Abril de Shakespeare

O evento do ano passado aparentemente foi um sucesso, uma vez que está se repetindo este ano (aos cuidados de Anna Camati e Célia Arns de Miranda). Só o retorno da Barbara já vale a pena e, aos curitibanos e aqueles que poderão estar presentes, não deixem de conferir. Ainda devo à ela um novo olhar sobre Otelo, hehe.

Outra palestra bem interessante que vale assistir é a da Liana Leão (que acontecerá na segunda feira, às 16:00h no Cultura Inglesa) e a do Flavio Stein (terça, às 10:00h no Dom Pedro I). Vale dizer que o Flavio foi responsável pelas músicas de Sonho de Uma Noite de Verão que o pessoal da FAP interpretou brilhantemente no ano passado.

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Tudo ao mesmo tempo agora

simpsons.JPGEu ando tão cansada que nem sei se tenho absorvido as coisas que tenho visto.  Tenho lido um monte, especialmente os livros para a prova do Mestrado. Assistindo poucos filmes, estou em dia com House e com sono atrasado. Escrevi dois artigos, um para a Valinor ( batizei de “Os conceitos de leitor-modelo e alegoria aplicados à Tolkien“, esse lance de título nunca foi meu forte) e outro eu ainda não sei onde publicar (é sobre Mais Estranho do que a Ficção). Tive idéia para um conto, baseado em um negócio que o Umberto Eco comentou de nosso conhecimento de mundo ser baseado em 90% do que acreditamos no que os outros nos falam (A Alemanha perdeu a Segunda Guerra, por exemplo) e 10% em nossas próprias experiências (Fogo queima). Imagina só, como podemos manipular e ser manipulados. Acho que era mais ou menos isso que Orwell queria mostrar com aqueles sujeitos que “apagavam” pessoas da História, em 1984. Preciso ler 1984 de novo, aliás. 33 royals na Saraiva, até que está bem barato. Enfim, preciso também de um par de tênis e de um feriado prolongado.

Oswááááld

A Bravo deste mês está muito batutinha, com reportagens bacanas sobre Clarice Lispector, Goya e um tal de Zlatko Kopljar que faz umas fotografias questionadoras, etc. Mas o que chamou minha atenção mesmo foi o espaço de uma página que reservaram ao Dicionário de Bolso do Oswald de Andrade (a saber: Oswááááld. Ele não gostava que pronunciassem Ôswald).

Achei tão, mas tão legal que virou meu novo objeto de desejo, e assim que terminar de pagar as prestações dos ‘n’ livros de Teoria Literária que comprei… ahn… colocarei na lista dos outros ‘n’ livros que quero comprar. Enfim, a idéia é bem jóia, veja só: um monte de “definições” para líderes políticos, filósofos, astros e afins.

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O Ferreiro da Catarata

Por coincidência duas momentos da minha vida envolvendo a Literatura estão oficialmente começando esta semana: o desenvolvimento das palestras sobre contos para a Fundação Cultural de Curitiba e a pós.

Aí, quando peguei a coleção de contos que serão trabalhados para dar uma olhada, vi um tal de O Ferreiro da Catarata, de um Húngaro chamado Mikszáth Kálmán – e sabe, é tão engraçado, mas o conto ilustra bem o caminho que estou tomando agora.

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Dilema musical

A pessoa que tenha lido meu perfil aqui no blog deve lembrar de um dos meus desejos mais profundos (ó, ó!), que consiste, basicamente, em “assistir Chico Buarque ao vivo antes que ele bata as botas“. Eis que estou lá, no busão, toda serelepe e feliz (mentira, no ônibus estou sempre ranzinza, mas enfim)… eis que vejo na rua um anúncio de show do Chico Buarque :susto:

Siiiiiiiim, eu finalmente terei a oportunidade. La la la la, alegria, alegria. Mas eis que vem a hora da brecinha. Chico, que nem é estranja, vai cobrar 280 realitos por cabeça para fazer a banda passar (cantando coisas de amor, la la la). Repito: 280 reais, 140 reais a meia entrada. Aí entra naquela coisa: pagar CARO para correr o risco do cara só tocar música do cd novo (que eu nem ouvi direito) e não tocar nenhuma das minhas favoritas? Ah, não. Dá licença, vou ali na livraria torrar 140 reais no super combo Zadig, Pigmaleão,Orgulho e Preconceito, Flush Memórias de um Cão, Uma Longa Queda e Esperando Godot, sim? Obrigada.

