Eu sei que não tem muito a ver com o contexto no qual Michael Corleone diz isso, mas…
…Just when I thought that I was out they pull me back in.
Ahhh, eu sei lá. Hoje tive um tanto de raiva por não poder ser honesta nem mesmo com minha amiga sobre o que penso sobre algumas coisas na minha vida (e é óbvio que eu não vou escrever aqui no blog, sabichões).
Aquela merda toda sobre convivência, saca? Engolir sapos e tudo o mais porque [clichê]nenhum homem é uma ilha[/clichê] e [clichê]o mundo dá voltas[/clichê] por isso [clichê]não cuspa para cima[/clichê]. Em suma, não posso mandar um sonoro FODA-SE quando quero.
Percebi que sou uma criatura completamente dependente do e sua família feliz. Aff.
***
Assisti A Hora do Pesadelo I, II e III no feriado. É até estranho, porque o Freddy sempre foi meu pesadelo número um na infância (coisa séria mesmo, de meu pai ter que me chamar para conversar e falar que ele não existia e tal). Agora, vejo que é um bom filme de sustos, mas não é algo que dê medo de fato. É, o céu dos meus sete anos tinha mais estrelas mesmo.
Sabe, esse tipo de coisa me fez lembrar de quando eu ia para o dia do juízo final no Jogo da Vida e vendia meus filhos para tentar ganhar um dinheiro a mais.
***
Então, estou aqui, me enrolando com o Sr. Moretti e o Sr. Bloom. Esse negócio de fazer trabalho chato é interessante, sob determinado ponto de vista. Você lembra de zilhões de coisas para fazer que não o trabalho em questão. Por exemplo, atualizar o blog. Ahá!
“Posso acreditar em coisas que são verdade e posso acreditar em coisas que não são verdade. E posso acreditar em coisas que ninguém sabe se são verdade ou não. Posso acreditar no Papai Noel, no coelhinho da Páscoa, na Marilyn Monroe, nos Beatles, no Elvis e no Mister Ed. Ouça bem… eu acredito que as pessoas evoluem, que o saber é infinito, que o mundo é comandado por cartéis secretos de banqueiros e que é visitado por alienígenas regularmente – uns legais, que se parecem com lêmures enrugados, e uns maldosos, que querem nossa água e nossas mulheres. Acredito que o futuro é um saco e é demais, e acredito que um dia a Mulher Búfalo Branco vai ficar preta e chutar o traseiro de todo mundo. Também acho que todos os homens não passam de meninos crescidos com problemas de comunicação(…)”
Vi o Neil Gaiman (sujeito que a Ptah diz ser muito cheiroso) lendo esse trecho de Deuses Americanos na TV certa vez. Eu me apaixonei completamente, simplesmente precisava ler esse livro. Aí chegou a edição brasileira, com sua capinha chiquetoza com letras metálicas. Comecei a ler e…
… foi uma das maiores decepções literárias da minha vida. Moral da história (ou do post?): empreste os livros antes de comprá-los, especialmente se eles custarem mais de 40 reais.
Veja só, sempre que falo em dinheiro lembro daquela citação do Wilde sobre o cínico ser o cara que sabe o preço de tudo e o valor de nada. Mas não doeria em vossos corações pensar que gastaram mal um dinheiro que poderiam aplicar em uma obra como o Catatau do Leminski?
Sou só eu que calculo tudo na vida baseado em valor de livros que eu gostaria de ter? Credo, acabei de lembrar da conclusão de um top 5 meu, o Gente que quero ser quando crescer:
“A conclusão que tiro desse top 5 é que meu futuro será funesto: serei gorda, careca, anti-social e provalvelmente incompreendida. O lado bom é que talvez ganhe livros de graça.”
Hoje li uma entrevista ma-ra-vi-lho-sa com Guimarães Rosa, realizada por um alemão chamado Günter W. Lorenz. Acho que foi a primeira oportunidade que tive de conferir um pouco de que homem ele era. Do tipo filho da puta apaixonante, se me permitem o palavrão.
A começar que ele não cedia entrevistas, e exigiu que o Lorenz tratasse aquilo como um diálogo. Diálogo esse recheado de momentos como esse:
LORENZ: Isso significa que você iniciou sua carreira como lírico?
ROSA: Não, tão grave assim não foi.
