Vinicius de Moraes

O que eu mais gosto sobre conhecer pessoas é que elas sempre nos ensinam alguma coisa. Qualquer coisa. Seja simples experiência de vida, seja um novo poeta, ninguém passa sem ensinar algo. E tem uma pessoa de quem vou lembrar para sempre por ter me apresentado um dos maiores poetas brasileiros: Vinícius de Moraes.

A obra de Vinícius tem cheiro de boemia. Vai ver é por isso que eu gosto tanto, não sei. Ouvir as músicas dele (especialmente as que ele faz parceria com o Toquinho) são simplesmente uma delícia, não há uma palavra que defina melhor a sensação. É aquela coisa de se estirar na cama e sentir o ventinho entrando pela janela, curtindo o som como quem está ouvindo uma cantiga de ninar. Continue lendo “Vinicius de Moraes”

Da manipulação

Ontem quando voltava para casa tive uma conversa sobre manipulação que me fez lembrar do livro do Choderlos de Laclos, o As Relações Perigosas. Muitos já devem ter assistido a versão cinematográfica com a Glenn Close como Marquesa de Merteuil (quem não viu, assista. Vale a pena).Enfim, já que lembrei do livro, vou colocar aqui um dos momentos mais bacanas da história (que é toda contada através de cartas, o que faz do livro algo bem original).

Carta CLIII

(do Visconde de Valmont à Marquesa de Merteuil)

Respondo imediatamente a vossa carta, e tratarei de ser claro; o que não é fácil convosco, quando tomais a resolução de não entender. Continue lendo “Da manipulação”

Momento *SÓ PARA RAROS* do mês

O CREPÚSCULO DOS RESENHISTAS (Hans Magnus Enzensberger)

Desde quando existem críticos? Desde quando eles deixaram de existir? As profissões e seus nomes aparecem e desaparecem; como figuras na divisão de trabalho, eles são sujeitos a obscuras regras de evolução cultural. Reconhecemos essa situação e a aceitamos, pelo menos em termos genéricos. É apenas no nosso próprio ofício que as coisas são um pouco diferentes. É extremamente difícil para nós acreditar que somos dispensáveis! No entanto, basta pensarmos no mineiro das salinas, no fabricante de espadas – para onde eles sumiram? -, no homem que faziam cestos, no que fundia latão, no fabricante de agulhas ou de esporas. É possível que, sem que nos déssemos conta, o mesmo tenha acontecido conosco. Uma extinção brutal, completa e abrupta costuma ser a exceção. Transições graduais, transformações imperceptíveis – é assim que as coisas costumam acontecer. As quantidades nas espécies ameaçadas vão diminuindo num processo dificilmente percebido pelo restante do mundo, até que o último desapareça. É perfeitamente imaginável que num futuro próximo perguntemos o que aconteceu com o crítico, o resenhista. Eles estavam lá, há questão de momentos… ou teriam sido frutos de nossa imaginação? Continue lendo “Momento *SÓ PARA RAROS* do mês”

Sobre Capitu

Segundo Fábio Lucas, na introdução do livro Dom Casmurro lançado pela Editora Ática, “sob a forma de um memorial de acusação, temos que considerar o relatório como força re-construtiva do protagonista e fixadora da imagem dos demais figurantes”.

É ao narrar sua história que Bentinho, ao invés de justificar sua vida através de acusações contra Capitu, acaba por gerar a dúvida sobre se ela seria de fato culpada. Mais do que isso, ao evidenciar a tendência que Capitu tinha de dissimular, acaba criando em torno dela uma aura mística, um mistério que só é menor ao da sua traição.
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Soneto LXV do Camões

(Na realidade isso aqui estava pronto para ser postado no dia em que comecei a ter os problemas para acessar o blog. Acabei deixando o rascunho numa pasta e to colocando aqui na série de comemorações de retorno hohohoho)

Então, como eu consegui me matricular em Camões para esse período (já era para eu estar indo para a aula mas estou dando uma esticada básica nas férias 😳 ), vai um soneto do poeta para comemorar ^^

LXV

Quem diz que Amor é falso ou enganoso
Ligeiro, ingrato, vão, desconhecido
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel, ou rigoroso.

