Do tempo da vovó

wildeBom, são quase 3 anos de Hellfire, acho impossível que eu não tenha comentado por aqui sobre minha paixão pelo Oscar Wilde – que hoje em dia é só uma admiração profunda, uma vez que a gente cresce, tromba com uns sujeitos mais interessantes e monogamia literária é um saco, afinal de contas.

Acabou que por conta disso resolvi escolher o Wilde como tema de seminário, e lá vou eu colher livros sobre o fulano e as obras do fulano para me preparar para a apresentação. Aí a Jo emprestou o livro que ela ganhou do Lê, chamado Sempre seu, Oscar: Uma biografia Epistolar e uou, esse negócio de cartas virou meu tipo favorito de biografia agora.

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Eu não sou gato de Ipanema…

… sou bicho do Paraná! Não sei porque, mas sinto certa nostalgia ao ouvir essa música. De qualquer forma, queria antes de mais nada deixar claro que esse não é um post bairrista, embora tenha começado desse jeito. Nem quero falar das belezas do meu estado (repararam que no mapa da previsão do tempo está quase que só o Paraná azulzinho?!), muito menos de memórias do passado.

A questão é o mercado editorial no Brasil, e de quanta coisa boa perdemos por causa desse círculo vicioso do “ler clássico ou ler aqueles livros altamente divulgados”. Chega livro do Umberto Eco todo mundo fica louco para ler. Lya Luft e aquela campanha gigantesca envolvendo até cartazes na rua, fica quase impossível fugir. Até um Dan Brown para poder falar mal depois, a gente acaba lendo.

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Literatura para o período da Copa

Confesso que ontem quando a Jo entregou uma daquelas tabelas promocionais da copa, com todos os jogos, horários, cidades sede e afins soprou um ventinho futebolístico e pumft: entrei em clima de Copa do Mundo. Em menos de meia hora já tinha programado um possível churrasco para às 13h do dia 18/06 (Brasil x Austrália) e já pensava em como era bom não ter aula às 18:30h na terça (dia do jogo de estréia do Brasil).

Acabei me animando tanto que na peregrinação pelas bibliotecas da cidade em busca de algo que servisse para minhas monografias, acabei encontrando o livro Febre de Bola do Nick Hornby (sim, o autor de Alta Fidelidade). E obviamente, acabei levando esse (junto com O Som e a Fúria e Teoria da Literatura do Eagleton). Por desencargo de consciência comecei lendo os dois últimos citados, mas no final das contas larguei mão e comecei o Febre de Bola.

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Senhoras e senhores: George Bernard Shaw

Não é que eu não conhecesse a figura, ouvi falar muito dele. Inclusive em uma optativa que fiz sobre Sátira alguém levou uma página cheia de detalhes biográficos e citações do sujeito. Poréééém, nunca tinha lido nadica de nada dele. E eu tenho noção de que não poderei ler todos os livros do mundo, mas fico feliz por deixar a lista um tanto menor, então aproveitei o intervalo entre “O Continente” e “O Retrato” para a aula de Ficção e História, para ler Pigmaleão, um dos trabalhos mais famosos do Shaw.

O que dizer? Aparentemente, ele tinha a língua muito mais ferina quando tratava-se de Shaw falando do que do Shaw escrevendo. Pigmaleão tem muitas sacadas brilhantes, mas não é o tipo de peça que vaza ácido para todos os lados como podemos falar das peças do Oscar Wilde, por exemplo. Mas isso não quer dizer que ele não apresenta uma bem elaborada crítica social, que fica bem clara no caso de Pigmaleão.

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Curitibanidades, palestras e fetiches

Então, ontem fui assistir uma palestra da Barbara Heliodora sobre Otelo. Nessa palestra, o Diogo Vilela ilustrou os comentários da Barbara com uma leitura dramática (muito boa!) da peça. Lógico que valeu a pena, deu até vontade de reler Otelo. O que estraga são os curitibanos com suas curitibanidades…

1. Duas senhoras extremamente bem vestidas e fedendo perfume passam a segunda parte da palestra inteira tagarelando. É aquele tipo de gente que queria ser vista na palestra, e não assisti-la.

