Sete Psicopatas e um Shih Tzu

tumblr_mgbt4t1cHI1s28momo1_500Eu tenho um verdadeiro fraco por filmes que zombam da violência. Nunca parei para pensar bem no motivo, mas adoro histórias como Cães de Aluguel, Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Survive Style 5+. Então é claro que logo que fiquei sabendo de Sete Psicopatas e um Shih Tzu fiquei morrendo de vontade de assistir, considerando não só o enredo mas também o elenco – um punhado de gente que adoro ver no cinema.

Dirigido por Martin McDonagh (o mesmo de Na mira do chefe), o filme conta a história de Marty (Colin Farrell), um roteirista passando por um bloqueio criativo e que recebe apoio do amigo Billy (Sam Rockwell) para escrever uma história sobre sete psicopatas. A graça do enredo é que pouco a pouco vamos percebendo que a história que Marty está escrevendo é na realidade a que estamos vendo no filme.

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Parando de comprar livros

10 em cada 10 leitores vorazes sustentam um hábito de comprar mais livros do que conseguem ler. Pode seguir qualquer um deles e as reclamações estarão lá: “Metade do mês e já comprei 20 livros!”, “Não aguentei a promoção e comprei mais livros!” e variações do mesmo tema. Tem pouco tempo estava todo mundo por aí compartilhando esta imagem dizendo que praticava tsundoku.

tsundokuO que é legal, supondo que você tenha bastante dinheiro. E o que é unicamente problema seu, supondo que você não tenha. Não vou criticar quem tem orgulho de comprar livros como se não houvesse amanhã (ou limite no cartão), a questão é que agora no começo do ano resolvi parar de tsundokar por uns tempos.

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Moonrise Kingdom

tumblr_mg1cs3O2CV1qzq9o0o1_500Eu não sou especialmente fã do Wes Anderson, daquele tipo que sai correndo conferir qualquer filme novo que ele tenha dirigido só por ter o nome dele nos créditos. Na realidade, assisti pouca coisa dele, adoro Os excêntricos Tenenbauns e achei Rushmore bacaninha e acho que fiquei por aí. Então minha curiosidade por Moonrise Kingdom era só sobre o filme em si, até porque pelas poucas informações que eu tinha recebido dele, parecia ser o tipo de história que me agradaria.

E é engraçado eu ter citado os Tenenbauns e Rushmore, porque Moonrise Kingdom parece pegar muito dos temas principais dessas duas histórias. Pode ser uma constante do cinema do Anderson, mas de novo, eu não vi tudo dele então não posso afirmar. De qualquer forma, vemos lá o crescimento, o deslocamento e, principalmente, aquele tom doce, mas ao mesmo tempo triste – ele tem seus momentos “Nhoooum!” ao mesmo tempo em que você vê a personagem de Bill Murray dizendo que deseja que o telhado saia voando e que ele seja tragado para o espaço.

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Ficção Nacional

Saiu hoje matéria na Folha comentando o óbvio para qualquer um que costuma acompanhar listas de mais vendidos aqui do Brasil: livros de ficção escritos por autores nacionais raramente aparecem entre os sucessos de vendas. O interessante da reportagem é ler o que o pessoal das editoras tem a dizer sobre o assunto. Chama a atenção o fato de que dessa vez a culpa não foi jogada no colo do leitor como normalmente acontece, mas do escritor, como dá para ver neste trecho:

recordOpinião parecida com a do publisher da Companhia das Letras, Otávio Marques da Costa, assim como o diretor-geral da editora Leya, Pascoal Soto, que comenta:

sotoSobre as afirmações do Soto eu vou comentar algo a mais, por enquanto vamos observar essa conversa de que não temos autores nacionais que escrevam “ficção mais popular” ou “de forma mais acessível”.

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Being Human

being-human-season-1-dvd-cover-25Aquela história de sempre: vendo lá as opções de séries no Netflix, vi essa Being Human da BBC entre as opções, e achei que valia a pena dar uma conferida. Sim, é evidente que o que chamou minha atenção foi a palavra “vampiro” na sinopse, mas vá lá, a premissa é interessante: um vampiro (há!), um lobisomem e uma fantasma morando juntos e tentando se passar por humanos normais. Antes que você já comece a ter uma falsa impressão sobre a série, ela tem seus momentos engraçados mas não é comédia. Também ao contrário de muita coisa que tenha personagens sobrenaturais no enredo, ele não se sustenta em casos amorosos – embora é evidente que uma vez que se apaixonar é parte de “ser humano”, isso também aparece ali.