Amor é brando, é doce e é piedoso:
Quem o contrário diz não seja crido,
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens, e inda aos deuses, odioso.

Se males faz o Amor, em mim se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas as suas iras são de amor;
Todos estes males são um bem
Que eu por outro bem não trocaria

Obs. A disciplina trabalhará Os Lusíadas. Todo sábado, quatro horas seguidas. Algo me diz que minhas aparições na madrugada ficarão mais raras

Os heróis e a morte na Ilíada

Observação: A Ilíada está entre os livros que mais me traumatizaram em uma primeira leitura. Eu nunca me senti tão burra na minha vida quanto no momento em que comcei a ler os versos “Canta-me a cólera – ó deusa! – funesta de Aquiles Pelida,/causa que foi de os Aquivos sofrerem trabalhos sem conta/e de baixarem ao Hades as almas de heróis numerosos”.
Ler a tradução em versos é um verdadeiro exercício, mais além: um desafio. Por volta do Canto III ou IV a pessoa já se acostuma com a linguagem e aí segue mais tranqüilo. Mas o começo é pesado *mesmo*.
Eu sempre sugiro a tradução do Carlos Alberto Nunes, que saiu pela Ediouro. O trabalho de tradução dele é excelente, sem cair nos “Auroras rosidáctilas” do Odorico Mendes.
Com relação a história, gosto muito mais da Odisséia do que da Ilíada. Porém, é com a Ilíada que temos as várias cores da cultura grega. É realmente um espelho do comportamento, credos e conceitos da época. É a partir disso que tracei esse paralelo entre os conceitos de Morte e de Heroísmo na Ilíada.

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O Eterno Despertar

Eu já comentei por aqui do lance das vezes que eu durmo tão pouco que acho que nem acordei, não? Pois é. Isso me lembra muito o primeiro arco de histórias de Sandman escrito pelo Neil Gaiman, o Prelúdios e Noturnos.

Resumindo para quem não conhece: Um mago aprisiona Morpheus por engano, uma vez que tentava aprisionar a Morte. Sonho fica preso durante anos, tempo suficiente para que esse mago morresse e o filho do mesmo continuasse mantendo Sandman preso. Eis que o Lorde Moldador consegue escapar e qual providência ele toma tão logo se recuperou? Vingança.

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Mathom

Então… eu estava arrumando meu quarto ontem (dia de faxina ^^) e enquanto tirava o pó das coisas das minhas prateleiras lembrei de um negócio:

“(…)pois qualquer coisa que os hobbits não fossem utilizar imediatamente, mas que não quisessem jogar fora, eles chamavam de mathom. Suas moradias podiam vir a ficar cheias de mathoms, e muitos dos presentes que passavam de mão em mão eram desse tipo”

EU SOU UMA HOBBIT!!! =D

Por falar em organização de quarto e tal, preciso urgentemente de achar um abrigo para o Sr. Abobrão. O quarto tá pequeno demais para nós dois ¬¬

O Retrato de Dorian Gray

(Aquela citação sobre A Insustentável Leveza do Ser me deu idéia para isso…)

SÉRIE: LIVROS DA MINHA VIDINHA

Livro: “O Retrato de Dorian Gray”
Autor: Oscar Wilde
Se gostar, leia também: “O Marido Ideal”

Único romance de Oscar Wilde, já reconhecido como clássico, O Retrato de Dorian Gray desde o início revela a marca fundamental do autor: seu sarcasmo. Esse tom é fácil de ser percebido em suas diversas frases paradoxais, outras de humor cáustico, em sua grande maioria proferidas pelo personagem Lorde Henry Wotton.

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