Palavras, palavras, palavras…

livroNesse último semestre cursei uma disciplina de Tradução e, eu que odiava traduzir, acabei tomando gosto pela coisa. Nós traduzimos textos de autores irlandeses (algum dos quais eu nunca tinha ouvido falar, devo dizer), e nessa tarefa sempre levantamos os problemas da tradução (relativa às escolhas, falta de background para entender um termo utilizado, etc.). Sim, é algo bacana – tão bacana que estou pensando em tirar diploma em tradução também (o que envolveria mais uma monografia além das outras duas que estou fazendo hehe).

Deixando o blablabla de lado, hoje cedo estava dando uma olhada básica no “A Megera Domada” do Shakespeare, com tradução do Millôr Fernandes. A obra já começa com um breve texto sobre ser tradutor que achei bem bacana, mas o mais legal ainda é ver, através das notas do tradutor, a preocupação do Millôr com o texto, como por exemplo em um momento que ele diz:

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Quem tem medo de Virginia Woolf?

argumentEntre tantas tarefas que tinha para concluir o semestre na faculdade, uma delas era um seminário sobre Virginia Woolf. Sim, sim. É aquela moça que se afogou no rio naquele filme com a Nicole Kidman. O que era para ser só mais uma tarefa, acabou virando uma ótima experiência – pude ir além de Mrs. Dalloway e conhecer algumas jóias que essa mulher produziu.

A primeira, e a que mais chamou minha atenção, foi Flush: Uma Biografia. É considerado um dos trabalhos mais ‘leves’ de Virginia, e ela de fato escreveu para ‘passar o tempo’ depois de criar obras mais complexas. Mas saca só a idéia: é a biografia de Elizabeth Barret Browning sob o olhar de Flush, seu cocker spaniel de estimação.

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Kent

superman

“Se eu também conseguir modificar s sons da minha voz, alterando o meu modo de falar, a minha boa intenção me fará realizar plenamente o objetivo que me levou a transformar meu aspecto.”

– Kent.

Sabe qual Kent disse isso? Nããão, não foi o Clark Kent, mas o Duque Kent da peça Rei Lear de Shakespeare. Desde que reli Lear (hehehe) esse ano, fiquei com essa fala na cabeça. Não que eu ache que o Clark seja Kent por causa do duque, mas adoro essas coincidências.

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Do tempo da vovó

wildeBom, são quase 3 anos de Hellfire, acho impossível que eu não tenha comentado por aqui sobre minha paixão pelo Oscar Wilde – que hoje em dia é só uma admiração profunda, uma vez que a gente cresce, tromba com uns sujeitos mais interessantes e monogamia literária é um saco, afinal de contas.

Acabou que por conta disso resolvi escolher o Wilde como tema de seminário, e lá vou eu colher livros sobre o fulano e as obras do fulano para me preparar para a apresentação. Aí a Jo emprestou o livro que ela ganhou do Lê, chamado Sempre seu, Oscar: Uma biografia Epistolar e uou, esse negócio de cartas virou meu tipo favorito de biografia agora.

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Eu não sou gato de Ipanema…

inescritos… sou bicho do Paraná! Não sei porque, mas sinto certa nostalgia ao ouvir essa música. De qualquer forma, queria antes de mais nada deixar claro que esse não é um post bairrista, embora tenha começado desse jeito. Nem quero falar das belezas do meu estado (repararam que no mapa da previsão do tempo está quase que só o Paraná azulzinho?!), muito menos de memórias do passado.

A questão é o mercado editorial no Brasil, e de quanta coisa boa perdemos por causa desse círculo vicioso do “ler clássico ou ler aqueles livros altamente divulgados”. Chega livro do Umberto Eco todo mundo fica louco para ler. Lya Luft e aquela campanha gigantesca envolvendo até cartazes na rua, fica quase impossível fugir. Até um Dan Brown para poder falar mal depois, a gente acaba lendo.

