Diários do Vampiro: O Confronto

Ok, sei que tem nem um mês que eu comentei que não estava empolgada para ler a continuação de Diários do Vampiro: O Despertar, mas a verdade é que eu estou meio sem paperbacks, e não queria ficar carregando livros pesados para o trabalho (que já requer que eu leve um punhado de livros comigo). Eu sei, é uma razão no mínimo estranha para escolher qual livro ler, mas ei, Dawkins continua sendo minha leitura nortuna para dar uma balanceada nessas estapafurdices, há.

Enfim, eis que o segundo é um tanto melhor que o primeiro. E agora está completamente diferente da série de TV, tomando um rumo bem diferente. Na adaptação Damon comeaa aos poucos a mostrar que por trás daquelas presas tem um cara legal (hehehe, não pude evitar) e Elena já está até levando na boa a ideia de que ficar com Stefan inclui o irmão mais velho no pacote, mesmo que não concorde com o modo de agir do vampiro.

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O Rei do Inverno (Bernard Cornwell)

Está aí um livro que estou retirando da lista de atraso. O Rei do Inverno foi originalmente publicado em 1995, mas só ganhou tradução aqui no Brasil em 2001. Eu o ignorei solenemente desde os primeiros comentários, tinha cá minha birrinha pessoal contra bestsellers. Mas já vão aí quase 10 anos da publicação e as pessoas continuavam falando do livro, de como era legal, de como passava uma visão diferente das lendas sobre o Rei Artur e então ok, chegou o momento de deixar o preconceito de lado e peguei emprestado com meu tio para conferir.

O Rei do Inverno é o primeiro de três livros que compõem As Crônicas de Artur. Como já fica claro pelo nome, a história gira em torno de Artur, tentando deixar ao máximo de lado o elemento fantástico que vemos nas lendas mais conhecidas (como Excalibur sendo entregue para Artur pela Dama do Lago), focando no aspecto real do que eram aqueles tempos e partindo do teoria de que não houve um rei Artur, mas um equivalente a um general extremamente amado e respeitado chamado Artur. Esqueça daquela história de tirar uma espada de uma pedra e o que mais outras lendas possam ter apresentado porque o que você tem em mãos é mais um romance histórico do que fantasia.

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Macunaíma (Mário de Andrade)

Quando li Macunaíma pela primeira vez, acho que estava nas mesmas condições de temperatura e pressão (hehe) que muita gente que leu Macunaíma pela primeira (e única) vez. Estudante perto do vestibular, com literatura brasileira enfiada goela abaixo e portanto um leve preconceito sobre algo que não me permitiam conhecer sozinha, no meu tempo. Conclusão? Achei um saco. Só parei de torcer o nariz para o nome de Mário de Andrade depois de conhecer a brilhante coletânea de crônicas chamada Os Filhos da Candinha (fica a sugestão aí).

E então que eu resolvi dar uma segunda chance e pedi de presente de aniversário. Ganhei da Day, que deu para mim outros ótimos livros, incluindo uma versão em inglês de Ensaio sobre a cegueira que ainda tenho que ler. Enfim, que surpresa ahn. Adorei Macunaíma. Devorei o livro nas horas que tinha livre e depois ainda fiquei pensando nele, saboreando alguns momentos e pensando em como deveria ter sido legal conversar com o Mário de Andrade, há.

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O Sétimo Unicórnio (Kelly Jones)

Virou tipo uma mania literária, acho. Sei que quando bati os olhos na sinopse de O Sétimo Unicórnio não resisti e comprei o livro. A história se passa em Paris e gira em torno de um conjunto de tapeçaria chamado La Dame à la licorne, que tive a oportunidade de ver no Museu de Cluny, o Museu Nacional de Idade Média. Mas no geral eu meio que já sabia o que esperar, qualquer coisa meio O Código Da Vinci, mas sem tanta teoria de conspiração como pano de fundo.

E O Sétimo Unicórnio segue bem essa linha, incluindo aí o elemento do romance (que não lembro se era tão evidente no livro de Dan Brown). Alex é curadora do Museu de Cluny, e em visita a um convento de Lyon, encontra um desenho que parece ser o rascunho que deu origem às tapeçarias da Dama e o unicórnio. Também acha um poema que parece indicar que na realidade não são seis, mas sete obras que fazem parte do conjunto. E aí uma parte da história é a busca dela pelo que seria esse sétimo unicórnio.

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Diários do Vampiro: O Despertar

Então que eu resolvi comprar uma daquelas edições que tem dois livros em um para saber qual é dos livros Diários do Vampiro, que deram origem é série que passa na Warner aqui no Brasil. Sobre a adaptação, vocês sabem que não me agradou muito, embora eu esteja acompanhando. Aquela coisa: “vilão” sem uma motivação forte, personagens meio sem sal e ainda matam as legais. Mas como insistiram bastante que os livros eram diferentes (e melhores) resolvi dar uma chance.

Ontem à noite terminei o primeiro livro, O Despertar. E a verdade é que realmente é beeeem diferente da série, embora eu não saiba se é exatamente melhor. Tanto que não estou muito animada para continuar o segundo livro, vou dar um tempo para as leituras que ficaram pendentes no final do ano (há!).

