Nesta versão, o motivo que faz os cinco jovens se isolarem em uma cabana em uma floresta é que Mia está tentando se livrar das drogas. Para tal, ela chama o irmão (que vem com a namorada) e mais um casal de amigos, que tentarão ajudá-la. Falem o que quiser dessa trama, mas achei que aqui houve um acerto em comparação ao original: quando Mia começa a aloprar por causa do cold turkey, a amiga avisa o irmão da garota que ela já tinha feito uma tentativa anterior e que não deu certo, e que agora era o tudo ou nada e ela não poderia voltar para casa mesmo que pedisse. Pronto, está aí a explicação de porque mesmo com a garota bem loca ainda assim eles não pegavam as tralhas e voltavam para casa.
O Segredo da Cabana
Eis que nos primeiros minutos…. AHNNNN?? Sério que estão apresentando os cinco esteriótipos típicos de qualquer filme com adolescentes/jovens no cinema? Piadinhas com maconha, meninas pagando calcinha nos primeiros minutos? E isso era para ser uma reinvenção? Olha lá, olha lá! Tem até o tiozão sinistro do posto de gasolina no meio do nada falando qualquer coisa que é para deixar o pessoal com medo do lugar para onde eles estão indo! Clichezãoooo! Já estava achando que tinha sido enganada pelos sites de cinema que costumo ler quando a história paralela, em uma espécie de laboratório-quartel-seja-lá-o-que-for, começa uma reviravolta que fez de O Segredo da Cabana um ótimo filme (e tive que concordar com o que eu tinha lido sobre ele). Atenção, spoilers a partir daqui (e é um filme que vale a pena ver sem saber muito sobre ele, vai por mim).
Os (não) casais favoritos
Eu não vou entrar nos méritos de definições e afins, tenho certeza que já falaram muito sobre shipping por aí (se você não faz ideia do que estou falando, pula na wiki e depois volta para cá). A questão é que de uns tempos para cá percebi o quanto eu sou azarada nessa coisa de shippar. Tão azarada que dia desses, ao perceber que mais uma vez torcia por um casal que nunca ficaria junto, até cantarolei no twitter:
O que acho engraçado é que isso não acontece tanto com filmes ou livros, meu lado noveleira só fala mais alto quando estou assistindo séries (e quando eu era mais nova, com o X-Men, hehe). Pensando aqui, acho que desde Brenda e Dylan em Barrados no Baile, minha torcida nunca deu certo. NUNCA. E nem é só questão de dois personagens que eu achava que tinham algo a ver nunca ficarem juntos, porque até quando finalmente engatavam um relacionamento, acontecia algo e pans, eles se separavam/morriam/insira aqui um outro final infeliz. Quer ver como sou pé frio? Está aí o meu top5 que não me deixa mentir.
Trilogia Jogos Vorazes (Suzanne Collins)
Então que há tempos toda vez que vou mencionar Jogos Vorazes eu lembro que não coloquei os posts que publiquei no Meia Palavra aqui no Hellfire, tenho só meus comentários sobre o filme. Eu li os livros entre fevereiro e março do ano passado, daquele jeito meio imerso que depois dá até uma ressaca literária depois. No Meia escrevi separadamente sobre cada um deles, mas convenhamos, sendo isso aqui só uma republicação, não vejo motivo para separar em três posts. Portanto senta que lá vem história, porque aqui vou falar de Jogos Vorazes, Em chamas e A Esperança.
JOGOS VORAZES
Confesso que comecei a ler Jogos Vorazes com uma certa carga de preconceito que tenho sobre o que se publica ultimamente para o público infantojuvenil. Pensei “Lá vem mais uma história romântica com um casal improvável…”. Mas estava dando um crédito mesmo assim para o primeiro livro da série escrita por Suzanne Collins porque pessoas cujo gosto é parecido com o meu falavam muito bem do livro. Primeiras páginas, fico conhecendo Katniss Everdeen, adolescente que vive em um futuro para lá de distópico: o mundo se organiza em distritos, cada qual com sua matéria-prima principal, todos tendo que servir a Capital sem perguntas. A última vez que uma revolta aconteceu, a Capital acabou com quem ia contra seu poder e criou a partir daí os Jogos Vorazes. Continue lendo “Trilogia Jogos Vorazes (Suzanne Collins)”
Escolhas, escolhas…
Fico tão ansiosa com essa ideia de que não poderei ler tudo o que foi publicado que acabo encontrando dificuldades na hora da escolha. Quem vem primeiro na fila dos ‘n’ livros para ler? Aquele livro recomendadíssimo por um amigo com gosto similar ao seu? O outro que tem sido elogiadíssimo em várias resenhas? O novo do seu autor favorito? Qual o critério para quem não tem qualquer obrigação com a leitura? Pois é. Eu não tenho. Ou às vezes até tenho, mas são bizarríssimos ou completamente contraditórios, do tipo “Leia antes que chegue o filme” (como fiz com O lado bom da vida) e “Leia porque você gostou do filme” (como fiz com As aventuras de Pi). No final é tão aleatório que não dá para dizer que há um critério (ou um método nessa loucura, como dizia o tio Will).
