A arte perdida de fazer agenda

Ganhei minha primeira agenda em 1993, era uma de capa dura com uma ilustração fofa do Garfield que logo transformei em diário (talvez o que eu mais evite reler, porque quem é que não tem vergonha da sua própria versão aos 12 anos?). Mas a primeira vez que fiz agenda foi no ano seguinte, depois de ganhar uma do Fido Dido de amigo secreto na escola. Era ainda uma mescla, eu escrevia diário, mas começava ali um hábito que seguiu comigo por muitos anos.

Mesmo na época eu já via o ato de “fazer agenda” como uma espécie de registro do tempo que estava vivendo, para além das coisas que contava no diário – letras de música que ouvia, recortes de gibis que eu lia, propagandas legais de revistas, fotos de ídolos, bilhetes de amigos, convites para festas e, depois de uma certa idade, rótulos de bebidas, propagandas de shows e eventos, camisetinhas feitas com caixa de Marlboro. Reabri-las hoje em dia é como abrir uma cápsula do tempo, muita coisa do que tinha lá não existe mais (cinema por R$2,50, por exemplo). É um pouco codificada, um punhado de coisa sem o menor sentido para quem não viveu o momento, como por exemplo: Continue lendo “A arte perdida de fazer agenda”

Daquela coisa que dá de tempos em tempos

Então que nos últimos dias tenho pensado em acabar com o Hellfire. Assim, sem drama – só tornar oficial uma coisa que já tem acontecido. A verdade é que eu me fiz em mil pedaços (pra você juntaaaaaarops, ok, sem Legião), e acabou que o Hellfire mesmo perdeu um pouco da razão de ser. Falo dos livros que leio lá no Meia Palavra, sobre zumbis no Ministry of Zombie Walks (ok, esse está mortão, coitado), compartilho referências sobre filmes, músicas e livros que gosto lá no meu Tumblr, falo sobre a vida o universo e tudo o mais no Twitter

Aí chega aqui no Hellfire e eu meio que só falo das séries e dos (poucos) filmes que estou vendo, além de caradepaumente copiar e colar post do Meia Palavra. Eu não tenho mais vontade de comentar as coisas como tinha antes, não fico mais pensando no que daria um bom post, enfim, perdi a vontade de escrever aqui.

Sei que já me despedi uma penca de vezes e voltei logo depois, e de repente esta é só mais uma dessas outras vezes. Mas fica aqui pelo menos a explicação do motivo pelo qual não tenho atualizado tão constantemente o blog. Enfim, é isso. Os links de onde me encontrar já estão no primeiro parágrafo do post, tchans.

Eu, excluída digital

Quando você sai da classe “filha” para “mãe”, suas saídas passam a ser todas planejadas. Não rola mais aquela coisa de sair na loca, porque invariavelmente você terá que pensar o que fará com seu filho: vai levar com você? caso não leve, quem fica com ele? E já tem quase uma semana que eu planejei que hoje iria ao TRE, já que começaram a fazer recadastramento dos eleitores, para incluir foto e impressão digital e blablabla. Tem uma escala a ser seguida, que está sendo anunciada por tudo quanto é canto, e coube a mim, nascida em janeiro, estrear a bagaça – teria que fazer o recadastramento agora esse mês.

Então Arthur ficou com a vovó e lá fui eu para o TRE fazer o recadastramento, né. Camelando embaixo do sol, munida de endereço (R. João Parolim!) e toda a documentação que pediam (cpf, título de eleitor, documento de identidade e comprovante de residência), sigo meu caminho para o prédio do TRE. Quase na frente do prédio escuto uma mulher falando ao celular “Foi super rápido!” e fiquei toda animada. Chego na porta e sou recebida por uma enxurrada de estagiários. “Oi, o que você veio fazer aqui?”, pergunta uma delas com um sorriso no rosto.

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Arthur

Então que para que ninguém pense que de repente assim eu tenha batido as botas, cá está a razão do meu sumiço:

Arthur nasceu sábado, dia 11 de setembro, às 8:57 da manhã. Pesando 4,025kgs e medindo 50,5cm veja só o tamanho do garotão =] Insira aqui todos aquelas coisas sobre mudar a vida, felicidade absoluta e amor incondicional que tanto falam e você pensa que são só clichezão e aí quando é com você, descobre que não é bem assim.

