Os melhores filmes de 2014

Opa, caaaalma aí que o ano não pode acabar sem este post. Sei que fiquei devendo muito post aqui (Boyhood! Snowpiercer! The Obvious Child!), mas vá lá, com sorte em 2015 eu melhoro o ritmo de postagens. Explicando para quem chegou agora: há 10 anos eu faço um top10 com filmes que estrearam no Brasil (ou seja, filmes de outros anos ficam de fora). Este ano estou incluindo lançamentos de 2014 que não necessariamente chegaram por aqui (alguns só em festivais), vocês saberão quais são porque eles ainda não têm título em português. Ah, sim. Nunca é demais lembrar que é uma lista pessoal e yadda yadda yadda.

As listas dos anos anteriores você pode encontrar aqui: 2004 | 2005 | 2006 | 2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2013.

1. Boyhood: Linklater ainda tentando achar um jeito de conquistar o Tempo. Queria ter feito um post só dele, fica para outra hora (outro ano, outro dia).
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How To Build a Girl (Caitlin Moran)

A história você conhece: um livro começa a aparecer aqui e ali, várias pessoas recomendando e então chega o fim do ano com aquelas ‘n’ listas de melhores e lá está ele, com a capinha verde dizendo LEIA-ME, LEIA-ME. Foi o que aconteceu comigo agora no final do ano. How To Build a Girl de Caitlin Moran ganhou o primeiro lugar na minha infinita lista de livros para ler meio que na base da insistência. Assim, não que eu não-seja-o-tipo-de-leitora de Caitlin Moran, é só que ela ainda não tinha entrado no meu radar e olhando pela sinopse não tinha nada em How To Build a Girl que fosse assim, livro para entrar em top5 de leituras do ano, por exemplo.

E aí eu comecei a ler, fechei meu top5 de leituras e agora queimei a língua e vou ter que colocar uma bônus track para a Dona Moran porque olha, garrei morzinho no livro. Antes de começar a falar dele, preciso avisar que: a) não acho que seja um livro para todo tipo de público. Já li resenha de gente que ficou ofendida com o senso de humor da autora, por exemplo. b) ele é um livro simples, que te ganha pelas ideias. c) além das ideias, é provável que role uma identificação se você foi um adolescente meio bizarro.

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As melhores leituras de 2014

Então, o ano já está quase no fim e muito embora eu esteja amando How to Build a Girl da Caitlin Moran, estou achando que pelo ritmo de tartaruga que peguei agora no mês de dezembro esse provavelmente será o último, então meio que já dá para fechar a lista de melhores leituras.

Ieiiiii.

Curioso que provavelmente uma mulher seja a última da lista. Comecei 2014 com uma trinca masculina (Fischer, Tolkien e Vizzini) e tudo levava a crer que seria mais um ano típico (muito homem, quase nada de mulher), aí veio a Carol Bensimon trazendo amor e abrindo o espaço para o mulherio que, como você poderá notar, dominou não só a lista de leituras em si, mas também o top5.

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O Irmão Alemão (Chico Buarque)

Minha família por lado de mãe é tão apaixonada pelo Chico Buarque que conversando sobre isso com minha tia dia desses até brincamos que temos o hábito de falar dele como “Chico” como se fosse o único Francisco desse mundo. Se alguém diz “Saiu livro novo do Chico”, para nós já é informação suficiente.

Eu sabia que tinha algo para chegar este ano (devo ter lido algum comentário lá no blog da Companhia, não sei), mas conforme a data de lançamento ia se aproximando, eu ficava cada vez mais curiosa: sobre o que diabos é esse livro? “O novo livro de Chico Buarque é um romance em busca da verdade e dos afetos“. Maaaaais, quero saber maaaaais. E aí começam a aparecer as primeiras resenhas e finalmente descubro: O Irmão Alemão é um romance que usa como base uma história pessoal do Chico (desculpa, aqui será Chico), buscando informações sobre um irmão nascido na década de 30 na Alemanha, de quem ele só foi tomar conhecimento quando já adolescente.