O problema disso tudo é que na ansiedade, você acaba largando livros mais rápido do que normalmente abandonaria. Ou ainda, quando você não tem critério fica muito fácil começar a tender para um só tipo de leitura. Porque a gente se acomoda. Gosta de um autor em específico e aí quer ler tudo dele (oi, Gillian Flynn!), fica confortável com um determinado tipo de livro e aí basicamente só troca de autor (ou título), mas o enredo continua sempre o mesmo. E mesmo assim, a tal da ansiedade de não poder ler tudo continua, dando espaço para um sentimento que faz com que eu lembre muito de uma cena em especial do filme Quase Famosos: Continue lendo “Escolhas, escolhas…”
Se eu Ficar (Gayle Forman)
Hit Girl Chloë Grace Moretz interpretará a protagonista, e até que o brasileiro Heitor Dhalia (de O Cheiro do Ralo) assumiria a direção, que no momento está por conta de R. J. Cutler, de quem nunca ouvi falar mas o IMDb diz que dirigiu alguns episódios de Nashville (que eu também nunca vi, há!). Enfim, se você quer ler “antes que chegue às telonas”, pode ficar tranquilo que antes de 2014 não chega, não.
Então, sobre o livro. Se eu ficar conta a história de Mia, uma adolescente de dezessete anos que sofreu um acidente de carro bem feio com sua família. Ela está em coma e passa por uma daquelas experiências fora do corpo, viagem astral, projeção de consciência ou seja lá como chamam isso. Enfim, ela vê o corpo dela lá, todo entubado. Vê as pessoas conversando com ela, e aos poucos vai percebendo que ela terá que tomar uma decisão: a de viver (ou seja, “ficar”, sacou o título, ahn, ahn?) ou desistir e morrer. Aos poucos vão aparecendo os argumentos para cada uma das opções, que é o que de forma segura a atenção do leitor até o fim da narrativa: o que aconteceu com sua família? Como o namorado Adam reagirá ao acidente?, etc.
Love Is a Mix Tape: Life and Loss, One Song at a Time (Rob Sheffield)
LADO A
Muito embora meu contato com música no último ano seja mais Interpol/Paul Banks em eterno repeat no player, a verdade é que gosto de música. Muito. Cresci em uma família de pessoas apaixonadas por música, durante um bom período da minha adolescência música era o que movia meus dias e portanto eu sei bem o que Rob Sheffield quer dizer quando comenta sobre nossa capacidade de conversar através da música em sua autobiografia Love is a Mix Tape: Life and Loss, One Song at a Time, publicado em janeiro de 2007 nos Estados Unidos e, pelo menos após uma rápida googlada, aparentemente sem tradução no Brasil (ainda). Mais do que nos ajudar a falar, a música também tem outra característica (também reconhecida por Sheffield e muito, muito apreciada por mim) de permitir viagens no tempo. Toca Bitter Sweet Symphony e lá estou eu, caminhando pelos corredores da PUC. Escuto Love Me Do e estou em uma viagem de carro com a família quando ainda era criança. Toca Qualquer coisa e tenho quinze anos e estou voltando do colégio com minha amiga e juntas cantamos a música bem alto. E por aí vai. Não tem a ver com o ano de lançamento da canção, mas com o momento em que você conheceu a canção. Quem estava com você. O que você estava fazendo. Quem te apresentou. Quem ouvia muito com você.