Aliás, chega a ser irônico como uma história com seres sobrenaturais consegue trazer um olhar tão atento à nossa condição, com o que temos de melhor e de pior. Cada uma das personagens busca algo diferente: Annie, a fantasma, nesta primeira temporada quer apenas resolver qualquer pendência que a esteja mantendo entre os vivos. George, o lobisomem, quer ser uma pessoa normal (e de preferência não causar mal algum nas noites de lua cheia, quando se transforma). Temos então o vampiro Mitchell, tentando sobreviver sem beber sangue humano.

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Cinema com mamadeira 3

Começo o número 3 do Cinema com mamadeira com uma resolução de ano novo: Ou melhor, algumas resoluções. A primeira é assistir pelo menos quatro filmes por mês em 2013 (sei que o ano não acabou, mas a tendência é que eu feche 2012 com a média de 2 por mês). A segunda é achar um nome novo para essa sessão, até porque Arthur já está quase largando a mamadeira. A terceira é conferir os Oscarizáveis ANTES do Oscar este ano, como eu gostava de fazer há uns anos. Acho que é isso. Sou péssima com resoluções, elas parecem funcionar ao contrário: eu listo as coisas e aí que eu não faço mesmo. Mas bem, fica pelo menos o registro da intenção.  Mas vamos lá, para a última rodada do que eu tenho visto este ano.

OARTISTAO Artista: Já falei sobre ele aqui. Sabe aqueles filmes que o tempo passa e a lembrança dele parece ficar cada vez melhor? Eu realmente gostei, e é um daqueles que me arrependo de não ter visto no cinema – algumas cenas devem ter ficado especiais com som e imagem apropriados (como por exemplo, naquele sonho do protagonista, em que ele começa a ouvir as pessoas falando). Se eu fizesse top10 de lançamentos este ano como costumava fazer, ele estaria entre os três primeiros colocados com certeza. Acho que o que mais me agradou foi ele ter tantas personagens boas, dá aquela sensação gostosa quando o filme acaba de que você passou algumas horas sem pensar em qualquer merda da “vida real”. Lembro que um que deu a mesma sensação foi Juno. Continue lendo “Cinema com mamadeira 3”

As melhores (e piores) leituras de 2012

tumblr_mf61ghatTR1qgu5b6o1_500Eu estava me enrolando um certo tanto para fechar esta lista porque tenho Os Enamoramentos ali no criado-mudo, e como ele tem aparecido com relativa frequência nas listas de melhores do ano por aí, achei que poderia acabar aparecendo na minha também. Mas verdade seja dita, tem duas semanas que estou empacada com A Mulher de Preto e meio que numa preguicinha de ler (burn out depois de 70 livros no ano? Pode ser), então, se eu realmente gostar do livro do Marías prometo fazer um post separadinho para ele. Agora vamos lá, para o que eu li de melhor e de pior este ano (ieeei). Top5 aleatório, não está em ordem de preferência – já é difícil o suficiente selecionar só 5 livros, humft. Continue lendo “As melhores (e piores) leituras de 2012”

Então você quer dar livros de presente de Natal?

Eu adoro ganhar livro de presente e defendo abertamente a ideia de que não há presente mais bacana para dar para uma pessoa do que livro. Portanto, é evidente que eu acho que a melhor sugestão de presente de Natal é dar um livro (oh, really?). Poréééém, muito embora seja algo bacana de ganhar, acho que vale o alerta: não é algo fácil de dar. E isso por ‘n’ motivos, mas principalmente porque, ao contrário de um perfume, uma camisa ou um urso de pelúcia, leitores têm a mania de procurar em livros um “significado oculto”, uma mensagem sutil. Leitores mais vorazes costumam ser especialmente chatos de presentear também, seja porque aparentemente eles já leram tudo o que já foi publicado hoje em dia, ou porque eles já estão naquela fase em que sabem exatamente o que querem, então não dá para agradar com qualquer coisa.