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Só para manter o registro

O bom e velho post com um breve comentário sobre livros que li mas dos quais não falei aqui.

The Subject Steve (Sam Lipsyte): Fiquei sabendo sobre esse livro porque a Sutil Companhia tinha feito uma peça baseada nele, mas como só tinha livro de papel fiquei me enrolando até sair uma edição para o kindle. Enfim, é legal, mas acho que fiquei no “meh” porque li com as expectativas lá no alto já que outros dois livros que renderam peça da Sutil eu adorei, Alta Fidelidade (A Vida é Cheia de Som e Fúria) e Love is a Mixtape (Trilhas Sonoras de Amor Perdidas).

A proposta é bem maluca e o desenvolvimento mais ainda: um cara saudável (Steve) é diagnosticado com uma doença que lhe dá poucos dias de vida. Detalhe é que mal avançamos na leitura e ficamos sabendo que o que o que Steve tem é meio que o que todos nós temos: a certeza de que morreremos eventualmente já que estamos vivos.

Boa parte das melhores piadas saem disso, mas a metralhadora do Lipsyte dispara para todo lado da nossa vida “moderna” e todas as maluquices inclusas no pacote. Em um outro post já tinha comentado um tico dele aqui, dizendo que “é um livro com bons momentos mas que não mexeu comigo o suficiente para sentar aqui e escrever sobre ele. Basta dizer que tem uma pitada de Tibor Fischer (alou, Sol!), que tem uma ideia bem sacada só que em determinado momento ele começa a se repetir tanto, tanto, que cansa. Seria uma novela excelente, e é um romance mediano“.

“Was I living?” I said.

“Wow”, said Desmond. “Don’t talk. Don’t say another thing. Those should be your last words. Mythic, man. I knew you had style.”

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The House of Impossible Loves (Cristina Lopez Barrio)

Eu entrei em um período de ressaca literária forte – comecei trocentos livros, com nenhum a leitura realmente engatava. O único que engatou (Por Escrito, da Elvira Vigna) era livro de papel e no momento eu só estou conseguindo ler no kindle porque acredite, por mais que mães sejam mestres da arte perdida de fazer tudo com uma mão só, virar páginas com uma criança no colo não é bolinho. Enfim, surge esse The House of Impossible Loves, parece interessante, amostra para o kindle, uou, interessante mesmo, comprei (a facilidade do processo de comprar um e-book só pode ser coisa do diabo).

Tem uma frase do Tibor Fischer que ficou martelando na minha cabeça: “Nunca existira um livro que não contivesse fibras de outro livro”. The House of Impossible Loves da espanhola Cristina Lopez Barrio parece ser a prova disso. Ecos de outros autores estão ali, de forma bastante clara – não à toa quase todas as resenhas desse livro acabam invariavelmente falando de García Márquez e Isabel Allende. Talvez o que diferencie a influência da mera cópia seja o fato de que no primeiro caso esses ecos surgem como ingredientes de um grande ensopado, e não como o prato principal. Barrio consegue fazer o tal do ensopado ao contar a história da estranha família Laguna e suas mulheres, amaldiçoadas há séculos a ter apenas filhas e sempre serem infelizes no amor.

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Constantine (S01E01 e S01E02)

Quando começaram a sair as primeiras notícias sobre a adaptação das histórias de John Constantine para a TV, fiquei um tanto descrente de que o projeto realmente daria em algo. Aquela coisa de gato escaldado – ouço boatos sobre adaptação de Sandman para a TV há anos, então acabou que senti que seria só mais um caso de muito barulho por nada.

