Uma Longa Queda

E eis que finalmente posso conferir o (já não tão) novo Hornby, Uma Longa Queda. Aliás, o período do ano não poderia ser mais apropriado: a história começa com o encontro de quatro estranhos no topo de um edifício de Londres, famoso por ser o local preferido dos suicidas, na véspera do Ano Novo. Martin, Maureen, JJ e Jess, que não têm nada em comum a não ser o fato de que, naquele dia tinham resolvido cometer o suicídio, mal percebem quando pouco a pouco cada um vai tomando um espaço em suas vidas.

O divertido da história é que ela é contada sob o ponto de vista dos quatro, em primeira pessoa. Assim, as características de cada um ficam claras no discurso, como por exemplo a Jess, que fala sem parar e utiliza um palavrão a cada quatro palavras, ou Maureen, que é toda recatada (na verdade um oposto perfeito da Jess). E como a história é contada por cada um deles, de certa forma você vai conhecendo as personagens junto com os demais.

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O Dicionário do Diabo

Hoje estava fazendo uma pesquisa para meu novo projeto (do qual falarei em outra oportunidade), até porque odeio frase feita mas concordo com o sujeito que disse que nenhum vento sopra à favor de quem não sabe para onde quer ir. Enfim, no meio da pesquisa bati com o nome de Ambrose Bierce, um escritor norte-americano ali da virada do século XIX para o XX.

O engraçado é que lendo o nome ele soa familiar, mas confesso que nunca tive qualquer obra dele em mãos para ler, o que pelo visto não deixa de ser uma pena. Pelo menos se levar em consideração “O Dicionário do Diabo“, publicado dois anos antes do sumiço do autor (sim, ele simplesmente fez póft, sumiu, escafedeu-se. Ninguém sabe, ninguém viu).

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Stardust

stardust.jpg(Porque às vezes é legal só assistir.)

Apesar de ser uma criatura extremamente ranzinza, acho que estou de certo modo amolecendo. Se por um lado bati o pé para o Stardust dublado (aqui em Curitiba quando fui conferir a lista dos filmes em cartaz, só tinha essa opção), por outro quando finalmente assisti ao filme, não reclamei (como sempre faço no caso de adaptação de algo que eu gosto).

Sabe, é aquela coisa: a história é bonitinha. Os personagens são fofinhos. Tudo bem inho, inho e no final das contas, é divertidinho. Para resumir é aquilo: aparentemente, eles não se levam à sério demais, como Keanu e cia. em um Constantine, por exemplo. Isso confere ao filme um pouco daquela inocência do pipocão, que serve só para divertir mesmo, não importando mais a questão da fidelidade à obra.

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Perca um livro

Éééé, isso mesmo, perca um livro. Aliás, perca um BOM livro. A idéia não é exatamente novidade (começou lá por 2001 com o BookCrossing) mas resolvi embarcar nessa depois que vi um post divulgando o site lá no Meia Palavra1. Funcionando como um tipo de incentivo à leitura, para participar do Perca um Livro basta seguir estes passos:

1. Leia um bom livro;
2. Cadastre o livro e escreva seus comentários para pegar seu código único e a etiqueta correspondente ao livro;
3.”Perca” o livro em um lugar público.

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  1. não se cadastrou ainda? Corre lá fazer seu registro para participar! 

Divulgando: Contos Irlandeses do Início do Século XX

Uns tempos atrás para uma disciplina de tradução, resenhei um texto muito interessante de Maria Tymoczko falando sobre a tradução na Irlanda e especialmente sobre a importância que determinadas traduções tiveram com relação ao resgate da cultura irlandesa. Trocando em miúdos: palavras têm uma participação enorme dentro das forças criadoras de uma determinada cultura.

Agora, indo um pouco mais além, lembro do Schwartz comentando sobre a importância da tradução que a Elizabeth Bishop fez de poesias de poetas como Carlos Drummond de Andrade para o inglês. “Importância?”, você pergunta. Sim, importância. Porque, como podemos acusar estrangeiros de ignorância, se eles não têm acesso à traduções de nossos melhores poetas? Ou vocês acham que o fato de conhecermos O Corvo não tem absolutamente NADA a ver com Fernando Pessoa, Machado de Assis e outros que se aventuraram nesse caminho? Como podem ver, é uma via de duas mãos.

