Ó dúvida

Ah, bem. Estou sem o Adobe e aparentemente sem o Outlook também. E como sou uma criatura patética que desconhece o informatiquês, vou pagar um sujeito que entenda disso para dar um jeito no meu pc.

Mas antes disso vou fazer um treco que já deveria ter feito há muito tempo: gravar minha coleção de HQs em cd. Cortesia do Eudes, hehe.

***

Salário no banco e eu aqui pensando com qual livro que vou me presentear:


Catatau do Leminski ou…


Laranja Mecênica do Burgess?

No final das contas eu sou uma pessoa absurdamente fácil de agradar, não? Me dá um livro e você verá uma Anica feliz e saltitante. Ok, eu costumo ficar alegre até com papel de bala, deixa isso quieto.

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Blake…

Love’s Secret (William Blake)

Never seek to tell thy love,
Love that never told can be;
For the gentle wind does move
Silently, invisibly.

I told my love, I told my love,
I told her all my heart;
Trembling, cold, in ghastly fears,
Ah! she did depart!

Soon as she was gone from me,
A traveler came by,
Silently, invisibly
He took her with a sigh.

***

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Abrindo um antigo caderno…

Abrindo um antigo caderno
foi que eu descobri
Antigamente eu era eterno.
(Leminski)

Faz já algum tempo que eu decidi que ia dar uma “limpada” na minha caixa de recordações, mas acabava sempre deixando para depois. Hoje, como meu namorado foi ficar de caseiro lá na casa do chefe dele ( ), decidi arrumar de uma vez.

E caramba, tanta coisa boa que eu já nem lembrava mais! Reler as cartas da Nane, as bolachas de bar assinadas pelas Kanas, os bilhetes da Pati e do Magalha… Achei até o rascunho do discurso da formatura da 8ª série, que a professora Laís pediu para eu escrever. Não sei se foi lido ou não, naquela época meu lado antisocial já imperava e eu não fui

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Eu Fui!

Para provar que eu realmente fui para São Paulo dessa vez, uma foto minha com a anfitriã mais cuti desse mundo, a Urdinha:

***

“PROPIAÇÃO” – Oswald de Andrade*

Eu fui o maior onanista do meu tempo
Todas as mulheres
Dormiram em minha cama
Principalmente cozinheira
E cançonetista inglesa
Hoje cresci
Mas tu vieste
Trazendo-me todas no teu corpo

__________
* Tirei de “Serafim Ponte Grande”, um grande não-livro. Achei tão bonitinho, à sua maneira, que não deu para não colocar aqui.

Sossegue coração

Estarei lá na Feira de Cursos sexta que vem, barraca de Letras. E já no outro dia, viajo para São Paulo para o aniversário da Urdinha. Affmaria, pelo menos a festa do CAL foi adiada, senão eu surtava. É, I’m really too old to Rock n’ roll. Anyway…

sossegue coração
ainda não é agora
a confusão prossegue
sonhos afora

calma calma
logo mais a gente goza
perto do osso
a carne é mais gostosa

– Leminski.

Annabel Lee

 Annabel Lee (Edgar Allan Poe, 1849)

It was many and many a year ago,
In a kingdom by the sea,
That a maiden there lived whom you may know
By the name of ANNABEL LEE;
And this maiden she lived with no other thought
Than to love and be loved by me.

I was a child and she was a child,
In this kingdom by the sea;
But we loved with a love that was more than love-
I and my Annabel Lee;
With a love that the winged seraphs of heaven
Coveted her and me.

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Maiakovski

Minha cabeça ainda dói. Melhor eu levar a sério as resoluções de ano novo, senão perco o fígado e o namorado.

Poema do Maiakovski:

E Então Que Quereis?…

Fiz ranger as folhas de jornal
abrindo-lhes as pálpebras piscantes.
E logo
de cada fronteira distante
subiu um cheiro de pólvora
perseguindo-me até em casa.
Nestes últimos vinte anos
nada de novo há
no rugir das tempestades
.

Não estamos alegres,
é certo,
mas também por que razão
haveríamos de ficar tristes?
O mar da história
é agitado.
As ameaças
e as guerras
havemos de atravessá-las,
rompê-las ao meio,
cortando-as
como uma quilha corta
as ondas.

Paulo Leminski

“ Faço uma proposta, frase feito por via de uma dúvida: alguém pensou aqui e não fui eu. O mundo não quer que eu me distraia. Distraído, estou salvo. Essa necessidade não é só física, é a necessidade da verdade, a carência de informações, a pobreza de dados. Não é agradável ser olhado por nós, saí da geografia por meio da história.”

Paulo Leminski

Bairrismo? Provalvemente não. Mesmo que Paulo Leminski não fosse curitibano tenho certeza que admiraria seu trabalho com a mesma paixão.É inovador até mesmo para os dias de hoje, e em alguns casos tão bem… “confeccionado”, que não tem como não reconhecer o mínimo de valor literário. Continue lendo “Paulo Leminski”