And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door

simp1Como todo nerd que se preze, eu gosto de citações (ou, digamos assim “homenagens” – para não cairmos naquele negócio de citações fora do contexto e afins). E disso o mundo da cultura pop está carregado. O jogo Final Fantasy VIII, por exemplo, tem lá um certo Piet tal como o Capitão Piet da trilogia Clássica do Star Wars (hehe, peguei pesado na nerdice, né?). Enfim, a questão é que se por um lado é muito legal “reconhecer” essas citações, por outro é ainda mais bacana conhecer algo através de citações.

Um exemplo? Bom, meu primeiro contato com “O Corvo” do Edgar Allan Poe (o fulano que tenho respirado atualmente), foi em um episódio dos Simpsons, no qual Lisa lia a poesia na casa da árvore e a persona da poesia era o Homer (e Lenore era Marge). Não vou dizer que nunca teria contato com essa poesia não fosse o episódio, mas que serviu de ponte ou, por assim dizer, atalho, isso serviu.

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To go or not go

shakespeareAbril é o mês de nascimento e morte de Shakespeare, e como comemoração aqui em Curitiba acontecerá o evento que estão chamando de “Abril de Shakespeare” (ou, como a professora Liana diz, Shakespeare’s Week). De 24 a 28 de abril aqui em Curitiba teremos palestras, debates, leituras dramáticas e o escambau – tudo que tenha a ver com o bardo inglês.

Como eu não acho que a coisa vale só para quem estuda Shakespeare, mas para todos que gostam de acumular um tico a mais de cultura, vou divulgar aqui a programação (na verdade, também quero fazer fusquinha hihihihi). Só uma coisa: se alguém quiser ir nas palestras da Unicenp, falem comigo que é provável que eu consiga um canto no busão do povo da UFPR. Vamos à programação então:

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Teste de conhecimentos literários

O autor brasileiro que escreveu o trecho a seguir chama-se:

Essa mulher tinha uns olhos singulares e raros, exprimiam a um tempo um quê de perturbador, de tempestuoso, de voraz; e a um tempo eram mansos, cheios de volúpia terna, moribundos. Para defini-la pelos olhos alguém me disse: oblíqua e dissimulada. Creio porém que seria melhor dizer olhos de ondas, das pérfidas ondas, em uma palavra: olhos de ressaca

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Autismo

curiousEntão, o primeiro livro que tive que ler para a disciplina de Ficção em Língua Inglesa foi um livro infanto-juvenil muito premiado chamado “The Curious Incident of the Dog in the Night-time”, do Mark Haddon. Aqui no Brasil ganha o título de “O Estranho Caso do Cachorro Morto” e costuma ser confundido com livro policial (tanto que no submarino vendem junto com o Código da Vinci hehehe).

E pode até ser Literatura Infanto Juvenil, mas é um livro FODA. Foda como nenhum Harry Potter ou Crônicas de Nárnia consegue ser, I must say. Eu sei que estarei estragando a experiência literária de quem for ler esse livro ao contar sobre o que é, mas enfim: trata-se inicialmente da tentativa de um garoto autista de descobrir quem matou o cachorro da vizinha, e então a trama se complica.

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Já dizia Mark Twain…

poe“Vamos agradecer aos idiotas, se não fossem por eles não teríamos tanto sucesso” Como devem saber, estou fazendo uma pesquisa ferrada sobre Allan Poe por causa de minha monografia (se não sabiam, agora sabem). Claro, a coisa não é exatamente um deleite total, mas estou descobrindo coisas aqui e acolá que vão além de um estudo literário.

A descoberta mais recente é um obituário escrito sobre Poe por um tal de Reverendo Rufus Griswold, que começava da seguinte maneira:

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Citações

shakespeareJá dizia Machado de Assis “Há mais coisa entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia“! Hããããn? Machado?? Sim, sim. Eu sei que essa frase na verdade é proferida pela personagem Hamlet no final do primeiro ato. Mas quando vejo aquele famoso texto do “Um dia você aprende…” creditado à Shakespeare, fico com o mesmo ‘como assim???’ travado na garganta.

Claro, esse não é o único caso de citação creditada à pessoa errada. Tem uma história famosa de um e-mail que rolou por aí com um texto do Jabor comparando uma mulher batalhadora e a Adriane Galisteu, para ver qual era a mais bonita. Jabor apareceu na TV dizendo que ficava lisonjeado por considerarem o texto como dele, mas que não foi ele que o escreveu.

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I’m a genuine nerd…*

Hoje ganhei da Luci o livro “O chão que ela pisa” do Salman Rushdie. Comecei a ler no ônibus enquanto voltava da faculdade, mesmo porque morro de curiosidade para saber por que a Jô gosta tanto desse autor. Aí leio umas páginas e dou de cara com isso:

“…estava tão diluído de narcóticos a ponto de ninguém entender as últimas palavras, proferidas durante o delírio comatoso final. Alguns dias depois, porém, a informação chegou à Internet, onde um tarado por ficção fantástica de apelido “[email protected]”, transmitindo do bairro Castro de San Francisco, explicou que Raúl Páramo estava falando orcish, a língua infernal inventada pelo escritor Tolkien para criados do Senhor do Escuro Sauron: Ash nazg durbatulûk, ash nazg gimbatul, ash nazg thrakatulûk agh burzum-ishi krimpatul. Depois disso, os boatos sobre práticas satânicas, talvez saurônicas, espalharam-se incontrolavemente pela Rede.”

Aí eu fiquei toda contentinha, porque sou nerd e feliz e achei engraçado aquele ‘elrond at rivendel’. Enfim, quando arrumar um tempo para ler o livro todo, volto aqui para dar opinião. :dente:

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*Fala de personagem do filme Anti herói Americano, que é muito bacana, diga-se de passagem.

Se correr o bicho pega…

“O eterno retorno é uma idéia misteriosa, e Nietzsche, com essa idéia, colocou muitos filósofos em dificuldade: pensar que um dia tudo vai se repetir tal como foi vivido e que essa repetição ainda vai se repetir indefinidademente! O que significa esse mito insensato?

O mito do eterno retorno nos diz, por negação, que a vida que vai desaparecer de uma vez por todoas, e que não mais voltará, é semelhante a uma sombra, que ela é sem peso, que está morta desde hoje, e que, por mais atroz, mais bela, mais esplêndida que seja, essa beleza, esse horror, esse esplendor não tem o menor sentido. Essa vida não deve ser considerada mais importante do que uma guerra entre dois reinos africanos do século XIV, qu enão alterou em nada a face do mundo, embora trezendo mil negros tenham encontrado nela a morte através de indescritíveis suplícios.

Será que essa guerra entre dois reinos africanos do século XIV se modifica pelo fato de se repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno?

Sim, certamente: ela se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua tolice será sua remissão.”

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A vida imita a arte

poeEsse é mais um daqueles chavões manjados, junto com o “Tudo que é bom dura pouco“, (fonte para chavões e algumas risadas: Homem Chavão ). De qualquer forma, não é à toa que podemos considerar essa sentença um chavão, acontece com relativa freqüência. Temos o casal apaixonado que não pode consumar o amor por causa de briga de família ou ainda o pobre órfão que consegue vencer na vida.

Mas confesso que nada me surpreende mais quando a vida imita uma obra como a de Allan Poe. No sentido de ainda me assustar quando vemos que as personagens de seus livros não são só “parte de uma história de horror”. Enfim, que o horror está aí, no cotidiano. Em uma matéria de jornal.

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