durante o frio não é mistério para o leitor, que a todo momento recebe elementos de uma tragédia que está por vir: o homem contratado para o mesmo serviço de Jack em um inverno anterior matou mulher e filhos. Jack tem problemas com a bebida, e mais do que isso, simplesmente surta do nada – incluindo no histórico o fato de ter quebrado o braço do filho uma vez. E somando a tudo isso, temos Danny, o “iluminado”, que consegue ler mentes, ver fantasmas e prever o futuro.

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Catfish

Lá vai, mais um daqueles casos de quanto menos você souber melhor é, então eu aviso desde já que se você ainda não viu, talvez seja melhor primeiro assistir ao filme e depois continuar lendo aqui. Honestamente não acho que faça taaaaaanta diferença assim na experiência toda, mas isso é porque eu já sei o que acontece. Hum, difícil explicar. Na dúvida não leia se ainda não viu, mas volte aqui amanhã porque estarei comentando sobre o livro do Stephen King, O Iluminado, hehehe.

Então vamos ao Catfish. A história começa com uns caras fazendo um documentário sobre Nev, que tem uma amizade com uma garotinha (Abby) que faz quadros a partir de fotos que ele tira por aí. O registro que se faz é de Nev recebendo quadros da menina, cartas, presentes e afins, e conhecendo membros da família de Abby, como a mãe e a irmã mais velha. Se você foi teimoso e continuou lendo aqui mesmo sem ter assistido ao filme, essa é sua segunda chance de parar, heim.

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Mundo das Sombras: Vampiro Secreto (L.J. Smith)

Conhecida pela série Os Diários do Vampiro, L.J. Smith deixa os irmãos Salvatore de lado para contar outra história de vampiros com o lançamento de Mundo das Sombras: Vampiro Secreto. E é um começo do zero, em que mal dá para acreditar que trata-se de um mesmo tema abordado por uma mesma escritora, temos uma mitologia completamente renovada que em nada lembra as histórias anteriores.

Aqui somos apresentados à Poppy, uma garota comum que descobre estar com um câncer em fase terminal. Restando poucos dias de vida, ela acaba tendo que decidir se deixa seu melhor amigo James a transformar em uma vampira, ou se aceita a morte. Obviamente, ela fica com a primeira opção. Mesmo assim, não deixa de ser curioso que Smith tenha escolhido um tema tão pesado (câncer e morte) para um livro infanto-juvenil.

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Supernatural S06E15 e S06E16

O Skywalker comentou no twitter sobre o episódio The French Mistake (S06E15) algo assim: o último episódio de Supernatural foi ruim como tem sido, mas foi divertido como há tempos não era. E concordo com ele. O último episódio que ri tanto assim foi o Clap your hands if you believe (S06E09), que justamente lembrava aqueles bons momentos da série quando Supernatural não era só esse rolo todo de anjos e demônios, mas também era engraçado.

Aqui eles misturam um pouco elementos que já apareceram em outros episódios, além de ser um prato cheio para os fãs da série: Sam e Dean são enviados para uma outra realidade, na qual eles são atores de uma série chamada Supernatural. Sacou? Pois é, rendeu ótimos momentos, embora ache que o melhor tenha sido Misha Collins. Até porque é legal quando ele sai da pele do Castiel para lembrarmos o bom trabalho que ele faz com o anjo, tanto com a voz quanto com as expressões.

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O livro dos livros perdidos (Stuart Kelly)

Se tem algo que bibliófilo adora é ler livros sobre livros. É por isso que O livro dos livros perdidos de Stuart Kelly já acaba ganhando a curiosidade pelo título mesmo, sem nem ter que recorrer à sinopse e afins. Até porque ele é sobre isso mesmo, obras de grandes escritores que jamais leremos porque se perderam ou porque nunca foram escritas. Ou ainda, autores que não conheceremos porque não sobrou registro algum deles a não ser de elogios de terceiros para suas obras.

O livro é montado em ordem cronológica, começando com os clássicos gregos e chegando até os dias atuais. Cada capítulo é dedicado para um autor, e em tom anedótico Stuart Kelly mescla um pouco da biografia com o que supostamente aconteceu para que não pudéssemos ter uma determinada obra em mãos: fogo, regime político, maluquice de escritor. Tudo é um motivo para que toda uma história seja simplesmente apagada.

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Música e Cinema nos anos 90

Aí hoje cedo vi no uol uma chamada dizendo “Relembre trilhas dos anos 1990 como Pulp Fiction” e eu fui logo clicar e conferir. Blé, para começar, não era trilha só dos anos 90, era tudo misturado. E o pior é que quem fez a seleção conseguiu pegar simplesmente a pior música da trilha de Alta Fidelidade, sendo que essa conta com a excelente Dry the Rain da Beta Band. Aí pensei: a graça da lista é que você nunca concorda e aí pensa logo na sua, então vou lá fazer a minha.

E foi uma viagem no tempo. O engraçado é que a década de 90 diz muito mais para mim do que essa última década que passou (lembro sei lá, das Torres Gêmeas e da faculdade? Que sem graça). Ouvindo novamente algumas músicas daquele tempo, e lembrando de alguns filmes que mesmo bobos foram tão marcantes naquela época, bateu uma nostalgia gostosa. É engraçado como a arte tem esse poder, de nos transportar para alguma época, com seus cheiros e cores.

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