Namorados Para Sempre

Eu já sabia da bola fora da distribuidora aqui do Brasil que resolveu traduzir Blue Valentine (um trocadilho do blue de tristeza, acredito eu) para, sei lá por qual motivo bizarro, “Namorados Para Sempre”. Resultado é que muita gente pode ter ido aos cinemas pensando que veria algo romântico e fofo (até porque tem o Ryan Gosling no papel principal) e bem, não é o caso deste filme. Há sim, uma infinidade de momentos fofos e românticos, mas o clima geral é de um tapa na cara: a história segue o caminho contrário dos romances que vemos por aí, do felizes para sempre – para mostrar algo que é bem comum: o que acontece quando acaba o amor, quando acaba o respeito que um tem pelo outro.

Mesmo a forma com a qual somos apresentados ao casal é diferente do convencional. A história de Dean e Cindy começa já pela crise, de quando pequenos atos do cotidiano já parecem irritar como se fossem coisas importantíssimas, quando um não parece mais sequer tocar no outro. O amor que resta ali está em Frankie, a filha do casal – é quase como se todo o afeto que Dean e Cindy sentissem um pelo outro fossem canalizados unicamente para ela, não sobrando mais nada. E disso vem a crise do casal, o que consequentemente leva ambos a começarem a refletir sobre o passado, de como foi que eles chegaram até ali. Uma tentativa de tentar responder a pergunta número 1 de qualquer fim de relacionamento: onde foi que erramos?

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O horror em Red Hook (H.P. Lovecraft)

O nome de H.P. Lovecraft é um dos que comumente aparecem em listas de mestres do horror na literatura. Não é por acaso: o universo que ele criou com os Mitos de Cthulhu por si só já bastaria para reconhecer o talento que este escritor tinha para escrever histórias arrepiantes, daquelas que deixam o leitor tenso do início ao fim. Porém ao leitor que não mergulha de fato no mundo de Lovecraft, pode ficar a sensação de que o autor produziu apenas histórias sobre os Grandes Antigos, o que não é verdade. Lovecraft explorou o horror de formas diversas, como fica claro no título da Coleção 64 Páginas da L&PM,O horror em Red Hook.

O livro de bolso traz uma seleção de três contos que chamam a atenção justamente por não fazerem parte das histórias relacionadas a Cthulhu. Há controvérsias sobre o primeiro conto, “O horror em Red Hook”, mas em uma leitura mais superficial dá para considerá-lo um título fora do mito. Neste primeiro conto somos apresentados ao policial Malone, que depois de um caso que envolveu prédios caindo em Red Hook precisou fazer um retiro para não enlouquecer. O que aconteceu em Red Hook é revelado aos poucos, mostrando uma história envolvendo rituais satânicos.

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True Blood S05E01 até S05E04

Eu estava planejando voltar a escrever sobre True Blood desde o primeiro episódio, mas acabei me enrolando e no fim só vou comentar a partir do quarto episódio. E não foi por falta de animação, a realidade é que mesmo que com algumas reclamações (e quando não tem?) eu estou achando que esta temporada começou bem – melhor do que a quarta, que prometia tanto e no final das contas se for pensar bem ficou ali no so-so. Algumas personagens novas parecem bem promissoras, algumas situações novas idem. O que fica no porém por incrível que pareça é o mesmo de sempre, o tempo dado para personagens chatas ou tramas irrelevantes, que acabam estragando um pouco o ritmo da história principal. Mas vamos lá.

Começamos com Turn! Turn! Turn!, primeiro episódio da temporada. Ao contrário do que muitos esperavam, não foi o fim de Tara e, não que fosse muita surpresa, a ideia dos roteiristas para mantê-la na série foi… uau, transformá-la em vampira. Acho que a boa escolha foi terem colocado a Pam como maker da Tara, talvez o carisma da primeira acabe equilibrando um pouco as coisas sobre a chatice da segunda. Vide a tentativa de suicídio com bronzeamento artificial e o modo como Pam lidou com isso, além das piadas sobre a cria dela ter distúrbios alimentares com menos de três dias de vida. Enfim, já que não deu para tirar a pentelha da série, que pelo menos tentem progressivamente torná-la menos chorona e chata (o jeito dela falando de Sookie para o Bill dá uma indicação de que há chances).