2. Um monte de gente de outros cursos não relacionados (leia-se “Exatas”) perdidos lá na platéia, obviamente tagarelando durante toda a palestra. O interesse deles era Otelo? Não, era o ator da Globo. Queria entender porque curitibano fica louco quando ator da Globo dá as caras por aqui.

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Por onde andará…?

Alguns anos atrás (acho que agora já bate quase em 10), Zeca Baleiro escreveu uma música que seguia mais ou menos assim:

Por onde andará Stephen Fry
Por onde andará … Stephen
Ninguém sabe do seu paradeiro
Ninguém sabe para onde ele foi
Prá onde ele vai
Stephen may be felling all alone
Stephen never do this again
Come back home
Se correr o bicho pega Stephen

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Novo projeto

Hoje sonhei que o Poe dava uma palestra apontando porque Charles Dickens é uma droga. Deixando de lado os fatos de que a) Sim, estou bitolada e b) É irrelevante se você discorda do Poe dos meus sonhos ou não; acabou que tive inspiração para um novo projeto, chamado…

O PIOR LIVRO DE TODOS OS TEMPOS!!!

Sim, sim!! Tudo aquilo que a crítica aponta como sendo uma característica desfavorável constará nesse livro. Sei que seria mais fácil colocar um tico de Sidney Sheldon aqui, Os Sete acolá, Dan Brown aos bocados com recheio de Marion Zimmer Bradley, mas quero algo ruim e… NOVO. Aguardem cenas do próximo capítulo 😉

And so faintly you came tapping, tapping at my chamber door

Como todo nerd que se preze, eu gosto de citações (ou, digamos assim “homenagens” – para não cairmos naquele negócio de citações fora do contexto e afins). E disso o mundo da cultura pop está carregado. O jogo Final Fantasy VIII, por exemplo, tem lá um certo Piet tal como o Capitão Piet da trilogia Clássica do Star Wars (hehe, peguei pesado na nerdice, né?). Enfim, a questão é que se por um lado é muito legal “reconhecer” essas citações, por outro é ainda mais bacana conhecer algo através de citações.

Um exemplo? Bom, meu primeiro contato com “O Corvo” do Edgar Allan Poe (o fulano que tenho respirado atualmente), foi em um episódio dos Simpsons, no qual Lisa lia a poesia na casa da árvore e a persona da poesia era o Homer (e Lenore era Marge). Não vou dizer que nunca teria contato com essa poesia não fosse o episódio, mas que serviu de ponte ou, por assim dizer, atalho, isso serviu.

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To go or not go

Abril é o mês de nascimento e morte de Shakespeare, e como comemoração aqui em Curitiba acontecerá o evento que estão chamando de “Abril de Shakespeare” (ou, como a professora Liana diz, Shakespeare’s Week). De 24 a 28 de abril aqui em Curitiba teremos palestras, debates, leituras dramáticas e o escambau – tudo que tenha a ver com o bardo inglês.

Como eu não acho que a coisa vale só para quem estuda Shakespeare, mas para todos que gostam de acumular um tico a mais de cultura, vou divulgar aqui a programação (na verdade, também quero fazer fusquinha hihihihi). Só uma coisa: se alguém quiser ir nas palestras da Unicenp, falem comigo que é provável que eu consiga um canto no busão do povo da UFPR. Vamos à programação então:

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Teste de conhecimentos literários

O autor brasileiro que escreveu o trecho a seguir chama-se:

Essa mulher tinha uns olhos singulares e raros, exprimiam a um tempo um quê de perturbador, de tempestuoso, de voraz; e a um tempo eram mansos, cheios de volúpia terna, moribundos. Para defini-la pelos olhos alguém me disse: oblíqua e dissimulada. Creio porém que seria melhor dizer olhos de ondas, das pérfidas ondas, em uma palavra: olhos de ressaca

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