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Sabe, depois de ver tanta coisa acontecendo por causa de pessoas estúpidas carregando armas e principalmente depois de ver Tiros em Columbine, eu não consigo entender como ainda tem pessoas idiotas o suficiente ao ponto de serem contra a lei de desarmamento.

Sério, viver em sociedade é uma merda. Pelo menos quando isso significa conviver com um bando de retardado que vê uma arma como prolongamento do pênis. Esse tipo de coisa me deixa muito puta. E lógico, só dá mais motivos para minha sociopatia.

E-ca.

Literalmente: se matem.

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Não sei. A sensação que dá é de que o blog fazia mais sentido quando tudo estava de cabeça para baixo na minha vida. Vir choramingar aqui de certo modo era um tanto quanto reconfortante (mesmo porque meus leitores sempre foram educados o suficiente para não me mandar a merda por causa do chororô ).

Enfim, só para deixar registrado que hoje eu sou uma pessoa feliz, porque posso ficar embaixo do cobertor comendo sorvete de flocos direto do pote assistindo Fritz Lang com o namorado e sabendo que toda a novela das Literaturas Inglesas finalmente acabou. Ueba!

(e viva eu sem sono de madrugada!)

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Uma vez eu estava lendo um texto na aula de Teoria da Literatura (cujo autor não lembro, sorry), que dizia que o maior problema para as pessoas compreenderem o trabalho de um crítico literário é que uma maioria de pessoas sabem escrever. Dessa forma costuma-se confundir os critérios de avaliação de uma obra, na maioria das vezes caindo naquele negócio de “ah, eu gostei da história então o livro é bom”, o que sabemos que não é exatamente por aí.

Comecei retomando esse texto para explicar um termo que uso para definir excelentes autores, que é “artesão”. Não é meramente uma questão de contar uma história (embora eu reconheça que contar uma boa história é algo difícil bagarai), mas realmente trabalhar naquilo, utilizar as palavras não só da forma como todos nós (pobres mortais sem talento) usamos.

Vou citar três exemplos disso que aproveito para deixar aqui como sugestão de leitura:

a. “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.
Para falar sobre a dualidade humana, Rosa faz uma obra toda cheia de duplos em vários detalhes da obra. Por exemplo, a linguagem utilizada por Riobaldo ao contar suas histórias é tanto a do sertanejo quanto uma linguagem culta (o que dá um toque atemporal para a narrativa, há de se frisar). O tempo da narrativa varia a todo momento entre presente e passado. E por aí segue. Compreendem? Para provar seu ponto de vista, ele não conta simplesmente uma história: ele trabalha essa história.

b. “Budapeste”, de Chico Buarque.
É o tipo de livro do qual não posso falar muito senão estrago (ótimas) surpresas. Mas adianto que todos os elementos da obra estão voltados para criar o efeito da conclusão da obra, até mesmo a capa! É algo para dar um nó na cabeça mesmo, um livro dentro de um livro. E digo: o melhor livro que saiu em Literatura Brasileira nos últimos anos.

c. “Laranja Mecânica”, de Anthony Burgess.
Ahá, acharam que eu não comentaria da experiência de leitura nem um tiquinho? É realmente um livro impressionante, e o trabalho do Burgess foi além de criar um vocabulário para os adolescentes que ele queria retratar. A obra tem 21 capítulos (21 é a idade de maioridade plena na cultura anglo-americana), dividido em três partes de sete capítulos cada. Essa divisão é baseada no mónologo sobre as sete idades do homem na peça “As Thou Like it” de Shakespeare.

Estão aí, três casos de sujeitos que foram além no uso das palavras. Não é meu único critério de avaliação, mas confesso que tenho uma queda por sujeitos que sabem inovar.

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Sinceridade intelectual é isso: assisti O Cão Andaluz ontem à noite e confesso que não entendi nadica. Confesso também que foi uma experiência um tanto perturbadora. Enfim, diz a crítica que o negócio não é compreender o filme, mas de qualquer forma pensarei melhor sobre ele antes de avaliá-lo ou coisa assim.

***

Eu, Fábio, Lu e Marlo fomos assistir A Fantástica Fábrica de Chocolates ontem no cinema. Eu não cheguei a rever todo o filme de 71 conforme planejado, mas algumas coisas dá para comparar sem medo de ser injusta.

Primeiro, o toque “Tim Burton” que faz toda a diferença: é impressionante como ele sempre consegue deixar um qüê de bizarrice no ar. Com isso acho que o filme perdeu um pouco do tom infantil da versão anterior.

Por falar em ‘infantil’, o molequinho que colocaram no papel de Charlie está *bem* menos irritante do que o do filme de 71. Sério, eu não conseguia simpatizar com aquele loirinho, esse pelo menos foi tragável.

Não vou entrar na comparação Depp X Wilder porque são dois contextos completamente diferentes: no filme de 2005 temos até flashbacks mostrando a infância de Willy Wonka. E bem, convenhamos: Burton e Depp é uma combinação bizarra que sempre dá certo.

Só para completar: os Oompa Loompas estão hilários!! As músicas mais engraçadas ainda! Para quem não gostava muito do filme antigo por causa das cantorias (como eu, hehe), ficará feliz em saber que elas são mais raras nessa nova versão.

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Ok, não sei bem como colocar isso aqui. Mas às vezes tenho a sensação de que sou a única pessoa que embala momentos em papel celofane, digamos assim. Explicando: eu jamais comeria um cachorro quente pós balada com uam nova amizade, depois que fiz isso com a Nane diversas vezes. Porque eu vejo nesse novo amigo uma possibilidade de… mudar.

