True Blood S04E12: Season Finale

Uou. Uouuu. Terminei o último episódio desta temporada (And when I die) de olhos arregalados, louca para comentá-lo com alguém que também esteja acompanhando a série. Simplesmente não acreditei na quantidade de informação e de coisa que prometeram para a próxima temporada e uouuuuuu, as coisas que tiveram coragem de fazer nos minutos finais. A essa altura do campeonato eu preciso avisar que este post tem spoilers? Espero que não. Mas sério, se você ainda não viu o último episódio, primeiro veja e depois volte aqui – tem muita surpresa para um dia só.

O episódio começa bem (com Marnie enfiando um garfo na mão de Jesus hehe). Aí tem toda a conversa de ser Halloween e as portas do mundo dos mortos estarem abertas, e em uma temporada cheia de fantasmas dá para saber que é a hora do oba-oba ectoplásmico, com direito a Rene aparecendo para alertar Arlene sobre Terry, e vovó da Sookie para tocar o horror no espírito da Marnie. Tudo acabou bem, e aí você olha para o contador de tempo e vê que nem chegou na metade do episódio ainda, e aí fica aquela dúvida de quais coelhos tirarão da cartola.

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Arte e Letra: Estórias N

Ao comentar a edição anterior da revista Arte e Letra: Estórias (M), falei da importância desse tipo de coletânea para não só apresentar novos autores como também resgatar alguns antigos, famosos em seu tempo mais pouco conhecidos do público moderno. A edição seguinte, N, foge um pouco dessa proposta por trazer em quase sua totalidade nomes já consagrados da literatura, que tem bastante destaque atualmente, cada qual dentro do seu nicho literário. O que obviamente não é ruim – há contos ali que já tem algum tempo que gostaria de ler mas ainda não tivera oportunidade, como por exemplo O cair da noite de Isaac Asimov.

Quem abre a coletânea é Katherine Mansfield, com As filhas do falecido coronel, traduzido por Beatriz Sidou. No melhor do estilo de Mansfield, temos um pequeno recorte de um momento da vida de personagens comuns, que acabam trazendo à tona muito do psicológico das personagens. Aqui, Josephine e Constantia refletem sobre suas vidas após a morte do pai, o coronel.

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Ao Ponto (Anthony Bourdain)

Se você gosta de programas culinários em algum momento já deve ter ouvido falar de Anthony Bourdain. Foi chef em diversos restaurentes de Nova York, mas atingiu fama mesmo após a publicação de seu livro Cozinha Confidencial, no qual contava alguns podres (sem intenção de trocadilho) das cozinhas em que trabalhou, revelando suas experiências envolvendo drogas e muitos truques que a clientela sequer imaginava (como o já famoso conselho sobre não comer peixe nas segundas, porque eles são restos do final de semana).

Cerca de dez anos depois, Bourdain retorna com Ao Ponto, que tem como subtítulo Uma carta de amor sangrenta ao mundo da culinária. Bourdain não é mais chef, agora é estrela de programa de televisão (o No Reservations, lá fora exibido pelo Travel Channel e que no Brasil passa no Discovery Travel and Living). Sua vida está claramente diferente da que levava no período em que escrevera Cozinha Confidencial, até porque agora a equação traz uma nova esposa e uma filha, o que, nas palavras do próprio autor, significa largar a jaqueta de couro e abraçar a maturidade.

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Obax (André Neves)

Vencedor de diversos prêmios literários (entre eles o Jabuti e o Açorianos) André Neves já publicou mais de 30 livros, escrevendo e ilustrando histórias infantis. Com Obax, lançado pela Brinque-Book, fica evidente o cuidado do trabalho de Neves, que neste caso incluiu uma boa pesquisa sobre  o oeste africano, para trazer para as páginas do livro o lirismo e cores da cultura desta região.

O livro conta a história da menininha Obax (que significa “flor” na África ocidental), que jura ter visto uma chuva de flores. Como o lugar em que vive é conhecidamente árido, é evidente que seus amigos e familiares acreditam ser só uma invenção da garota, que viaja o mundo para ver novamente uma chuva de flores e provar que o que vira era de verdade.

