Morte na Mesopotâmia seguido de O caso dos dez negrinhos

Quando se fala em histórias policiais, Agatha Christie é sempre citada. Seus livros estão entre os mais traduzidos no mundo (naquela lista seleta que entra a Bíblia e Shakespeare), o que lhe rendeu o apelido de a Rainha do Crime. Para quem já a conhece as histórias, a boa notícia é que estão chegando no Brasil através da L&PM adaptações feitas para os quadrinhos, das quais pude conferir Morte na Mesopotâmia seguido de O caso dos dez negrinhos.

Tanto Morte na Mesopotâmia quanto O caso dos dez negrinhos foram roteirizados por François Rivière. É óbvio que muito se perde na adaptação, mas Rivière consegue fazer um trabalho razoável na transposição do texto para a linguagem dos quadrinhos. Talvez apenas Morte na Mesopotâmia tenha sofrido alguns cortes que atrapalharam um pouco o ritmo, mas O caso dos dez negrinhos segue eletrizante do começo ao fim – tal como na obra escrita por Agatha Christie. Continue lendo “Morte na Mesopotâmia seguido de O caso dos dez negrinhos”

Ao coração da tempestade (Will Eisner)

– Mas pai, por que você não continuou trabalhando com arte em vez de entrar no mundo dos negócios? … Ainda dá tempo de voltar atrás.
– Não dá mais para voltar atrás!! Estamos em uma jornada… a vida é uma viagem daqui até lá.
– … E onde fica esse lá, papai?
– Lá é onde estoura o trovão… Longe daqui!

O diálogo entre o jovem Willie e seu pai Sam ilustra com perfeição o eixo principal de Ao coração da tempestade, HQ de Will Eisner que chega agora no Brasil pela Quadrinhos na Companhia. Lançada originalmente em 1991, a obra tem forte tom autobiográfico e mostra as lembranças de um jovem artista quando segue em um trem em direção a Segunda Guerra. Continue lendo “Ao coração da tempestade (Will Eisner)”

Trailer de Dylan Dog: Dead of Night

Saiu o trailer de Dylan Dog: Dead of Night, com estréia prevista ainda para esse ano lá nos Estados Unidos (sabe-se lá quando aqui no Brasil). Meus comentários não são muito diferentes de quando começaram a publicar fotos e notícias da produção por aí, mas de qualquer forma o trailer pelo menos me deixou com vontade de ver o filme.

A começar pelos pontos positivos: Brandon Routh foi uma boa escolha (aos fãs: Rupert Everett está velho e não convenceria mais como o Dylan), a caracterização da personagem está ok e dá para ver lá vários elementos que aparecem na HQ, beleza. Gostei de Personal Jesus na trilha também, embora minha versão favorita seja a do Johhny Cash. Pontos negativos: o plot parece chupado de Hellboy, e bem, pelo menos nos quadrinhos eles são beeem diferentes. E convenhamos, precisa colocar vampiro, lobisomem e zumbi tudo junto? Tem tanta história boa do Dylan que renderia um longa, não precisava apelar para a febre do momento. E continuo insistindo: CADÊ O GROUCHO?!!!

Mas tá aí o trailer para quem quiser dar uma conferida. Não achei com legenda nem em qualidade boa, mas se encontrar eu edito o post aqui, prometo. Para assistir, é só clicar aqui e ser feliz. Eu até ia colocar o video direto aqui, mas o wordpress 3 tá de sacanagem comigo e pedindo para deixar de ser a ferramenta utilizada por esse blog. Seriously.

A Pro: curta animado

Já tinha comentado antes aqui no Hellfire sobre A Pro, HQ de Garth Ennis. Aí ontem eu vi que o arte-finalista Jimmy Palmiotti colocou no youtube uma versão animada da história, e fui conferir. É tosquinha e pula algumas piadas boas do material impresso, mas enfim, para quem tinha curiosidade e nunca conseguiu ler, fica aí um jeito de conhecer. Para conferir, clique na imagem abaixo (se você for maior de 18 anos, é claro, porque eu não quero problemas com a justiça, há!).