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Cinema e Literatura

Acredito que para muitos o filme Mais Estranho que Ficção acabe beirando ali entre o bom e o razoável, enquanto eu achei simplesmente perfeito. E sim, tenho consciência que parte do meu encanto pelo filme veio pelas referências à Literatura que aparecem quase todo momento, mas não acho que seja isso.

A história gira em torno de Harold Crick, um auditor da Receita Federal que em uma manhã percebe que sua vida está sendo narrada por uma mulher. Todos os atos e pensamentos são detalhados “de forma precisa… e com vocabulário melhor“, como Harold descreverá depois. A questão é que no meio de uma das narrativas ele escuta que morrerá em breve.

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Um cara batuta

Nesse mundo de pseudo-celebridades pipocando em todo canto por qualquer coisa, falta um pouco do contato de gente como Franz Xaver Kappus (um cara que sonhava ser poeta) e Rainer Maria Rilke (um grande poeta). Percebi isso lendo ontem o ótimo Cartas a um jovem poeta, uma seleção de cartas de Rilke para Kappus, falando basicamente sobre o ato de criar e, mais adiante, o próprio viver.

Rilke parecia ser um cara batuta. Mas batuta mesmo. Extremamente educado e cordial, sem perder o tom afetuoso. Preocupado em responder o moleque que lhe enviara alguns poemas para que os avaliasse.

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Mentirinhas sociais

Não que seja alguma novidade que as pessoas mentem para fazer um social, isso deve acontecer desde que o homem começou a se comunicar. Mas saiu recentemente uma pesquisa bem interessante, comentando que cerca de 40% dos britânicos mentem que leram determinados livros, só para fazer parte de uma conversa.

O mais bacana é a lista dos 10 livros… parafraseando Veríssimo*… mais citados e menos lidos. A escolha dos títulos é até bastante democrática, digamos assim. Segue aí o top10 da mentirinha:

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Déjà vu

Sim, eu seeeeei que falei de Sandman ontem, mas acabei de fazer uma descoberta sobre um referência perdida em Noites Sem Fim, e eu fico toda animada com esse negócio de referências, especialmente quando me leva a conhecer coisas novas e tal. Então eu compartilho aqui com vocês.

Vamos lá. Sempre achei o título da história da Desejo meio estranho. “O que eu experimentei de desejo“… tinha algo ali que não encaixava bem. Então, terminando a leitura do livro Hiperespaço, dou de cara com os seguintes versos:

“Alguns dizem que o mundo vai acabar com fogo
Alguns dizem em gelo.
Pelo que experimentei de desejo
Fico com aqueles que preferem o fogo”

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You aren’t really there at all

Durante o Natal lá na Bettegolândia eu li – só para variar – um monte de Superinteressante antiga. Em uma delas (acredito que até uma bem recente), havia uma matéria sobre a teoria das cordas, dez dimensões e o escambau. O fato é: mesmo eu sendo completamente avessa a esse tipo de coisa, acabei gostando do assunto. Aí, chegando em Curitiba o Fábio me indicou um livro chamado Hiperespaço, de Michio Kaku.

Vamos aos fatos: eu não mudei, ainda sou uma mula no que diz respeito às ciências, sem contar a minha terrível dificuldade de lidar com o abstrato. Mas ei, é sério, o livro é MUITO legal. O Kaku consegue tornar a coisa interessante, inclusive criando imagens que facilitam a compreensão do que ele está explicando.

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