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O Seminarista (Rubem Fonseca)

Lançado no mês passado, O Seminarista de Rubem Fonseca vem marcado com importantes estreias. No campo do mercado editorial, é a primeira obra inédita de Fonseca publicada pela editora Agir (depois de 20 anos no catálogo da Companhia das Letras). E considerando a tecnologia, foi o primeiro livro lançado também em formato eletrônico, para ser lido no Kindle. E embora a novidade inicialmente não tenha dado muito certo (o e-book estava custando mais caro que a versão impressa desse), isso não tem nada a ver com a qualidade do livro, não é mesmo?

Somando isso a uma campanha de marketing muito bacana que inclui até um video com ninguém mais ninguém menos do que o próprio Fonseca narrando o começo do livro, fica difícil segurar a curiosidade e esperar para conferir o que o autor de obras como Lúcia McCartney (1967), O caso Morel (1973) e Agosto (1990) trouxe de novo para os leitores.

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Desejo e Reparação

Eu tenho cá minhas birrinhas pessoais sobre alguns filmes. Veja o caso de Desejo e Reparação, que chegou nos cinemas do Brasil no começo do ano passado e que só fui conferir agora. Inspirada em uma obra de Ian McEwan (um dos queridinhos da crítica atualmente, devo dizer), eu resolvi deixá-lo completamente de lado por causa da “sacada” da distribuidora do filme de lançar o filme com um título bem “Austeaniano”, tentando estabelecer uma relação com a atriz principal, Keira Knightley, que tinha conquistado corações como Elizabeth Bennet um ano antes.

Bobagem, eu sei. Mas a curiosidade era grande, então ainda em 2008 resolvi ler Reparação (Atonement em inglês), até por causa dos diversos elogios à obra. E o livro realmente me agradou, lembro que fiquei encantada com o trabalho do McEwan com as personagens (aquela coisa de serem reais, não caricatas) e mais ainda com a conclusão e todo o significado sobre a arte de escrever que ela trazia. Mas não foi uma leitura que, digamos assim, mudou minha vida.

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Top5 livros em 2009

Continuando com a tradição e aproveitando a onda de retrospectivas de final de ano, resolvi elaborar o top5 de livros lidos esse ano. Lembrando que assim como aconteceu em 2008, não são especificamente lançamentos de 2009.  A surpresa para esse ano ficou por conta dos autores nacionais. Li pouquíssimos, mas mesmo assim eles são maioria na lista. E é isso.  Se quiserem comentar sobre os melhores livros que vocês leram esse ano, o espaço dos comentários está sempre aberto. No mais, espero que alguns dos títulos sirvam de sugestões para quem está querendo ler algo mas não tem ideia do que.

TOP 5 LIVROS EM 2009!

5. Frenesi Polissilábico (Nick Hornby)

Eu estava quase deixando o Seth Grahame-Smith entrar com How to survive a horror movie, mas depois lembrei de quanto me diverti me identificando com a relação de Hornby com suas leituras. É para ser divertido e consegue sê-lo do começo ao fim. Lembro até agora de algumas passagens como quando está indignado com os rumos que uma história tomou e aí comenta: “…I just sort of lost my grip on the book. Also, someone gets shot dead at the end, and I wasn’t altogether sure why. That’s a sure sign that you haven’t been paying the right kind of attention. It should always be clear why someone gets shot. If I ever shoot you, I promise you there will be a really good explanation, one you will grasp immediately, should you live.” O senso de humor do Hornby afiadíssimo como sempre, falando de algo que eu adoro. Tinha que vir para o top5.

4. O Filho Eterno (Cristovão Tezza)

Eu já ouvi comentários de que ele se inspirou bastante (digamos assim) no livro Uma Questão Pessoal, de Kenzaburo Oe. Como só li O Filho Eterno, prefiro não entrar nesse campo. A verdade é que embora breve, a obra de Tezza é forte, daquelas que realmente mexem com o leitor fazendo não só com que pense sobre o que está ali escrito, mas também sinta. Como já comentei antes, é a melhor prova de que um livro não precisa ter dezenas de inovações estilísticas para ser um bom livro. Uma história que ganhe o leitor como acontece em O Filho Eterno já basta.

3. Areia nos Dentes (Antônio Xerxenesky)

Eu preciso confessar que o que chamou minha atenção inicialmente era o enredo, envolvendo zumbis. Um faroeste com zumbis, pense só. E a medida que você vai conhecendo Mavrak (cidade que é quase uma personagem dentro do romance) logo percebe que não se trata de uma obra sobre zumbis, mas com zumbis. O conflito do narrador com suas lembranças, uma tentativa de conhecer-se através do passado, reconstruir-se. Para não falar de recursos que Xerxenesky utiliza, rendendo momentos ótimos que vão além da contação de história.