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A Hora do Espanto (2011)

Eu não gosto de remakes. E eu não faço ideia porque essa praga hollywoodiana ataca principalmente os filmes de terror. Mas quando soube que A Hora do Espanto ganharia uma nova versão, fiquei extremamente dividida entre minha opinião sobre esse tipo de filme e o fato de Jerry Dandrige ser interpretado por Colin Farrell. Então sim, resolvi dar uma chance. E não é que foi legal? É evidente, você tem que deixar o lado purista completamente de lado (o filme tinha uns 10 minutos e eu já tinha repetido umas trocentas vezes “Mas no original não é assim”, até que larguei mão e resolvi só ver). Mas realmente valeu bastante a pena.

O plot básico está lá: o garoto desconfiando que o vizinho é um vampiro. Além de Jerry e do garoto Charles, as personagens principais estão lá: a mãe de Charles, Peter Vincent e o amigo Ed. Mas eles parecem ter algumas diferenças que acabaram ajudando MUITO na construção da tensão da história que sim, é tensa bagarai. De todas as cenas eu tiraria apenas a perseguição de carro, porque né, ficou bocó (ninguém nunca superará Terminator 2 nesse quesito).

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Um Dia

Eu não sei se voltei. Deu vontade, to escrevendo.

Eu realmente tenho uns motivos meio bizarros de ir atrás de filmes (e livros). No caso de Um Dia (o livro), eu estava bastante curiosa porque estava sendo bastaaaaante divulgado e comentado, mas como tinha lido opiniões tanto favoráveis quanto desfavoráveis ao livro, nunca me animava de comprá-lo. Aí acabei colocando na lista de pedidos de amigo secreto e ganhei (com uma dedicatória bem fofa do Gabriel lá do Meia Palavra), e tão logo o livro chegou, já comecei a ler. E meio que devorei, porque não era óóóó que obra de arte, mas era muito gostoso. Sobre ele eu falei no blog do Meia Palavra, e não vou me prolongar muito aqui. A questão é que também fiquei curiosa sobre o filme, e com aquela mesma sensação de vou ou não vou, mas aí o fato de ter momentos que se passam em Edimburgo falou mais alto e lá fui eu conferir.

Então, sobre o filme Um Dia. Achei que a proposta de mostrar um dia na vida das personagens ao longo de 20 anos. Porque no livro a cada capítulo há alguns parágrafos que meio que tentam colocar o leitor em dia sobre o que se passou durante o ano na vida de Emma e Dexter, e isso é meio que querer dar um migué na proposta do romance, entende? Desse jeito, não mostra um dia na vida deles, mas vááários dias. No filme não é assim: somos trasportados de um ano para outro realmente sentindo a diferença que esse período pode fazer em nossas vidas. Do nada tá o cara com um bebê no colo, ou a menina toda elegante em Paris. Quem está assistindo acaba subentendendo o que aconteceu no espaço de tempo que não aparece na tela.

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Daquela coisa que dá de tempos em tempos

Então que nos últimos dias tenho pensado em acabar com o Hellfire. Assim, sem drama – só tornar oficial uma coisa que já tem acontecido. A verdade é que eu me fiz em mil pedaços (pra você juntaaaaaarops, ok, sem Legião), e acabou que o Hellfire mesmo perdeu um pouco da razão de ser. Falo dos livros que leio lá no Meia Palavra, sobre zumbis no Ministry of Zombie Walks (ok, esse está mortão, coitado), compartilho referências sobre filmes, músicas e livros que gosto lá no meu Tumblr, falo sobre a vida o universo e tudo o mais no Twitter

Aí chega aqui no Hellfire e eu meio que só falo das séries e dos (poucos) filmes que estou vendo, além de caradepaumente copiar e colar post do Meia Palavra. Eu não tenho mais vontade de comentar as coisas como tinha antes, não fico mais pensando no que daria um bom post, enfim, perdi a vontade de escrever aqui.

Sei que já me despedi uma penca de vezes e voltei logo depois, e de repente esta é só mais uma dessas outras vezes. Mas fica aqui pelo menos a explicação do motivo pelo qual não tenho atualizado tão constantemente o blog. Enfim, é isso. Os links de onde me encontrar já estão no primeiro parágrafo do post, tchans.