O discurso do Rosa é simplesmente perfeito, e isso que ele estava falando em Alemão. Ele consegue escapar das perguntas que não queria responder com uma sutileza surpreendente. Para não dizer do valor das idéias que ele expôs nessa entrevista, valeu mesmo a leitura.
“(…) Escrevendo, descubro sempre um novo pedaço do infinito. Eu vivo no infinito, o instante não conta.”
E pensar que como diplomata ele provocou Hitler e salvou vários judeus… Outros tempos, outros tempos…
***
Off with her head!!!!!!!!
Eu queria mesmo, mas já não estou mais conseguindo acreditar como antes. Quer dizer, eu estou errada sempre? Há sempre uma boa razão para me tornar a pessoa má, paranóica, mimada e idiota que parece ter compulsão por estragar tudo?
Então o que faço? Vou viver como eremita evitando tropeços na convivência com outros humanos? Tento algum curso do tipo “Surte, mas na hora certa” no Instituto Universal Brasileiro? Calo a boca e vou dormir?
Assisti This is Spinal Tap nesse final de semana. Finalmente mais um filme riscado da lista dos filmes que nunca vi, ho ho (um dia eu chego lá!).
Bem, eu tinha enorme curiosidade sobre esse filme porque as citações sobre ele tanto no mundo do cinema quanto da música são bem freqüentes. É um “rockumentary” sobre a banda britânica de metal “Spinal Tap” e seus dias nos Estados Unidos para a divulgação do novo álbum.
Não nego que seja bem engraçado (era impossível não lembrar de documentários dos quais era fã, tipo A Year and a Half in the Life of Metallica), mas tem dois pontos que contam bastante desfavoravelmente sobre o filme:
1. A idéia não é original
Em 1978 Eric Idle (sim, o cara do Monty Python) teve a mesma idéia no filme feito para TV The Rutles. Também é um documentário sobre uma banda que na realidade não existe, mas aqui a paródia é menos abrangente: são só os Beatles mesmo.
2. Abusa dos “tipos” na hora das piadas
No começo é engraçado aquela coisa de retratar os membros da Spinal Tap como burrões, mas a coisa acaba perdendo a graça lá pela metade do filme. Eu ainda acho que as piadas que melhor funcionaram foram as dos bateristas da banda e a da capa do álbum novo.
Enfim, mesmo com isso dá para dar umas risadas. Filme bom para quando não se quer pensar em nada, digamos assim.
***
Eu ia falar um tico a respeito do livro Drácula do Bram Stoker e da série Six Feet Under, mas aí meu Exploder deu pau e a única coisa que sobrou para recuperar foi o post do Spinal Tap. Então por enquanto é só, depois eu volto
De vez em quando o monitor dá uma trégua e funciona e aí eu posso colocar em prática algumas idéias de jerico que tenho. A mais recente é a falar das pessoas da minha vida (ahá!), numa coisa que eu poderia chamar de…
EU E MEUS PERSONAGENS
Eu
Eu tenho medo de vacas e não gosto de atender telefones. E é só.
Alex
Ele reclama do tempo de Curitiba o que chega a ser irônico, porque com ele não tem tempo ruim. Há, há, que trocadilho besta.
Boo & Miu
Ele é autista e ela é uma lady. Ambos são gostosos de apertar.
Carol & Rui
Cunhada e irmão, ela toda elétrica e ele todo tranqüilão. Até rimou, ho ho.
Erion
Adora dizer que faço parte de um grupo que venera “o cara que escreveu sobre duendes”.
Fábio
Eu amo esse cara.
Frank
Só ele entende o que é ter uma amiga girafa. E sabe fazer panetoninhos e ouvir as pessoas como ninguém.
Jo
Diz ela que eu sou o relacionamento mais longo que ela já teve. Ela não gostou de Kill Bill.
Lu & Marlo
A história de amor mais fofa que já vi até hoje. Ótima companhia para botecos e filmes também.
Mãe
Não é porque é minha mãe, mas nunca conheci criatura com coração tão bom quanto o dela.
Puck
Mãe é quem cria, é o que eu sempre digo.
Renata
Irmã caçula, mas parece a mais velha. Tem toda a maturidade e elegância que eu não tenho.
Sofia
Minha sobrinha mais nova. Única criatura para quem não nego nadica, nem eventuais carimbadas na parede.
Sol
Ainda acho que perdemos dinheiro não roteirizando nossas conversas.