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True Blood S04E11: Soul of Fire

Uia, episódio com o maior jeitão de season finale. Não economizaram em nada na ação, já foram jogando algumas cartas que indicam caminhos que a próxima temporada tomará e o melhor de tudo, não perderam tempo com lenga-lenga daquelas que você até resolve dar uma conferida no email enquanto tá passando. Foi realmente um dos melhores episódios da temporada que, convenhamos, teve um miolo meio fraco – quer dizer, parecia fraco, a verdade é que muito do que parecia embromação acabou se mostrando necessário para a construção de Soul of Fire (S04e11) e, acredito, o season finale.

Um bom sinal disso foram as cenas envolvendo Alcide e Sam. Quem lê o Hellfire sabe, eu não suporto as personagens e por mim elas nem existiriam na série. Mas o confronto contra Marcus foi MUITO legal, e ver o Alcide virar macho-macho-man ao invés do bunda mole de sempre também foi ótimo. Aliás, nesta temporada acho que foi a única cena com essas personagens que eu não pensei “Ok, já deu, pode passar para outra parte da história”.

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A morte de um caixeiro viajante e outras 4 peças de Arthur Miller

Falar que Arthur Miller é um dos maiores nomes da dramaturgia norte-americana é até um lugar comum. Não há quem goste de teatro e em algum momento não tenha cruzado com algum texto seu, sendo que o encontro se dá normalmente com duas de suas obras mais famosas, A morte de um caixeiro viajante (Death of a Salesman) e As bruxas de Salém (The Crucible). A força de seu texto está principalmente no retrato fiel de uma época, o pós-guerra nos Estados Unidos, que tão fortemente moldou a sociedade daquela época, seja com valores como o do “sonho americano” como com a histeria do anti-comunismo.

Miller era um crítico ácido e astuto, e em suas peças em determinados momentos até bastante sutil. Do recorte de um dia comum na vida de pessoas ordinárias é possível tirar tanto que chega a ser injusto reduzir a importância de sua obra só à literatura norte-americana: ele fala de homens, tão reais, tão tridimensionais que poderiam estar falando de suas tristezas, paixões, medos e sonhos em qualquer lugar do mundo. É o que se pode perceber na coletânea A morte de um caixeiro viajante e outras 4 peças de Arthur Miller, lançada pela Companhia das Letras com tradução de José Rubens Siqueira.

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A outra rainha (Philippa Gregory)

1568. Maria, a rainha dos escoceses, foge para a Inglaterra buscando apoio da prima Elizabeth, então há dez anos rainha dos ingleses. Maria era acusada de ter tramado a morte do próprio marido, Lord Darnley, junto com o conde de Bothwell – com quem casou tão logo Darnley morrera, por isso atraindo as suspeitas. Os escoceses a obrigaram a abdicar o trono, e é com Elizabeth que ela busca ajuda. O problema é que dez anos antes ela já havia dificultado a coroação de Elizabeth, querendo para si o título de rainha dos ingleses. É então evidente que a prima não facilite as coisas para Maria, mantendo-a prisioneira sob a guarda de George Talbot, o conde de Shrewsbury.

Este é o cenário onde inicia o romance A outra rainha, de Philippa Gregory, autora conhecida por romances situados neste período histórico. Sabendo mesclar muito bem as conhecidas intrigas de corte com ficção, Gregory nos entrega uma história que cativa por mostrar personagens que não são perfeitos, são bastante próximos da realidade. O trio que sustenta a narrativa (Maria, Talbot e a esposa de Talbot, Bess) cada qual tem suas aspirações e apenas querem lutar por isso. Não há maldade no sentido maniqueísta da palavra, há más ações baseadas nesse desejo de conseguir realizar seus sonhos.Começamos obviamente com Maria, personagem bastante forte e em teoria protagonista da história. É interessante o trabalho que Gregory faz com a personagem, porque apesar de o leitor ter todos os motivos para odiá-la, ainda assim mais próximo ao fim deseja que a escritora tenha alterado a história, e que Maria não tenha o destino que já conhecemos em sala de aula. Maria é mimada, arrogante e gananciosa, mas há um motivo para isso: ela é rainha, e foi criada como tal. Ela realmente se vê como uma escolhida de Deus – aqui lembrando também o conflito entre católicos e protestantes que o confronto entre ela e Elizabeth traz. Continue lendo “A outra rainha (Philippa Gregory)”