The Paris Wife (Paula McLain)

Muito bem posicionado em listas dos mais vendidos lá fora, The Paris Wife de Paula McLain vem com uma proposta bem interessante: narrar a história de Ernest Hemingway e outras figuras da dita “Geração Perdida” que viveu em Paris na década de 20, sob o ponto de vista da primeira esposa do escritor norte americano, Hadley. De certa maneira, acredito que muito do sucesso do livro tenha acontecido por conta do lançamento do filme de Woody Allen, Meia Noite em Paris, que criou um grande interesse por parte do público sobre os grandes nomes das artes que circulavam por Paris naqueles tempos.

E digo isso porque o livro por si só não explica o fato de ele estar entre os mais vendidos. É uma ótima ideia, porém muito, muito mal executada. O começo ainda passa alguma impressão de que será uma leitura que valerá a pena – Hadley, a narradora, avisa de antemão que não trata-se de um livro de mistério, construído de modo a descobrir quem será a segunda esposa de Hemingway (Pauline, uma amiga de Hadley que conhece o escritor em Paris). A franqueza da narradora conquista o leitor, o problema é que a atenção logo é perdida com devaneios completamente desnecessários para a narrativa. Continue lendo “The Paris Wife (Paula McLain)”

House S08E03, S08E04 e S08E05

É engraçado isso, quando uma série que você já nem estava mais botando tanta fé e até torcia para que chegasse logo ao fim de repente começa a ficar boa de novo. Aí você já pensa “Será que já foi tudo o que tinha para ser, não tem mais nada aí? Está tão legal, poderia se esticar mais um ano”. O engraçado disso é que quando entramos nesse pensamento de “dar mais”, a consequência é óbvia: ela acabará por baixo, quando já não tem mais nada para oferecer. Então digo desde já que mesmo que a oitava temporada de House esteja tão boa (melhor do que as duas últimas com certeza), eu espero de verdade que essa seja a última temporada, para acabar no alto – e que as lembranças da série sejam sempre boas.

A decisão de trazer Odette Annable e Charlyne Yi foi muito acertada. As atrizes dão conta de personagens que são ótimas, e trazem algo de novo nas relações com House. Jessica (Annabele) ainda não sabe muito bem quais são os limites do doutor, e vai conhecendo aos poucos. Já Park (Yi) parece não endeusá-lo como quase 100% das personagens do hospital. Além disso, mais uma novidade, as dificuldades de House para a temporada não foram resolvidas de imediato – ele levou quatro episódios para conseguir o departamento de diagnósticos de volta, contratar Chase, Taub e Jessica.

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Os gatos (Patricia Highsmith)

É certo que gatos não são exatamente uma unanimidade. Tem o time dos que dizem preferir cachorros, ou que simplesmente não gostam do estilo extremamente independente do bichano. Eu, gateira que sou, não consigo compreender quem não goste – compreendo sim, quem prefira cachorros, tenho certeza de que se pudesse ter urso panda em casa eles seriam meus animais de estimação favoritos. E se você é alguém que prefere cachorros aos gatos deve, num exercício de empatia, compreender a relação dos que preferem gatos como seus bichanos, não é mesmo?

É essa relação que fica evidente no livro Os gatos, de Patricia Highsmith. Como o título já anuncia, é um livro de uma gateira para gateiros. Somente alguém que aprecia tanto os bichanos poderia publicar uma obra que consiste em três contos, três poemas e um ensaio cujo tema principal (ou, no caso dos contos, personagem principal) são os gatos. O carinho da autora por esses bichos é claro, até porque o que se vê nas páginas do livro são reflexos de quem observa e convive com eles. E é por isso que certamente agradará muito aqueles que também gostam de gatos.

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As Esganadas (Jô Soares)

Você já deve ter passado por isso em algum momento: depois de anos reencontra um amigo, no começo fica achando que não terão muito assunto porque afinal, faz tempo que vocês não se veem. Mas mal começam a conversar e a sensação que tem é que não passaram mais do que um dia sem se encontrar, tamanha a familiaridade entre vocês. Digo isso porque foi mais ou menos o que senti ao ter em mãos As Esganadas, novo romance de Jô Soares.

Tem mais de 15 anos da última vez que li algo do Jô, no caso foi O Xangô de Baker Street, que trazia Sherlock Holmes para o Brasil em uma história muito divertida. No caso de As Esganadas, não foi preciso ler muitas páginas para ter aquela (boa) sensação de reencontro, o Jô Soares que eu tinha conhecido tanto tempo antes estava ali novamente, em uma fórmula até bem semelhante ao do primeiro romance dele, com um crime e bastante humor, usando como recorte algum período histórico e algumas personagens emprestadas da ficção e da própria História.

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