2. Catatau (Paulo Leminski)

Leminski não se dedicou tanto à prosa quanto à poesia, o que não deixa de ser uma pena se considerar os trabalhos com os contos (como pode ser visto na coletânea Gozo Fabuloso) e com Catatau, o romance ideia. Quase que uma releitura tupiniquim (e caótica, muito caótica) de Esperando Godot de Beckett, aqui temos um Descartes alucinado no Brasil, esperando por Artiscewsky. O leitor é tragado pelo fluxo de consciência do narrador (Descartes), deixando a lógica completamente de lado.  Há ritmo, quase como se fosse para ler em voz alta, um romancepoema inesquecível.

1. World War Z (Max Brooks)

Mais zumbis? Sim, mais. Mas mesmo que você não seja lá muito fã de histórias com mortos-vivos, vale a pena a leitura pelo que Max Brooks faz com o que já é um tema tão batido. A ideia da contrução da história a partir de depoimentos dos sobreviventes do que seria uma guerra mundial contra os zumbis é perfeita para uma metáfora sobre como é fácil simplesmente deixar a humanidade de lado. É uma obra marcante, uma pena que ainda não tenha tradução para o português, embora eu ache que com o filme que está para sair logo chega por aqui.

Pride and Prejudice and Zombies (Seth Grahame-Smith)

“É uma verdade universalmente reconhecida que um zumbi, possuidor de um cérebro, deve estar em busca de mais cérebros.” É dessa forma que Seth Grahame-Smith abre seu Pride and Prejudice and Zombies (ainda não publicado no Brasil). O pastiche de Jane Austen fez tamanho sucesso lá fora que já aparece na lista de mais vendidos do New York Times e traz rumores de adaptação Hollywoodiana com nomes como Natalie Portman no elenco, além de possível publicação em português para o ano que vem. A questão é: ele agradará a legião cada vez maior de fãs dos comedores de cérebro?

Pelo menos da parte dessa que escreve, não. Infelizmente Pride and Prejudice and Zombies é uma decepção. É fato que as expectativas eram altíssimas, não só considerando o fato de ser bem sucedido no exterior, mas também por ter gostado muito de outro título do mesmo autor (How to Survive a Horror Movie). O problema é que o livro não agrada muito quem o procura pelo humor.

Pouco há para se dizer sobre ele. É todo o Orgulho e Preconceito de Jane Austen recontado com a inclusão do elemento zumbi (o que fica bem óbvio só pelo título, certo?). A questão é que as (poucas) piadas não funcionam, e a repetição de certos elementos chegam a ser cansativos – como a competição entre a Elizabeth e o Darcy para saber quem é o mais fodão nas artes do extermínio de zumbis.

Sobre os fãs do romance da Austen, as reações podem ser bem contraditórias. Os mais puristas odiarão, com certeza. Mas Pride and Prejudice and Zombies pode agradar aqueles que conhecem o romance de cor, e reconhecerão passagens favoritas e o que Grahame-Smith fez delas incluindo os mortos-vivos. De minha parte acho que foi apenas chato, e talvez justamente por não ser tão apaixonada pela obra original.

Na verdade dessas “realidades alternativas” que andam pipocando por aí envolvendo Mr. Darcy e companhia, acredito que Mr. Darcy, Vampyre agrada muito mais, por não transcrever a história simplesmente, mas ir além – contando o que aconteceria depois do casamento entre Darcy e Elizabeth se o “herói” fosse na realidade um vampiro.

De qualquer forma, o negócio é torcer para que se realmente exista uma adaptação de Pride and Prejudice and Zombies como estão comentando, ela seja boa o suficiente para permitir versões cinematográficas de outros ótimos livros de zumbis, como por exemplo World War Z (que ainda está só na base dos rumores) e mesmo a série da Anita Blake.

(Post originalmente publicado no Blog do Meia Palavra dia 12/12/09. Sim, ando preguiçosa e relapsa com minhas atualizações aqui.)

Mr. Darcy, Vampyre (Amanda Grange)

Algumas personagens conquistam os leitores de tal maneira que parece que um romance só não basta. A pessoa quer saber o que aconteceu antes e o que veio depois, quer mais daquela figura que tanto a encantou. É o caso de Mr. Darcy, acredito eu. O “herói” de Orgulho e Preconceito (de Jane Austen) arranca suspiros do público feminino até os dias de hoje e mais do que isso, gerou um filão de obras que tentam descrever o que aconteceu depois (caso não acredite, dá uma consultada em “Mr. Darcy” na amazon.uk para conferir). “Obras” é meio que elogioso, no final das contas acho que não é muito diferente de qualquer fanfic (a não ser pelo fato de que vem impresso, há!).

É o caso de Mr. Darcy, Vampyre, de Amanda Grange (escritora dita como especialista em Jane Austen). Ok, vamos então primeiro ao contexto que é sempre importante para entender a opinião do leitor sobre o livro comentado. Eu tinha lido esse ano Pride and Prejudice and Zombies do Seth Grahame-Smith. Quando comprei sabia que tratava-se de uma paródia, e que portanto a ideia era rir (e se divertir, é óbvio). Mas não foi bem o que aconteceu, achei o livro bem chatinho e com poucos momentos que realmente tinham graça. Continue lendo “Mr. Darcy, Vampyre (Amanda Grange)”