Mordendo a Língua

Ok, retiro o que eu disse. Quer dizer, em parte… continuo achando aquele soneto do Shakespeare meio brocochô, mas a última aula do ano rendeu algumas ótimas descobertas. Como tenho que me preparar para viajar e não tenho muito tempo agora, deixo para falar do Edwin Morgan para quando eu voltar. Por enquanto, deixo uma poesia que achei MUITO bacana de um sujeito de quem nunca tinha ouvido falar, o Dana Gioia.

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Shakespeare in Love

Quando comecei o curso de Letras, no dia do meu trote (o que deve bater mais ou menos com a mesma época da Santa Ceia), um veterano disse:

“O problema de Letras é que você entra no curso porque ama Literatura e sai daqui odiando”

E bem, eu sempre achei que fosse um certo exagero da parte dele, mas hoje eu entendi mais ou menos o que ele quis dizer. Saí correndo da faculdade para casa, porque tinha que fazer um trabalho sobre uma poesia do Shakespeare. E sabe, eu estava bem animada, até fui procurar livros na biblioteca e tudo o mais, porque afinal de contas, eu amoooo Shakespeare.

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Rosencrantz & Guildenstern estão mortos

Você gosta de Shakespeare? Gostou de Hamlet? Já teve contato com alguma coisa do teatro do absurdo? Gostou de Waiting for Godot do Beckett? Sempre gostou de humor inteligente? Se você respondeu sim para qualquer uma dessas perguntas, saiba que é quase certeza que você irá adorar a peça de Tom Stoppard (o mesmo sujeito que escreveu o roteiro Brazil com o Terry Gilliam), Rosencrantz & Guildenstern estão mortos.

(E antes que você torça o nariz, saiba que “ler” é uma opção, já que existe uma ótima adaptação da peça feita para o cinema com Gary “Dracula” Oldman e Tim “Mr. Orange” Roth. )

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Demian (Hermann Hesse)

“As coisas passaram-se assim: quando comecei a sentir o desejo de mudar não sabia ainda seguramente onde iria parar. Sabia apenas que queria sentar-me um pouco mais atrás. Minha vontade era reunir-me contigo, mas ela ainda não havia se feito consciente. Ao mesmo tempo, tua vontade puxou por mim, atraindo a minha. Só quando acabei por sentar-me diante de ti foi que notei que o meu desejo se havia cumprindo em parte e percebi que os meus movimentos haviam obedecido ao propósito de sentar-me ao teu lado”

Trecho do livro Demian, do Hermann Hesse. É engraçado que eu estava tão incomodada por não ter lido nada de apaixonante recentemente, eis que dou de cara com esse livro.

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O Menino Maluquinho

Então. Colégios têm sempre tradições, e uma das tradições do Lourdão era ler “O Menino Maluquinho”, do Ziraldo. Acho que não teve gente que escapou de ler, mesmo porque ganhamos até versões de bolso do livro no Dia das Crianças.

Mas é um livro bacana bagarai. Simples e inocente, é claro, mas muito legal. Tem algumas sacadas, jogos de palavras, etc. que não aparecem em livro “de gente grande” digamos assim. No final das contas, o livro é todo poesia. Continue lendo “O Menino Maluquinho”

Hóspede secreto

Giu mandou um texto muito bacana, leiam com carinho!

HOSPEDE SECRETO

VEJO UM grupo de homens comentando
Sobre um carro:
azul profundo, potência de 150 cavalos,
veloz – de 0 a 100 km/h em 15 segundos.
Um homem comenta dos pneus e outro pergunta:
– Quando quilômetros rodados?
E as minhas pernas que tantos quilômetros fizeram.
Logo a frente outro grupo:
mulheres que rodeiam uma revista, apontando aquela atriz,
conversando sobre dieta – em busca da forma perfeita.

Entretanto, não vejo um homem sequer,
seja ele: gordo magro calvo lendo serena e silenciosamente algum livro.

E me pergunto, ao andar pelas ruas:
– O que estou fazendo, meu Deus?
E não é que um livrinho aberto, não sei, talvez um menino preso no peito, responde:
– “Você pode mudar o mundo”.

Top5 Quem sou eu? (versão literatura)

Nunca faço mais de um top 5 por mês, mas esse é para completar o outro.Só que nesse caso a coisa é um pouco diferente, só vou dar o nome da personagem e do livro. Sabe como é, sou uma fanática pelo incentivo à leitura*.

TOP 5: QUEM SOU EU?
(Versão Literatura)

5. Sabina (A Insustentável Leveza do Ser)

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“Sou infeliz porque escuto música pop…?”

Sabe, Nick Hornby estava certo quando em Alta Fidelidade perguntava “Sou infeliz porque escuto música pop, ou escuto música pop porque sou infeliz?”. Estava sondando minha lista de músicas e me dei conta que a maioria fala sobre finais de relacionamentos, crises e o diabo a quatro.

É realmente toda uma cultura incrédula.

Enfim, que Deus abençoe Robert Smith, porque hoje eu posso ouvir Love Song sem me sentir miserable.

…Whenever I’m alone with you
You make me feel like I am home again
Whenever I’m alone with you
You make me feel like I am whole again