Pensando nisso resolvi elaborar não exatamente um post com dicas de livros para dar de presente, mas de dicas para você que resolveu dar livros de presente. O bom é que você pode usar esse guia para outras situações, como aniversário, formatura e casamento (não, seriously, até para casamento é um presente legal). Então pega na minha mão e vamos lá, pequeno gafanhoto.

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O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (2012)

Uma breve história para começar.

Zambra em seu livro Bonsai fala de um casal que tem uma relação de certa forma construída com livros. A graça é que um diz para o outro que leu Em busca do tempo perdido, quando na verdade não o fizeram. Digo isso porque de certa forma minha história com o Fábio também tem uma presença forte dos livros, mais especialmente os de Tolkien. E ontem de manhã, enquanto ele se arrumava para ir trabalhar, eu tive que despejar a bomba que seguro há quase 8 anos: EU NUNCA TERMINEI DE LER O HOBBIT. Pois é. Cheguei na metade, cansei, larguei. Nunca li os Apêndices de O Senhor dos Anéis também. Eu acho que nosso relacionamento sobreviverá a isso (eu não o perdoo por nunca ter lido Os Três Mosqueteiros, talvez façamos uma negociação aí), mas se estou deixando registrado esse momento é para explicar que, embora eu tenha sido fã de Senhor dos Anéis, eu nunca fui fã hardcore – não sou do tipo que discute personagens ou passagens obscuras do livro, até porque eu provavelmente os ignorei enquanto lia. Ok, divago: fato é que eu fui ao cinema ontem à noite mais como leiga do que como fã. Acho importante ressaltar isso e logo mais explico o por quê.

Então, o filme. Começo avisando que não vou cuidar para filtrar spoilers, então se você ainda não viu, não leia. Também não vou passar todo o histórico, a essa altura vocês já devem estar carecas de saber. Mas vou ressaltar novamente que foram 9 anos de espera entre o lançamento de O Retorno do Rei e a estreia de Uma Jornada Inesperada, um período de tempo que por si só já é um ótimo alimento para uma expectativa gigante. O filme abre com um prólogo mostrando Bilbo mais velho (interpretado por Ian Holm) escrevendo sua história para Frodo no dia de sua festa de aniversário. Sim, aquelaaaaa de A sociedade do anel. Quando chegar o dvd alguém provavelmente vai mostrar como uma coisa se encaixa com outra (Frodo indo encontrar Gandalf em Uma Jornada Inesperada e Frodo encontrando Gandalf em A Sociedade do Anel, por exemplo). O prólogo serve não só para conectar as duas trilogias, mas também para apresentar a história dos anões de Erebor, que será a base dos eventos que ocorrerão em O Hobbit.

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How I Met Your Mother S08E01 até S08E10

Eu sei, meu TOC jamais deixará passar batido: escrevi só sobre as duas primeiras temporadas e depois não voltei para falar das outras. E não é porque elas estivessem ruins, pelo contrário: estavam tão legais que eu ia engatando um episódio no outro e quando tentava escrever algo sobre a temporada x já fazia comentários sabendo de coisas da temporada y, e bem, não fazia muito sentido. Então deixei para falar da oitava mesmo, vamos esquecer que eu não deixei registros sobre momentos importantes como a morte do pai do Marshall ou o namoro da Robin com o Barney (e nem venha me xingar que são spoilers, você está lendo um post que indica que falarei sobre a oitava temporada, cheessus!).

Enfim, oitava temporada. Dia desses li um artigo bacaninha que comentava sobre como o Netflix pode fazer com que sejamos melhores escritores, e um dos argumentos do autor é que ver a série sem pausas dá uma visão mais ampla de continuidade, o que não acontece quando você acompanha com um episódio por semana, com todas aquelas pausas chatas (este ano já foram duas, uma por causa do furacão sandy, outra por causa do debate dos presidenciáveis lá dos EUA). Colando um no outro em uma espécie de maratona, você consegue observar coisas que passam batido, para o bem ou para o mal. Por exemplo, no episódio The Mermaid Theory (S06E11), Robin e Marshall se perguntam por que nunca saíram sozinhos antes. Mas na quarta temporada eles já tinham saído juntos, quando Marshall levou Robin para conhecer o bar que ele frequentava quando sentia saudades de casa. Assim: detalhes. Só que com a memória mais fresca (diferença de duas semanas e não de dois anos entre cada episódio), você consegue perceber.

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