Tirinhas

Uma coisa bacana que internet (mais precisamente o blog) trouxe foi a facilidade de publicar um texto e bem, de ser lido. A pessoa pode até não entender o que diabos você quis dizer, pode odiar ou adorar, mas você foi lido. E muitas vezes a relação de publicação e leitura se dá de graça, o que é ainda melhor. E aí o pessoal viu que isso funciona, e começou a usar para outras formas de expressão também, não só texto. Uma delas é a tirinha, que tem ficado cada vez mais comum por aí.

Sim, sim. Como tudo na internet há de se usar um filtro. Nem tudo é bom e tem muita cópia da cópia por aí. Mas algumas pessoas conseguem se destacar, não só pela originalidade mas também pela qualidade do que fazem. Por isso vou colocar aqui alguns links de sites que eu tenho acompanhado.

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Non si deve profanare il sonno dei morti

Então, é uma produção franco-espanhola de 1974 dirigida por Jorge Grau que conta com dois diferentes títulos aqui no Brasil, “Zumbi 3” e “A Revanche dos Mortos Vivos II”. Nos Estados Unidos o filme ficou conhecido como “Don’t Open the Window” (lembram do trailer falso em Grindhouse chamado Don’t? Então, é meio que piadinha com o título americano) e também “Let Sleeping Corpses Lie”. Ou seja, é um monte de nome e é bem provável que você já tenha assistido, só não está ligando o título à história.

Para situá-lo, vamos ao enredo: duas pessoas estão viajando no interior da Inglaterra, quando chegam em uma pequena cidadezinha que está servindo como campo de teste de um pesticida radioativo. O tal do pesticida não só deixa todos os bebês da região mais agressivos, como também faz com que os mortos voltem à vida e bem, essas duas pessoas têm o azar de estar no lugar errado na hora errada e são acusados dos crimes cometidos pelos zumbis.

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De porque não estou empolgada sobre o filme do Dylan Dog

Isso não deveria acontecer, mas fã de HQ sofre. Pelo menos aqui no Brasil, lugar onde um contrato com a DC parece uma batata quente que ninguém quer ter em mãos, ou que ao chegar qualquer coleção nas bancas, a preocupação maior do leitor é “Será que será publicada até o fim?”. Às vezes fico cá pensando se esses caras não são até meio sádicos, sabe? Do tipo “Ei, conheça essa hq super bacana!” e aí quando você está adorando ler as histórias, empolgado esperando a próxima publicação… pans! Título cancelado.

Isso aconteceu comigo em 2006, quando cancelaram Dylan Dog. E o mais chato desse negócio é que você fica meio descrente sobre tudo. Por exemplo, quando falaram de adaptação para o cinema, eu pensei “Puxa, que bacana”, mas nem levei à sério. Pensei que seria um daqueles ‘n’ casos de projetos que depois são engavetados por motivos óbvios (leia-se “por não dar lucro”). Aí ontem o Ramalokion postou lá no Meia Palavra um link para a matéria do Omelete com fotos da tal da adaptação. Talvez tivesse sido melhor a ideia não ter passado de projeto.

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Só para me enturmar

Sim, eu estive sumida. Mas não se preocupem, quando a ideia de acabar com o Hellfire passar na minha cabeça, eu sempre lembro de avisar aqui, he he. Então, o fato é: melaram minha pré-estréia de Watchmen. Eu fiquei triste às pampas com isso e desde já odeio a tal da empresa de eventos por trás da estréia aqui em Curitiba por causa disso. Mas rancorzinhos de lado, o fato é que eu vou amanhã, mas para falar de Watchmen como todo mundo está falando, resolvi compartilhar com vocês alguns links relacionados com o assunto.

Comecemos então com uma resenha bem bacana que o Knolex fez no Vida Ordinária: Alan Moore estava certo? Sim e não. O legal aqui é que ele fez uma resenha para quem já leu as HQs e para quem não leu. E eu tenho cá minha teoria que Watchmen é tipo O Capital1 da cultura dos quadrinhos, saca? Então se você não leu mas finge que leu, veja a parte da resenha escrita para os que não leram sem medo.

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  1. Sempre lembro do Erico Verissimo em O Tempo e o Vento falando que O Capital é provavelmente a obra menos lida e mais citada de todos os tempos