E Love is a Mix Tape toma emprestada essa característica da música para que o autor resgate as lembranças do tempo em que conheceu e viveu com sua esposa, Renée Crist. Ambos eram jovens recém-formados e obcecados por música (e mix tapes, é óbvio), casaram cedo mas, infelizmente, tiveram apenas cinco anos para compartilharem essa paixão. Renée faleceu em maio de 1997, vítima de embolia pulmonar.1
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Sei que isso parece ser um spoiler, mas lembrem, é uma autobiografia centrada justamente na morte de Renée. Tem coisas que não tem como não dizer, mas de qualquer forma, comento um pouco mais sobre isso um pouco para frente ↩
Black Books
Confesso que achei os dois primeiros episódios engraçadinhos, mas não via muito bem onde aquilo poderia parar. Neles são apresentados além de Bernard os outros dois personagens principais, Manny Bianco (um contador que um dia surta e passa a trabalhar para Black) e Fran Katzenjammer, dona da loja ao lado da Black Books. Hmkay, nada espetacular, fui para o terceiro por pura teimosia. E aí que começou a ficar bom, “Grapes of Wrath” é simplesmente hilário.
O negócio é que como quase sempre acontece em sitcoms, Black Books não nos prende por causa de algum segredo não revelado ou uma trama elaboradíssima: é porque vamos nos apegando às personagens, começando a prever reações e, no caso dessa série em específico, saber que o negócio é realmente esperar o inesperado. O estilo de humor é completamente nonsense, com mini-bares embaixo de mesas de restaurantes até um funcionário sendo contratado por uma empresa e quase chegar em cargo de gerência sem ter a menor ideia do que tinha que fazer lá. Ah, sim, ao contrário do que se imagina, não é o mundinho literário que é o principal foco de zoação, mas simplesmente o cotidiano em uma cidade grande.
Liberal Arts
Ted Mosby Josh Radnor) está ali na casa dos trinta e poucos, aquele momento em que os sonhos da adolescência deveriam estar se concretizando, mas a realidade mostra que não é algo assim tão fácil. Seu diploma em língua inglesa não lhe rendeu o futuro cheio de conversas com pessoas que amassem os livros como ele, não há nem sinal de um relacionamento estável em sua vida (pelo contrário, acabou de tomar um fora) e seu emprego não parece lá muito interessante. É quando ele recebe uma ligação de um antigo professor da faculdade, o convidando para um jantar onde seria homenageado já que está se aposentando. Jesse prontamente aceita o convite e seu retorno à pequena faculdade de artes no Ohio acaba trazendo aquela óbvia nostalgia de um tempo em que tudo parecia possível.
Com este plot parece que o público do filme Liberal Arts (dirigido por Josh Radnor) se restringiria a pessoas na mesma faixa etária do protagonista, mas o fato é que chegando em sua alma mater Jesse conhece (e se encanta por) Zibby, uma adolescente de dezenove anos que está justamente vivendo o período do qual ele sente tanta saudades. Zibby surge um pouco como a representação de tudo que ficou em Ohio assim que ele se graduou, aquela avidez por novas experiências e ao mesmo tempo uma certa inocência sobre o que está por vir. Sim, ela também é uma manic pixie dream girl (aparentemente todo cara na casa dos trinta e poucos sonha com uma guria assim), mas vá lá, deixando de lado a birra pelo que já é um clichê do cinema atual, a personagem é até bem interessante, rendendo bons diálogos ao longo da história.
Tempo para ler
“By making time to read, like making time to love, we expand our time for living. If we had to think of love in terms of our busy schedule, who’d risk it? Who’s got time to fall in love? But have you ever seen someone in love not finding time for it? I’ve never had time to read, but nothing’s ever stopped me from finishing a novel I loved. Reading isn’t about managing your social life better; it’s a way of being, like being in love.”
The Rights of the Reader by Daniel Pennac
É inevitável: pessoa aleatória começa a fazer parte da minha rotina, repara nos livros que leio e logo comenta: “Nossa, mas quantos livros você lê por semana? Está sempre mudando!” . Eu fico meio sem jeito de dizer que são em média dois por semana, ainda mais considerando que tem alguns anos 2 era a média de leitura anual do brasileiro. Aquela coisa, fica parecendo que estou querendo me exibir. Aí o que eu invariavelmente escuto é algum elogio ao meu hábito de leitura (obrigada) normalmente seguida pela famosa frase “Puxa, queria ter tempo para ler.” Continue lendo “Tempo para ler”