Por Lugares Incríveis (Jennifer Niven)

porlugaresVou confessar uma coisa: embora eu viva dizendo que não tenho preconceitos sobre YA, que tenho 30 e poucos mas leio merrrmo, que adoro e me divirto horrores e etc. etc. etc., a verdade é que eu andava meio sem paciência para esse tipo de livro. Pegando minha lista de leituras do ano passado, fora Isla and the Happily Ever After que achei fofo, o resto (do pouco) que li variou do mais ou menos para o simplesmente ruim. Então comecei a achar que eu que estava ficando crica, que logo ia virar aquele tipo chato que diz que não lê bestseller e só lê clássicos (seria uma recaída, eu já fui assim, haha), mas Por Lugares Incríveis de Jennifer Niven chegou para me salvar. Ufa.

Lançado por aqui pela Seguinte, o livro entrou no meu radar por causa da capa (essa que ilustra o post). É, a capa. Achei tão colorida, tão linda, e aqueles bloquinhos do kit pequeno engenheiro, que nostálgico! Enfim, parecia cute, e depois da paulada que foi The First Bad Man eu estava precisando de algo assim e lá fui eu.

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Oscar 2015: O dia seguinte

E aqui estou eu com minha canequinha de café para comentar o que aconteceu ontem na cerimônia de entrega do Oscar. Foi dormir cedo? É, tem momentos que eu também acho que deveria ter ido, mas já são o quê? 20 anos acordando zureta na segunda-feira seguinte, eu acho que é o tipo de coisa que vou fazer mesmo depois de velha (e aí meus netinhos vão dizer “Vó, você tá vendo o Troféu Imprensa, vai dormir, vó“).

Enfim. Nenhuma graaaaande surpresa, se você pegar os vencedores dos prêmios dos sindicatos já tinha lá uma tendência a dar isso mesmo. Eu só acho que não tinha feito as contas direito, porque achava que Boyhood iria um pouco melhor (foi o tchibum da noite: o mais indicado, voltando só com o Oscar de atriz coadjuvante da Patricia Arquette).

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Esquenta para o Oscar 2015

Seguindo a tradição, vale lembrar que amanhã é noite de Oscar! Com apresentação de Neil Patrick Harris (e um monte de apresentações musicais, aposto), a transmissão está prevista para começar às 23:45 na Globo (sim, aquela velha história, não dá para tirar uns poucos minutos de Faustão, Fantástico e BBB para passar toda a cerimônia dane-se quem gosta de acompanhar e só pode ver pela tv aberta). Para quem tem tv a cabo, na TNT a previsão é de que a transmissão comece às 20:30.

E agora alguns links relacionados:

Guia para seu Bolão do Oscar, lá no Vida Ordinária

Palpitando o Oscar 2015, por Ana Maria Bahiana

Também da Ana Maria Bahiana, um artigo no Blog da Companhia: O prêmio, essa força estranha

As 10 pessoas que mais receberam agradecimentos no Oscar (para surpresa geral, Harvey Weinstein está em segundo)

Oscars Bingo!, no Guardian

E continuando os joguinhos, o Guardian também tem esse: You don’t know Oscar

O Hollywood Reporter publicou como no ano passado entrevistas “brutalmente honestas” com membros da academia comentando seus votos. Tem aqui parte 1, 2, 3, 4, 5.

E quando você terminar de ler esses artigos, vai achar que o Oscar é decidido desse jeito.

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The First Bad Man (Miranda July)

Lançado em janeiro deste ano lá fora, The First Bad Man é o primeiro romance de Miranda July. Ênfase para romance, ela já publicou outros livos, um deles o ótimo O Escolhido Foi Você (que chegou por aqui pela Companhia das Letras). Somando aí os filmes, dá para dizer que ela é uma artista multimídia com uma grande bagagem e muitos fãs, mas eu (vergonhosamente) ainda conheço só esses dois trabalhos dela (nem os filmes eu vi, gente, socorro). Então o que for comentar aqui é meio que baseado só nisso, hmkay?

O fato é que eu notei uma semelhança grande na forma de desenvolver a história nessas duas obras, por mais que O Escolhido Foi Você não seja ficção. Duh, sim, óbvio, é a mesma autora, Anica. Calma, já explico. Quando você compara The First Bad Man com O Escolhido Foi Você dá para perceber que Miranda July não tem lá muita pressa de chegar onde realmente interessa. Para quem já leu o Escolhido, vale lembrar: páginas e páginas com boas histórias sobre os vendedores do PennySaver, para finalmente chegar na do velhinho que a tocou de tal maneira que ela até quer incluí-lo no filme que estava fazendo. Não que as outras histórias não fossem boas ou não estivessem conectadas ao encontro em questão. É só que o livro pareceu se transformar e ganhar uma força enorme a partir dali.

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Trigger Warning: Short Fictions and Disturbances (Neil Gaiman)

Ler Trigger Warning (coletânea de contos e poemas de Neil Gaiman que saiu recentemente lá fora) é um pouco como reencontrar um velho amigo querido. Ok, um velho amigo querido, mas que provavelmente tem uma mania chata que 10 minutos após o reencontro te faz lembrar porque, no final das contas, você não retornou aquela ligação ou deixou a coisa no “vamos marcar!” sem nunca marcar nada.