E não é só pelo mudar. É que tenho um carinho enorme pelos momentos que tenho com determinada pessoa, e por isso sinto mal tentando, de certa forma, impor para outro alguém o que gostaria de reviver.

A coisa toda me incomoda especialmente no que diz respeito a “momentos em casal”. Há um quê de acomodação em incluir o namorado em uma rotina que já existia antes com outra pessoa. É quase como tirar um para colocar outro. Aí repetem-se apelidos, programas de finais de semana, declarações, brincadeiras…

E pior: a outra pessoa nem sabe que está só repetindo algo que já aconteceu antes. Ou sabe, né? Agora, fica a pergunta: tem sentido mudar, para continuar tudo igual?

***

Após almoço com a dona Jô, peguei emprestado o Laranja Mecânica para ler (eu vou dar chicotada em quem vier aqui comentar um “Ué, mas Laranja Mecânica não é um filme?”). Tem tudo para ser uma das melhores experiências literárias do ano, pelo menos acredito que sim. Obviamente deixarei para falar do livro quando terminá-lo.

O mesmo vale para o Gozo Fabuloso (do Leminski) que o Fá me emprestou ontem. Enquanto preparávamos croutons (somos chiques, benhê!) eu já li alguns dos contos e digo uma coisa: foda. Morro de inveja de quem tem talento em prosa e em verso, devo confessar.

O que me faz lembrar do pai do Voltaire, que costumava dizer sobre seus filhos “Tenho dois idiotas em casa: um em prosa, e outro em verso”.

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Pronto, dessurtei. E vamos ao Quizz que tirei lá do Eu Diria Que…

1. melhores filmes dos últimos anos:

Dogville
Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
Herói
Kill Bill vol.2
As Invasões Bárbaras

CADÊ O NÚMERO DOIS?
(pergunto o mesmo)

3. Atores com pujança:

Orson Welles
John Cusack
Kevin Spacey
Kenneth Branagh
Humphrey Bogart

4. atrizes de mão cheia:

Rita Hayworth
Scarlett Johansson
Nicole Kidman
Marilyn Monroe
Catherine Zeta-Jones

5. o meu musical:

Chicago

6. realizador(es) com ‘r’ grande:

Tim Burton
Quentin Tarantino
Stanley Kubrick
David Lynch
Orson Welles

Então, aí vocês fazem como eu, copiam e colocam lá no blog de vocês, ou respondem aí, só para minha caixa de comentários não ficar fazendo ‘cri cri cri’ e tal.

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Futuro…

Eu tenho medo de um monte de coisas. Vacas, hospitais, fogos de artifício, ladrão, elevador velho, de ficar cega, palhaços, piriguetes sem noção, portas de armários abertas, estranhos na janela e por aí vai.

Mas acho que nada me dá tanto medo quanto o futuro. A longo ou curto prazo, tanto faz: a idéia de pensar no que está por vir me dá pânico. E o engraçado é que quando você é mais novo, pode ir adiando o momento de pensar a respeito, mas chega um momento que o cerco se fecha e a coisa se torna inevitável. Futuro do presente…

Mais um ano de faculdade? O que fazer depois disso? O que eu quero para mim? Talvez o que assuste não seja o futuro em si, mas a falta de perspectivas. Quando ainda é sonho, não pode virar fracasso.

***

Passado…

Internet é uma ferramenta cheia de qualidades contraditórias. Por exemplo, ao mesmo tempo que uma das vantagens dela é ser uma espécie de arquivo gigante, isso também pode ser o pior dela.

Especialmente quando você tem lá seus 8 anos de acesso (sim, eu sei que tem gente que freqüenta há mais tempo do que isso, me poupem dos comentários do tempo da internet à manivela que o post não é sobre isso). Você já andou por ali e por aqui, deixou opiniões e um tanto de sua história aos pedaços no meio.

A praga é que independente de você não querer relembrar ou saber de certas coisas, elas acabam aparecendo para você. É quase como se você estivesse passeando em um shopping e alguém te puxasse do nada para uma sala de museu.

Um passeio nem sempre agradável, se levar em conta as perguntas levantadas. Pretérito Imperfeito…

***

Presente…

?

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Vazio agudo
ando meio cheio
de tudo*

e talz.

Mããããs temos boas notícias! E por incrível que possa parecer, são coisas que não envolvem dinheiro (pelo menos não o meu). Hoje à tarde passa na HBO o ótimo Império do Sol (do tempo que o Christian Bale ainda não tinha tanquinho, he he he) e à noite no Telecine tem Belle de Jour. Iupi!!!!

*é do Leminski

***

Só porque hoje cedo estou ouvindo Queen:

Insanity laughs under pressure we’re cracking
Why Can’t we give ourselves one more chance?
Why can’t we give love that one more chance?
Why can’t we give love give love give love?
Give love give love give love give love give love give love?
Cause love’s such an old fashioned word
And love dares you to care
For the people on the edge of the night
And love dares you to change our way
Of caring about ourselves
This is our last dance
This is our last dance
This is ourselves
Under Pressure
Under Pressure
Pressure

Que mundo louco…

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Eu sei que já postei isso hoje no meu flog mas…

The Rocky Horror Picture Show in 30 seconds re-enacted by bunnies!!!! LET’S DO THE TIIIIIIME WARP AGAAAAIN!!!!!!!!

***

Ontem no final da tarde recebi visita da Lu e do Kado. Espero que eles não tenham ficado chocados com a bagunça da casa e as paredes verdes da sala, hehe.

Essa é a pior coisa sobre casa alugada: você não pode mudar as coisas, não pode pintar parede, reformar nem nada. Enfim, adaptar ao seu gosto. Mas ok, não tenho muito o que dizer, fora a parede verde gosto de tudo aqui.