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Literatura para o período da Copa

feverConfesso que ontem quando a Jo entregou uma daquelas tabelas promocionais da copa, com todos os jogos, horários, cidades sede e afins soprou um ventinho futebolístico e pumft: entrei em clima de Copa do Mundo. Em menos de meia hora já tinha programado um possível churrasco para às 13h do dia 18/06 (Brasil x Austrália) e já pensava em como era bom não ter aula às 18:30h na terça (dia do jogo de estréia do Brasil).

Acabei me animando tanto que na peregrinação pelas bibliotecas da cidade em busca de algo que servisse para minhas monografias, acabei encontrando o livro Febre de Bola do Nick Hornby (sim, o autor de Alta Fidelidade). E obviamente, acabei levando esse (junto com O Som e a Fúria e Teoria da Literatura do Eagleton). Por desencargo de consciência comecei lendo os dois últimos citados, mas no final das contas larguei mão e comecei o Febre de Bola.

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Senhoras e senhores: George Bernard Shaw

shawNão é que eu não conhecesse a figura, ouvi falar muito dele. Inclusive em uma optativa que fiz sobre Sátira alguém levou uma página cheia de detalhes biográficos e citações do sujeito. Poréééém, nunca tinha lido nadica de nada dele. E eu tenho noção de que não poderei ler todos os livros do mundo, mas fico feliz por deixar a lista um tanto menor, então aproveitei o intervalo entre “O Continente” e “O Retrato” para a aula de Ficção e História, para ler Pigmaleão, um dos trabalhos mais famosos do Shaw.

O que dizer? Aparentemente, ele tinha a língua muito mais ferina quando tratava-se de Shaw falando do que do Shaw escrevendo. Pigmaleão tem muitas sacadas brilhantes, mas não é o tipo de peça que vaza ácido para todos os lados como podemos falar das peças do Oscar Wilde, por exemplo. Mas isso não quer dizer que ele não apresenta uma bem elaborada crítica social, que fica bem clara no caso de Pigmaleão.

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Curitibanidades, palestras e fetiches

Então, ontem fui assistir uma palestra da Barbara Heliodora sobre Otelo. Nessa palestra, o Diogo Vilela ilustrou os comentários da Barbara com uma leitura dramática (muito boa!) da peça. Lógico que valeu a pena, deu até vontade de reler Otelo. O que estraga são os curitibanos com suas curitibanidades…

1. Duas senhoras extremamente bem vestidas e fedendo perfume passam a segunda parte da palestra inteira tagarelando. É aquele tipo de gente que queria ser vista na palestra, e não assisti-la.

2. Um monte de gente de outros cursos não relacionados (leia-se “Exatas”) perdidos lá na platéia, obviamente tagarelando durante toda a palestra. O interesse deles era Otelo? Não, era o ator da Globo. Queria entender porque curitibano fica louco quando ator da Globo dá as caras por aqui.

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Por onde andará…?

stephen fryAlguns anos atrás (acho que agora já bate quase em 10), Zeca Baleiro escreveu uma música que seguia mais ou menos assim:

Por onde andará Stephen Fry
Por onde andará … Stephen
Ninguém sabe do seu paradeiro
Ninguém sabe para onde ele foi
Prá onde ele vai
Stephen may be felling all alone
Stephen never do this again
Come back home
Se correr o bicho pega Stephen

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Novo projeto

Hoje sonhei que o Poe dava uma palestra apontando porque Charles Dickens é uma droga. Deixando de lado os fatos de que a) Sim, estou bitolada e b) É irrelevante se você discorda do Poe dos meus sonhos ou não; acabou que tive inspiração para um novo projeto, chamado…

O PIOR LIVRO DE TODOS OS TEMPOS!!!

Sim, sim!! Tudo aquilo que a crítica aponta como sendo uma característica desfavorável constará nesse livro. Sei que seria mais fácil colocar um tico de Sidney Sheldon aqui, Os Sete acolá, Dan Brown aos bocados com recheio de Marion Zimmer Bradley, mas quero algo ruim e… NOVO. Aguardem cenas do próximo capítulo 😉