E então veio o nome do ator escolhido, Matt Ryan (who??). Depois vazou essa imagem dele já caracterizado:

E eu fiquei bem empolgada porque, convenhamos, ficou perfeito (ainda mais quando você pensa em Constantine, fecha os olhos e salta uma imagem do Keanu Reeves hehe).  O negócio é que mesmo com essa imagem ainda não tinha certeza de que a série realmente aconteceria (sim, sou bem cética sobre meus personagens do coração finalmente chegando às telas). E então apareceu um trailer:

 

IEIIII, é real! Está acontecendo!!! AHHHHHHH << sons de uma Anica feliz. Foram aí mais alguns meses até o primeiro episódio finalmente estrear – no meio do caminho chegou até a vazar o piloto, que não assisti porque veio mais ou menos junto com o Augusto, há. Tudo isso só para dizer que: já vi dois episódios e por enquanto estou curtindo (mas com ressalvas).

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A História do Amor (Nicole Krauss)

(Insira aqui parágrafo introdutório comentando a dificuldade de escrever sobre um livro que você adorou, além de aviso de possíveis spoilers)

A História do Amor. Ahhhhh, A História do Amor. Pega um título desses e já toca O Amor e o Poder na minha cabeça e penso que lá vem um daqueles livros fofos de romances improváveis que vá lá, eu curto mas no fim é sempre mais do mesmo. Vou confessar aqui que o livro só apareceu no meu radar por causa de um post no tumblr. Pois é. Aparentemente todo mundo já tinha ouvido falar, já leu ou morre de vontade de ler, e eu não fazia a menor ideia de que existia esse livro por aí. O tal do post reforçava um pouco minha ideia sobre qual seria o enredo da obra, no final das contas. Era esta imagem:

(clique para ampliá-la)

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Garota Exemplar (Gone Girl, 2014)

Lembro que cheguei a escrever no meu post sobre o livro Garota Exemplar que essa era uma história que sobrevivia ao spoiler: mesmo você sabendo detalhes importantes do enredo, ainda assim valia a pena ler. E até por isso fiquei bastante ansiosa sobre a adaptação para o cinema, dirigida por David Fincher (de quem eu curto alguns trabalhos, mas não chego a ser pagadora de pau, etc.). Uns tempos depois, saiu por aí uma notícia de que a Gillian Flynn (autora do livro e responsável pelo roteiro) tinha alterado o final, o que obviamente aumentou minha curiosidade – alterou como? O que muda? E lá vou eu, tão logo o filme chega aos cinemas para conferir.

Antes de continuar a comentar aqui, vale lembrar que ainda acho que seja uma história que vale a pena mesmo com spoilers (embora agora esteja cá co a dúvida se um aspecto realmente não se perde quando você aprende uma coisa ou duas sobre as personagens), mas que caso você seja do tipo que se importa MUITO com isso, é melhor não continuar a ler o que escreverei aqui.  Ok? Ok. Vamos lá.

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Imagina as pessoa tudo

Ontem saiu notícia de que a “bancada evangélica” da câmara de vereadores de Curitiba estava criticando o conteúdo da página da Prefeitura no Facebook, por apoiar o casamento gay. Sei que parece um negócio surreal (tanta coisa para ser feita e vão perder tempo com post no facebook?), mas calma que piora. Cito a reportagem do G1:

Para a vereadora, o casamento só pode ocorrer entre pessoas de sexo distinto. Na opinião dela, o texto publicado pela Prefeitura de Curitiba desconsidera os tradicionais casais heterossexuais que serão atendidos pelo programa. Pimentel ainda argumenta que a benção religiosa seria cerceada e critica a falta de discussão sobre o tema. Carla Pimentel afirmou ainda que não é uma questão religiosa e sim uma questão de princípios de governança, já que considera que a publicação foi tendenciosa para um Estado laico.

Ok, vamos por partes. Primeiro: “o texto publicado pela Prefeitura de Curitiba desconsidera os tradicionais casais heterossexuais que serão atendidos pelo programa”. O post que tanta revolta causou foi esse aqui:

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