Publicado pela primeira vez em 1998 (por coincidência, o ano que li Sandman pela primeira vez), conta lá com 30 textos de Gaiman, isso sem contar a Introdução que tem um conto no meio também. Aqui não tem a história de contos escolhidos para crianças, são os contos dele e é isso aí. E por causa do número grande de textos que eu indicaria para alguém que quer conhecê-lo além das HQs e dos romances (mas vale lembrar que alguns dos meus favoritos estão lá no M is for Magic também, incluindo Chivalry, The Price e October in the Chair).
Categoria: Literatura
Noite passada um disco salvou minha vida (Alexandre Petillo)
E é esse o ponto alto do livro, quando os apaixonados falam. Porque a memória de alguns deles sobre discos importantes em suas vidas podem até ter um título diferente do seu disco favorito, mas a história soa tão familiar que você se identifica na hora. Especialmente se fez parte daquela geração pré-internet que não tinha à mão qualquer discografia de qualquer banda de qualquer ano de qualquer lugar do mundo como é possível encontrar hoje em dia.
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Juliet, Nua e Crua (Nick Hornby)
Se o livro ficasse por aí, seria um daqueles para colocar ao lado de Alta Fidelidade, com toda certeza. Os elementos estão lá novamente: a paixão pela música, a dor e incerteza da separação, o fato de perceber que os anos passaram e você não é tudo aquilo que planejou ser quando jovem. Tudo temperado com o humor típico de Hornby, é claro. Com momentos como quando Duncan fica irritado pela nova namorada não perceber o quão desorientado ele ficou com o fim de um relacionamento de quinze anos, e aí ele se dá conta que “ele tinha dito para ela que era só um arranhão e ficou chateado quando ela não ofereceu morfina”. São pequenos detalhes que estão ali nas disgressões das personagens, aquele tipo de coisa que torna Annie, Duncan e cia. “pessoas de verdade”, gente que tem uma história parecida com a sua e com quem você sentaria para conversar por algum tempo.
Neuromancer (William Gibson)
Com um tom que lembra bastante aquele sci-fi meio noir escrito pelo Philip K. Dick em Blade Runner e Ubik – no qual nada nem ninguém parece ser o que é – Neuromancer apresenta Case, um “cowboy” (hacker) que era um dos melhores ladrões de informação da matrix, que então tem a ideia infeliz de roubar de um cliente. A consequência é que tem seu sistema nervoso lesado de tal forma que não pode mais trabalhar, o que faz dele um completo perdedor quando Molly entra em cena para oferecer uma chance única.
Abril de Shakespeare 2010
Como já está virando tradição aqui no Hellfire, post para divulgar o Abril de Shakespeare. Organizado por Liana Leão, Célia Arns e Anna Camati, o evento conta não só com a presença, mas também com a divulgação de todos. Então mesmo que você não vá, passe o convite adiante para o pessoal de Curitiba e para quem mais se interessar pelo Bardo. Para ver a programação completa, é só clicar na imagem para ampliá-la.
Atualizando para você não esquecer
Já está à venda a tradução de Orgulho e Preconceito e Zumbis, publicado aqui no Brasil pela editora Intrínseca. Na Livraria Cultura dá para encontrar o livro por até R$26,91. Como eu ainda não republiquei minha opinião sobre o livro aqui no Hellfire, você pode conferir a resenha que escrevi lá no skoob.- E como falei em zumbis na literatura, a boa notícia da semana passada é que a editora Rocco publicará tradução de World War Z aqui no Brasil ainda em 2010. Ponto para a Rocco, porque como já falei bastante vezes por aí, foi o melhor livro que li no ano passado. Meus comentários sobre ele você pode conferir aqui.
- Passando dos zumbis para as adaptações de livros para o cinema, semana que vem está prevista a estreia de A Estrada (com Viggo Mortensen), baseado na obra de Cormac McCarthy que foi o melhor livro que li em 2008 (hehehe). A direção competente e as ótimas atuações garantem um filme para não deixar nenhum fã frustrado, eu garanto. Não perca.
- E para o pessoal dos estudos literários e demais humanidades que adoram e/ou estudam a cultura irlandesa, não deixem de conferir o tópico de divulgação sobre o 5th Symposium of Irish Studies in South America. Evento muito legal que acontecerá no fim de agosto e contará com a organização das sempre maravilhosas Luci Collin, Célia Arns de Miranda e Liana de Camargo Leão.
O Inimigo de Deus (Bernard Cornwell)
De qualquer forma, O Inimigo de Deus segue cumprindo com a mesma precisão a proposta de narrar as histórias sem o faz-de-conta e romantismo do que muitos pensam ter sido o tom predominante da época. As batalhas são descritas sem poupar qualquer detalhe mais sangrento, algumas convenções sociais da época podem revoltar assim como outros valores chegam a soar até mesmo ilógicos nos dias de hoje. O trabalho de Cornwell nos hábitos alimentares, religiosos e afins continua sendo um dos pontos altos da trilogia.
Caim (José Saramago)
Em O Evangelho… o que temos é, obviamente, um foco no Novo Testamento. Saramago desconstrói a imagem que temos de Jesus, humanizando ao mostrar defeitos e fraquezas. Mas talvez até por conta disso, a ironia de Saramago em O Evangelho… é sutil, e não é nem de longe o tom predominante de uma narrativa que é extremamente densa. E agora temos Caim, no qual Saramago ao focar o Antigo Testamento desconstrói ninguém mais ninguém menos do que Deus, mas com um tom completamente diferente: narrativa leve, rápida e com o humor quase como constante.
A loja dos suicidas (Jean Teulé)
De primeira as personagens são tão caricatas que você pensa tratar-se de um livro infanto-juvenil. São tipos, tais como Mortícia e Gomez da família Addams. Não suportam a alegria de viver, orgulham-se de seus problemas pessoais e de saúde e apresentam uma série de valores distorcidos sobre o que é “normal”. Algo que fica evidente ao ver o orgulho da mãe ao falar da filha obesa que se odeia e do filho que sofre com enxaquecas insuportáveis. Isso torna-se ainda mais óbvio com a chegada de Alan, o caçula, que difere em tudo da família ou seja, a “ovelha branca”. É ele que diz “Obrigada, volte sempre!” para os clientes, e quer mostrar para os Tuvaches que vale a pena viver.
Efeito Streisand
O Efeito Streisand é um fenômeno da Internet onde uma tentativa de censurar ou remover algum tipo de informação se volta contra o censor, resultando na vasta replicação da informação. Exemplos de tais tentativas incluem censurar uma fotografia, um número,um vídeo,um arquivo ou um site. Ao invés de serem suprimidas, as informações rapidamente recebem uma extensiva publicidade, sendo largamente publicadas em diversos outras fontes e sites de relacionamentos, intensamente procurada em buscadores (como o Google) ou distribuídas em sites de compartilhamento de arquivos.
Ou, trocando em miúdos, quando na tentativa de abafar algo a pessoa acaba tacando mais lenha na fogueira. Um excelente exemplo disso é o caso da dona Cicarelli, que para evitar que assistissem seus chamegos no mar achou que a melhor saída era acabar com o YouTube no Brasil (WTF?!!). O que poderia ser assunto de um final de semana acabou se estendendo por muito tempo, até pelo absurdo da situação. E bem, acho que mesmo minha vó deve ter visto o tal do vídeo. Continue lendo “Efeito Streisand”