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Ídolos (há, há)

Sabe, eu até estava para jogar a culpa na falta de tempo, mas hoje que tenho uma tarde inteira livre percebo que estou sem muita vontade de escrever também. A banca-american-idol de ontem me derrubou, saí de lá pensando “Wtf, vai ver não sirvo para isso”. Mas amanhã é um outro dia e eu juro que jamais passarei fome em toda a minha vida. E bem, eu fui citada.

Mas mudando de saco para mala, hoje estava fuçando aqui e acolá e parei no tal do Bloglog da Globo.com. Alguém já viu isso? Fantástico. Lá você pode acessar blogs de pessoas batutas como Carolina Dieckmann, Thais Lopes (heim?), Solange Frazão e Alinne Moraes. Tudo gente como a gente saca? É legal ver que o blog deles também têm problemas de configuração e uou, eles também têm minhocas na cabeça. Tá loco. Pior que tem gente que lê assiduamente.

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Meia Palavra

Na semana passada divulguei aqui a criação de um fórum de RPG, o Matar! Pilhar! Destruir! Pois hoje estou aqui, toda orgulhosa e serelepe, para divulgar a inauguração do Meia Palavra, para todos aqueles devoradores de livros que adoram falar sobre o assunto. Mas vejam bem, a idéia não é fazer desse um clubinho de leitores, longe disso. A idéia é divulgar a Literatura aqui no Brasil, falar de gente nova que manda muito bem mas que ainda não ganhou o destaque merecido, compartilhar o que nós escrevemos para os outros, falar de eventos relacionados que ocorrerão no país inteiro, enfim, tirar a Literatura de estante e colocá-la no sol.

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Faço trabalhos de literatura de graça! (2)

Neste link você poderá acompanhar um tutorial sobre como receber seus trabalhos de literatura.

E para você que não quer trabalhos de literatura de graça mas curte literatura (e domina a língua inglesa, e gosta de fóruns e… e já ficou afunilado demais isso, heim?), não deixem de visitar esse fórum aqui: The Literature Network Forums. Com tanto coisa bacana que você pode passar hooooooooras lendo.

Em tempo: não sacou a piada? Clica aqui.

Deus, um delírio

Quem costuma ler o Hellfire há algum tempo sabe meu posicionamento sobre religião. Sou uma fanática pela defesa da liberdade de credo, independente de eu mesma não ter um. Então, quando comecei a ler “Deus, um delírio” do Richard Dawkins, achei que odiaria o livro do começo ao fim (especialmente por causa dos comentários que tinha lido sobre a obra), mas surpresa, é um livro muito bom.

Quando um livro desses cai em minhas mãos, começo a achar que estamos vivendo uma nova “idade das trevas” (há quem diga que essa seria a primeira). Alguns conflitos soam ainda mais sem sentido e, o que é pior, tantos avanços são adiados por causa do que acreditam alguns (ainda fossem todos…).

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Arnaldo Jabor partiu meu coração

Em uma manhã de segunda-feira, durante uma aula de Técnicas de Reportagem e Entrevista. Lembro como se fosse ontem: passei na biblioteca da PUC e por acaso peguei “Eu sei que vou te amar”, aquela edição com a Fernanda Torres e o Thales Pan Chacon na capa. Eu estava em uma fase preciso-ler-muito-para-esquecer (e aí você pergunta “Esquecer o quê?” e eu digo “Dos amores não resolvidos, ué”).

E aí ele partiu meu coração, porque ao invés de esquecer, eu lembrei. E foi de alguma forma tão marcante, que não só eu lembro até hoje do exato momento em que ele partiu meu coração, como ainda lembro do que senti na hora (e de quantas vezes fiquei relendo trechos dos livros para quem quer que eu encontrasse na frente).

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