Presente de natal

Fábio comprou de presente de natal para mim os livros que estou morrendo de vontade de ler. Problema é que nossas últimas compras na Amazon deram treta ( treta = a Amazon reenviou três vezes e a encomenda nunca chegou). Aí eu estou tensa, né. Esperando a caixa. E então o Fábio que sabe que sou meio assim com essas coisas, já deu o código para eu seguir a encomenda. Até o momento ela já passou por esses lugares:

Sparks (Nevada) -> Sacramento (California) -> Wilmington (Ohio) -> Miami (Florida)

E eu não consigo deixar de pensar na minha caixinha de livros curtindo um clima road movie, de óculos ray-ban e com A Horse With no Name de trilha sonora.

In the desert you can remember your name cause there ain’t no one for to give you no pain” la la laaaaaaaaaaa la la la…. Vamos ver se dessa vez chega, né.

Voltei

Sim, o Hellfire está às moscas desde o dia 5. Como a maior parte de vocês já deve saber, estive na Europa nos últimos dias, e é claro que seria extremamente idiota da minha parte torrar cinco dinheiros por uma hora de internet (a média dos cyber cafés lá). De qualquer modo, fica aqui um registro do retorno e a promessa de que volto a atualizar assim que me recuperar da dor da perda desse grande ícone, Dercy Gonçalves, que se foi sem deixar para mim oportunidade de dizer adeus. Snif.

E também resolvi abrir uma enquete sobre o template novo. Durante um mês o pessoal poderá votar aqui se o lance é o anterior (escuro) ou esse (claro) – de acordo com o resultado e do meu humor, eu mudo. Então vota aí, miudim.

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{democracy:11}

Agora que o ano começou…

…alguns comentários.

Elizabeth: A era de ouro é um filme razoável. Algumas imagens bonitas, figurino bacana e a Cate está mandando bem. Problemas? Primeiro: não consigo mais olhar para o Clive Owen sem imaginá-lo enfiando uma cenoura em alguém. Segundo: o final desanda. Terceiro: Por que quando um filme é de fato uma continuação as pessoas não deixam isso mais óbvio para pessoas meio lesadas como eu? Só fui sacar que era continuação do outro Elizabeth quando me dei conta que a Cate estava encarnando muitas Elizabeths para o meu gosto.

***

Douglas Adams foi provavelmente o cara mais genial que já passou por nosso planetinha (e talvez pelo universo, visto que outras formas de vida podem não ter um senso de humor parecido com o nosso). Estou quase no fim de A Vida, o Universo e Tudo o Mais e não consigo deixar de rir só de lembrar de alguns momentos. Juro, esse ano eu uso a toalha!

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Neurocirurgiões, otorrino e analista de sistemas

– Hoje tinha dois caras no elevador e eu estava segurando um Sandman que eu tinha levado para o trabalho, né? Aí um disse “É difícil achar menina que goste de HQ, ainda mais de Sandman!”

– Quem são esses?

– Um era do nono e o outro era do décimo segundo andar. Um estava todo vestido de branco, acho que era médico. Hoje no caminho vi um otorrino na frente daquele insitituto de otorrino, ele era tão bonitinho.

– Cuidado que você está meio bebinha e vai começar a me ofender.

– Nããão, é que tipo, eu fiquei pensando “Quem é que casa com otorrino?”. Eu não conheço nenhum otorrino, só conheço um neurocirurgião.

– Olha…

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Thank you for smoking

Ser criança nos anos 80 e adolescente nos 90 significa, de certa forma, ter se livrado do lodaçal do politicamente correto. Um bom exemplo disso são as propagandas de bebidas e cigarros, que bombardeavam as mídias em qualquer horário, sem restrições.  Ok, eu entendo o motivo das restrições atuais, de qualquer forma, pela falta das restrições, eu tive acesso a alguns comerciais batutas anos atrás.

Tinha Hollywood ao som de Pain Lies on the Riverside (por que seu apelido é Lagartixa?), por exemplo. Hollywood se deu mal logo na primeira parte dos 90 porque associava o cigarro com gente praticando esportes, nessa armadilha a patota não caía, não. Já lá para o final dos 90, o Luck Strike tentou embarcar na onda da internet com um comercial ao som de Fun For Me do Moloko (o video começa com uma propaganda do visa, mas espere que logo começa. Nham!) Mas aí, né, tinham os comerciais do Free.

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