True Blood S04E10: Burning Down the House

Só mais dois episódios e acabou a quarta temporada de True Blood. E aí você pensa que somando isso e um título como “Burning Down the House” (S04e10) eles tocariam o horror do começo ao fim, mas não foi o que aconteceu. A parte das bruxas e dos vampiros está realmente bem empolgante, o problema é que mesclado com isso temos pequenos conflitinhos que na realidade não cheiram e nem fedem e por isso mesmo nem deveriam estar na série, vide o caso da Debbie se oferecendo para o Marcus. Ok, ok, eu tenho minhas birras com shifters e lobisomens, mas fala sério: PRECISA disso? Aliás, precisa empurrar a Debbie para o Marcus AGORA?

Esse tipo de coisa estraga o ritmo do episódio, que era para ser tenso já que tínhamos a conclusão do confronto no evento da tolerância, a revelação de que não é Antonia a petulante, mas Marnie é que ficou do mal mesmo, ou ainda a tentativa de Sookie e cia. de salvar Tara.  Saindo disso para cenas como a da Debbie, Jessica e Jason, e mesmo a de Terry e Andy (e olha, eu adoro o Terry, mesmo, mas achei que esse momento caberia ali para a metade da temporada, não no final), por exemplo, parece que você embarcou numa montanha russa cheia de altos e baixos.

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Persuasão (Jane Austen)

Quando iniciei a leitura de Persuasão, confesso ter feito isso pensando em “dar uma segunda chance” para Jane Austen. Gosto muito de Orgulho e Preconceito, mas a impressão que fiquei de Razão e Sensibilidade é que ela simplesmente se repete em tema, tipos de personagens e afins. Algo como: se você leu o mais conhecido, não precisa ler os demais, a não ser que queira replicar a experiência. Mas achei que estava sendo injusta com Austen e portanto resolvi conferir Persuasão, romance escrito no fim da vida da autora e que provavelmente refletiria um amadurecimento na escrita dessa.

A questão é que no início do livro, o que se vê sendo desenhado como base para o desenvolvimento do enredo são, de novo, os mesmo temas e tipos de personagens que já lera anteriormente. Lá estão os problemas das estruturas rígidas das classes sociais e a questão do casamento naquela sociedade, com personagens que pouco amadurecem ou mudam ao longo da narrativa. Mas foi mais ou menos na metade da leitura que me dei conta que estava fazendo isso do modo errado, considerando a superfície do enredo e perdendo assim a graça da prosa de Austen.

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A importância de ser prudente e outras peças (Oscar Wilde)

Há algo de irônico na produção teatral de Oscar Wilde: as falas e ações de suas personagens parecem a todo momento um festival de tapas de luva de pelica na mesma sociedade que iria aos teatros assistir às peças, ou que aceitaria o dramaturgo em seu convívio (obviamente aceitação anterior ao período que passou na prisão de Reading). O artista que falava da arte pela arte, de escrever sem querer passar morais edificantes, no final das contas conseguia através de suas peças fazer as mais ácidas críticas a uma sociedade que vivia de aparências, um jogo de máscaras onde ninguém de fato era o que aparentava ser.

É o que se pode ver em A importância de ser prudente e outras peças, lançado recentemente através do selo Penguin-Companhia da editora Companhia das Letras. As três peças que fazem parte da coletânea têm em comum o fato de servirem como retrato perfeito do comportamento da grande sociedade da época, cheia de figuras que mostram a mais completa frivolidade sobre assuntos considerados importantes, como o casamento, por exemplo.

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