Não entenda mal, não é que o livro seja ruim. É só que por conta de alguns textos fica um tanto irregular. Eu entendo o que Gaiman fala logo na Introdução sobre o conto ser o lugar onde o autor pode experimentar mais, o negócio é que em uma coletânea supostamente houve uma seleção e o que sai ali pode ser resultado de experimentos, mas suponho que sejam os melhores resultados. Não é o caso. Tem coisa ali que eu teria definitivamente deixado de fora, mesmo que o livro ficasse um tanto menor do que as 350 páginas da edição gringa.

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Dois Lados do Amor (The Disappearance of Eleanor Rigby)

Se tem algo que eu adoro em literatura é quando o autor se dá ao trabalho de explorar diferentes pontos de vista para a mesma situação. De como uma história pode ser outra completamente diferente dependendo de quem conta. E foi por ter a oportunidade de ver esse exercício repetido no cinema que fiquei tão empolgada quando fiquei sabendo sobre The Disappearance of Eleanor Rigby (que no Brasil passou no Festival do Rio com a horrenda tradução ‘Dois Lados do Amor‘).

É um projeto audacioso: um filme mostrando a visão do homem, outro mostrando a da mulher e finalmente um terceiro que mescle essas duas versões. Não sei bem por qual motivo, achei que seria uma história típica montada do começo do relacionamento até o fim, mas não é bem por aí: os filmes abordam o modo como Connor (James McAvoy) e Eleanor (Jessica Chastain) lidam com a perda do filho.

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Janeiro é o mais cruel dos meses (Ou Filmes que vi em janeiro)

Quicksilver também aprovou.

Mentira, nem é não. Melhor época para quem gosta de cinema. Por causa da temporada de premiação, o pequeno pirata mirim pode fazer a festa sem ter que ficar frustrado porque os multiplexes da sua cidade quase que só passam filme para a gurizada de férias (e dublados ¬¬). E tem o Netflix também, que está sendo bem esperto e investindo um bocado em filmes que por aqui quase que foram lançados direto em (dvd? blu-ray? a locadora aqui de perto de casa fechou, nem sei mais o que as locadoras alugam).

Enfim, foi um ótimo mês. E tanta coisa boa, que aí você até entra naquelas de sempre COOOOOMO NÃO FOI INDICAAAAADO PARA O OOOOOOSCAAAAR? e tudo o mais. E sim, você já deve ter adivinhado: post com comentários rápidos sobre o que assisti agora em janeiro.

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Nobody is Ever Missing (Catherine Lacey)

A sensação que tive ao terminar a leitura de Nobody is Ever Missing de Catherine Lacey foi de decepção. “O quê? Vai ficar nisso?”. Acho que o que mais incomodou foram as perguntas levantadas ao longo da história e que ficaram simplesmente sem resposta na conclusão. Como se a autora jogasse migalhas para traçar um caminho que levava para lugar nenhum, entende?

E aí passou um dia, outro, e outro. E eu ainda com o livro na cabeça. Não que eu estivesse buscando motivos para gostar da obra (não teria nenhuma razão para isso), é mais que eu não conseguia afastar a impressão de que as tais das migalhas tinham sim um destino, digamos assim. Aí caiu a ficha e meio que revisei minha opinião sobre Nobody is Ever Missing. E claro, este post estará cheio de spoilers porque vou passar minha interpretação do romance.

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Bough Down (Karen Green)

Não é de propósito. Juro que queria embarcar na onda e ler Graça Infinita do David Foster Wallace agora que a tradução do Caetano Galindo chegou (tá bonito de ver o Verão Infinito lá no Posfácio, btw), mas serei daquelas leitoras atrasadas que em uns anos vai encher o saco de todo mundo que leu querendo conversar sobre o livro. É que eu já comecei a leitura uma vez (ainda em inglês) e sei que ele demandará uma atenção que no momento não posso dar. Enfim, não deu. Ainda.

Negócio é que nessa avalanche de reportagens anunciando o lançamento da Companhia das Letras, acabei lendo uma assinada por Paulo Nogueira que saiu na revista Época. Fala daquilo que temos lido aqui e acolá mas veio com um extra: um comentário sobre um livro recentemente escrito pela viúva de Wallace, chamado Bough Down. A passagem citada por Nogueira automaticamente despertou meu interesse pela obra. Tanto que já coloquei na wishlist de aniversário – e bem, acabei de ler.

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We Have Always Lived in the Castle (Shirley Jackson)

Já tem aí vários dias desde que terminei a leitura de We Have Always Lived in the Castle da escritora norte-americana Shirley Jackson. Estava quase desistindo de escrever sobre ele e ia saltar direto para o Bough Down de Karen Green (fica para outro dia), mas minha resolução de ano novo (cofcof) é que vou escrever um post para cada livro que adorei, então vamos lá.

Motivos para gostar de We Have Always… são vários. A capa pode enganar (parece de livro infantojuvenil), a autora também (Jackson é conhecida pelo terror The Haunting of Hill House, além de ser influência de autores como Stephen King e Richard Matheson – o que levaria o leitor a pensar que teria em mãos um livro de terror, pelo menos no sentido mais genérico da palavra). Mas se posso dar um conselho é: abandone as tentativas de adivinhações e se deixe levar pela história das duas irmãs Blackwood.

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